sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Na Assembleia da Republica


Ontém na Assembleia da Republica devia discutir-se um programa para o país. Discutiu-se o programa eleitoral do PS. Melhor teria sido discutir-se aquilo que serve melhor Portugal, no momento delicado que atravessa. Mas parece que governo e oposição estão cheios de contumélias. O primeiro, porque quer comprometer a segunda nas suas decisões. Esta, porque não quer deitar o governo abaixo e correr o risco de novas eleições. Houve um bom discurso a que me não refiro porque elogio em causa próxima, não é o meu estilo.
O que será mais o meu estilo é o retrato actual da minha terra. Aquela que amo e onde decidi permanecer. São 10 milhões de habitantes e 3 milhões de contribuintes líquidos efectivos para fazerem face a 3,5 milhões de reformados, 800 mil funcionários públicos, 400 mil beneficiários do subsídio de desemprego, 350 mil beneficiários do rendimento social de inserção. Esta não é senão a ponta do iceberg. Se cada um destes itens fosse dissecado, a fotografia era bem pior.
Não é preciso ser economista para se lerem estes números. Eu só pergunto: como vai ser?

H.S.C

5 comentários:

  1. Caríssima Helena, Ilustre Colega,

    Houve, sim, um excelente discurso contendo três pontos fulcrais (sim, sim, falamos do mesmo) com o qual só discordo no segundo ponto: adequação do programa de governo à nova e exigente legislatura.

    Acompanhe-me no raciocínio e diga-me se estou errado:

    O PS apresentou-se nas legislativas com determinado programa eleitoral e foi com ele que ganhou as eleições. Quero acreditar que quem votou no PS, votou no TGV, no novo aeroporto, na terceira auto-estrada Lisboa-Porto, no aumento de endividamento para investimento em grandes equipamentos públicos. Quem votou no PS, não votou no investimento na produção de bens transacionáveis das pequenas e médias empresas viáveis com capacidade de exportação. Quem votou no PS, votou no endividamento puro e duro de capitais fixos não transacionáveis e não devidamente qualificados/quantificados do ponto de vista económico; quer comprar bife do lombo com cartão de crédito sem sequer ter uma pálida ideia se terá dinheiro para pagar a prestação do cartão. Mas foi essa a escolha do maior número de votantes.

    Logo, os que não enveredaram por essas fantasias e têm na democracia um valor seguro, não vão golpear militarmente o Estado, ou coisa mais caótica. Resignados, aguardam algum poder negocial (e inteligencia, já agora) das oposições.

    E o governo propõe como programa o panfleto eleitoral, ciente que fazendo birra, uma das partes (oposição ou governo) vai ter de ceder. Tem toda a lógica ex-ante, veremos se terá ex-post. Cavaco Silva fez exactamente o mesmo no seu governo minoritário e ganhou a guerrilha de bluffs com a falta de cabeça do sr. Hermínio.

    É puro jogo de cintura política e manifesta falta de sentido de responsabilidade e de Estado.

    Um grande Abreijo e saudades de voltar aqui.

    Paulo

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  2. Vai ser assim:
    Construir o TGV - cria +- 8000 postos de trabalho durante a fase de construção;
    Construir o NAL - cria +- 4000 postos de trabalho durante a fase de construção;
    Construir mais Auto-estradas, a 3ª Ponte do Tejo, etc, etc cria outros tantos postos durante a fase de construção.
    Vai-se pedir dinheiro a crédito para se construir tudo isto... Vão-se vender meia dúzia de favores para se ganhar mais algum, porque as fortunas que já ganham não chegam para viverem confortavelmente! Quanto acabar a fase de construção os iluminados que as criaram, já estão a desempenhar outras funções, aqui ou no estrangeiro, e o otário que fica a viver em Portugal lá vai pagar a factura.
    Só quando o otário se fartar desta brincadeira e abrir os olhos aí se se pode perguntar: como vai ser?

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  3. "Quero acreditar que quem votou no PS, votou no TGV, no novo aeroporto, na terceira auto-estrada Lisboa-Porto, no aumento de endividamento para investimento em grandes equipamentos públicos."
    Permitam-me a ousadia: Dos que votaram no PS, aposto que mais de metade não faz a mais pequena ideia do que é isto! Votaram no PS porque sim, porque nos comícios do PS as febras são melhores!?! sei lá... porque sempre votaram PS e o País está bom... por tudo menos pelo programa do PS que esse então mais de 3/4 dos votantes nem a capa viu...

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  4. Não vai ser, porque no meio disto tudo, o dono de Angola, continua a comprar o País á sucapa, a esses badamecos, que o puseram em leilão e ao desbarato.

    Do Alto Hama:
    O BIC, que tem entre os seus principais accionistas, Américo Amorim (o homem mais rico de Portugal com uma fortuna avaliada em 3,106 mil milhões de euros) e Isabel dos Santos (filha do presidente angolano cujo clã representa quase 100% do Produto Interno Bruto de Angola), poderá, assim, estar a encarar o BPN como o instrumento ideal para reforçar a sua presença em Portugal, país onde já tem operações.

    Os investimentos angolanos no mercado de capitais português, que se restringem aos da Sonangol e de Isabel dos Santos, valiam 1813 milhões de euros no início de Setembro, o que representava três por cento do total da capitalização bolsista do principal índice do país, o PSI 20.

    O parceiro de Isabel dos Santos no BIC, Américo Amorim, é dono da maior corticeira mundial e ambos estarão também ligados na maior empresa portuguesa, a Galp Energia. A Amorim Energia, (titulada por uma entidade offshore, “Esperanza”), que tem mais de um terço do capital da Galp, é participada em 45% pela Sonangol, estando os restantes 55% repartidos por grupo Amorim, Caixa Galicia e duas entidades "offshore" anónimas, que se julga poderem estar ligadas à maior empresária angolana.

    Acresce que a petrolífera angolana começou a comprar acções do BCP, detendo já dez por cento o que, ao valor de cotação de 1 de Setembro, valiam 424 milhões de euros. Mais recentemente, Isabel dos Santos, através da Santoro, ficou com os 9,7 por cento do BPI que estavam nas mãos do BCP.

    No “ranking” que analisa a corrupção em 180 países, Angola está na posição 158. Portugal? Bem, Portugal está numa fase de “face oculta”.
    Orlando Castro.

    Isto assim, não haja dúvida que estamos a norte, mas cada vez mais a sul de Marrocos.
    Era bom, não ficarmos quietinhos á espera!

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  5. Voz a 0 db,

    Nem 1/1000, quanto mais 1/4 (pura ironia)! Mas nestas circunstâncias não mais poderemos esperar do que sageza de TODA a oposição (uma impossibilidade por definição), ou então estou com a ironia de MFL e façamos tudo o que é preciso em 6 meses de ditadura.

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