A risota foi geral. Mas a conversa que se lhe seguiu foi notável, porque acabámos a citar Fernado Pessoa. O mais curioso da prosa residiu, justamente, no que representa para o letrista e para quem canta, a poética de uma canção. Ou, dito de outra forma, aquilo que, no fundo, as palavras pretendem transmitir. Alegria? Tristeza? Amor? Ciúme? Compromisso? Honra? Patriotismo?
Lembrámos muitas das canções cujas letras ficaram tão conhecidas quanto as próprias músicas e as épocas em que nasceram. E dedicámos uma boa parte do tempo a deambular por " A garota de Ipanema", cantada por toda a gente, "Savoir se retirer" cantada por Aznavour, "My Way" por Sintra (que, aliás, é uma canção francesa), e terminámos no "Yellow Submarine" cantado pelos Beatles.
Foi um encontro gostoso, musicado, alegre e... sem uma única palavra sobre política ou crise. Dito de outro modo, um oásis no deserto!
Mas, de facto, o núcleo duro do encontro foi a filosofia expressa no facto do "sim" ser, mesmo, um "descuido do não". Haverá algo mais certo?!
HSC
Que interessante...
ResponderEliminarEu descuido-me imensas vezes.
Não me arrependo.
Passe por favor quando tiver um tempo na Movida Madrilena e oiça os Secretos no Pero a tu lado...
He muerto e he ressuscitado com mis cenizas un árbole plantado...
Cantado pelo Alvaro Urquijo no ultimo concerto com orquestra em pano de fundo musical e Ele com a guitarra acústica de Jeans e camisa azul ás riscas, culminando com um Gracias de sensualidade Atroz.
Não acha?!!!
Isabel Seixas
Olá
ResponderEliminarCada vez gosto mais de a ler. A sua esfuziante maneira de apreciar a vida contagia-me. Se me permite, e porque sou quase "catedrática" em Aznavour e Sinatra (como de certa forma toda a nossa geração) a canção do Aznavour chama-se mais propriamente "Il faut savoir" (tem realmente um "se retirer". Quanto ao My way, que adoro, é uma canção original do Paul Anka (ainda um puto quando a compôs perante o "blue eyes). A canção francesa que deu em americana é o "She", um original de Aznavour que se chamava "Touts les visages de l'amour". Aconselho-a a procurar a letra francesa porque é uma beleza. Obrigada por, através deste blog, estar ao meu alcance de leitora e portuguesa
Cara Helena: sinto-me feliz pelo seu almoço que correu tão bem. Rir, recordar, cantar, descontrair-se vai sendo difícil de ces jours... Às vezes tenho a sorte de estar em jantares assim, mas é raro. Quanto ao sim e ao não, fiquei deprimido, calcule. Tem a certeza de que não falaram, se não de política, de sociologia? Quem dirá mais naturalmente "não" no mundo? Claro, depois pegou-se às colónias. Não estou tão certo de que noutras culturas o sim e o não não sejam descuidos um do outro. Desculpe, levei isto para ao sério. Assim foi ao correr da tecla (que pena não se poder dizer " da pena"!) Raúl.
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