quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

E nós por cá?

O presidente Sarkozy havia prometido aos franceses que o plano de salvamento da banca não lhes custaria nada. O que não surpreende no discurso de um político. Afirmações como esta tornaram-se "o pão nosso de cada dia", são feitas múltiplas vezes e, infelizmente, já ninguém reage... ou pede contas. Nesta crise o medo do garrote da banca e da falência do sistema financeiro chegou, mesmo, a obrigar a muito mais!
Mas desta feita Sarkozy conseguiu surpreender. Acabou hoje de informar que o Estado francês arrecadou dois mil milhões de euros de juros com os empréstimos concedidos às instituições de crédito na sequência do sub-prime, e que este montante irá ser aplicado em medidas sociais e investimentos para o futuro.
Salientou, ainda, que a França foi dos países que melhor superou as dificuldades financeiras, como revela o crescimento verificado na economia nos últimos seis meses. E também a subida do poder de compra em 2009, ao arrepio do que aconteceu nos restantes países europeus.
Reafirmou, igualmente, que manterá o plano de uma entrada por cada dois funcionários públicos que sairem, medida que lhe permitiu reduzir em cem mil os trabalhadores da administração francesa e foi crucial para a actual situação económica do país.
Finalmente, reiterou a a sua posição de não aumentar os impostos que, situando-se sete pontos acima da Alemanha, são o maior entrave à competividade francesa.
Em Portugal, onde tanto se fala de transparência, seria muito interessante saber "se" e "quanto" o Estado português terá arrecadado com o dinheiro que injectou na nossa banca. Para quando essa informação num país tão democrático?

HSC



3 comentários:

  1. Cara e estimada Dra Helena Sacadura Cabral,

    fico muito sensibilizado por se lembrar de mim....

    agradeço-lhe com amizade, admiração e estima acrescentando-lhe os votos de um 2010 cheio de saúde para si e para os seus....

    termino pedindo-lhe desculpa por só agora lhe responder....

    é que eu quando bebo um copito primeiro que volte ao meu estado normal e me passe a 'preguicite' mental é uma 'dor de alma' como se diz no alentejo:)

    o ir postando é já maquinal e só para manter o blog activo....

    gosto de responder só quando estou bem que é para não sair asneira:)

    obrigado,

    abreijos/saúde

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  2. Helena, em França, como sabe, não há " governos", há Estado, existe uma Ideia: a da melhoria das condições de vida socio-culturais dos cidadãos. Não conheço outro país no Mundo onde se vá tão longe na Ideia e na prática de Estado. Mais à Direita ou mais à Esquerda,o fulcro é sempre L'Etat, Les Français! Creio que seria muito difícil tal passar-se no RU, país feudal, com Câmara Alta actuante, onde, ainda, certos Lords recebem directamente os impostos dos seus servos ou em Portugal onde se é " bem-visto" por fazer umas " falcatruas"... Não só por ter afinidades com França admiro tanto esse país; talvez por isso mesmo, porque a conheço muito bem. Raúl.

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  3. Cigarrilha
    Que bom lê-lo por aqui eu que tanto gosto mde andar pelos seus caminhos!
    Não se rale. Dê notícias mesmo com um copito. São mais arrastadas mas no inverno até isso sabe bem.
    Bom Ano mesmo que isso seja miragem, porque todos nós temos direito a ter as nossas. A minha era ser viva e ver os filhos fora da política...Mais que miragem seria milagre!
    Raul meu caro, também eu tenho costela francesa não jacobina. E embora Sarkozy e Mitterrand me enervem por diferentes motivos, tenho de reconhecer que os grandes políticos - excepto Churchill - quase sempre vieram de França...

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