"...Não podemos continuar como se nada tivesse acontecido. A crise não se afronta com lamento ou passivismo, encomendando ao tempo o que requer consciência lúcida e vontade decidida. Partiram-se, quebraram-se os modelos presbiteriais do passado"... " O amanhã não será a continuação pacífica do ontém."
... Importa perceber com sagacidade e sensibilidade o decurso da história, em conexão com o dinamismo da Igreja que nasce da sua auto-compreensão para dentro e da sua projecção para fora. Seria erro impôr uma espiritualidade de modelo único, sinal de pobreza, prova de impermeabilidade ao mistério e ao dinamismo histórico e desrespeito pela criatividade de cada pessoa. A pluralidade não vem da pressão da moda, mas de fidelidade esclarecida devido à cultura em que se situa, evolução social e religiosa que o rodeia. Urge a vida. A imagem sairá de dentro da alma do padre posto a trabalhar e brotará como dom de Deus. É a atitude pastoral que produz estilos.
Prefiro um padre neio atrapalhado com a dificuldade de fazer cristalizar os dados sólidos que a Teologia oferece sobre a sua vocação do que a figura de quem executa a lição aprendida. Os melhores mestres - os místicos - foram sempre parcos em assimilar caminhos e pródigos em despertar atitudes pessoais"
(Excerto final da crónica " A imagem do Padre" de D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, publicada na passada semana no Correio da Manhã)
Muito poucas vezes terei visto retratado de modo tão claro o que pretendo deva ser a imagem de um padre dos nossos dias. Foi essa a razão que me levou a publicar este post.
HSC
Toca-me particularmente a derradeira frase. E sim, prefiro o padre que agita consciências (o herdeiro de S. Paulo) ao executor passivo do rito associado ao dogma.
ResponderEliminarAs loiras sabem escolher. E eu que sou loira - um pouco falsa - também vou escolhendo...
ResponderEliminarCalm, cool and collected! Que mais se pode (se deve) esperar de um Padre? Raúl.
ResponderEliminarYeah, mt diferente do sermao de ontem na Igreja Santa Maria em Toronto, o Sr. Padre q ja devia tar na reforma, disse do altar pra baixo q todos aqueles q nao se casarem nem tiverem filhos nao sao pessoas realizadas. CASAI-VOS E MULTIPLICAI-VOS A letra.
ResponderEliminarEu como uma rapariga solteira quase a meio dos trinta nao gostei... E depois perguntam-se o pq dos jovens nao irem tao assiduamente a igreja....
Catia
ResponderEliminarNão ouvi o sermão. Mas sei que Igreja una e indivisível, à qual pertenço, tem ocasiões bem pouco felizes.
Eu própria entro muitas vezes em conflito com ela. Como acontece entre Pais e Filhos.
E muitas vezes, também, como você, brado e clamo.
Sei que envelhecer nem sempre é sinal de sabedoria. E, muito possivelmente, o sermão que ouviu cai nessa categoria. A Igreja precisa dos jovens, num mundo cada vez mais difícil.E tem de ir ao seu encontro.Isso eu sei.
O bispo auxiliar de Lisboa disse o que deve ser dito.Foi o que me levou a colocar este post.
Compreendo, acredite, muito bem o que sentiu e o seu protesto, porque em matéria de sexualidade o caminho ainda vai ser longo.
Mas isso não me afasta do Pai!
Como os meus filhos não se afastam de mim, quando estamos em desacordo.
Os intermediários, tantas vezes, é que arruínam a mensagem entre emissor e destinatários...
ResponderEliminarA minha mãe sempre me disse: "não percas tempo com santos, vai logo directo a Deus..."
:)