Hoje, em casa do meu filho mais novo comuniquei-lhe este meu desiderato. Olhou para mim esbugalhado como se eu tivesse declarado que me ia inscrever no Partido Comunista. Mas perante a minha seriedade, lançou uma gargalhada. Nenhum incentivo, nenhum apoio. Senti-me vexada.
Vim para casa a pensar no que deveria fazer para atingir os meus objectivos. Ao espelho ensaiei. Tirando o rosto que podia adaptar, faltavam-me quesitos essenciais.
Primeiro: o cabelo. Este teria que ter o dobro do comprimento. Solução: uma coisa que me dizem colar-se aos ditos e se chama de "extensões". Mas como é que, depois, o meu amor passa os dedos na minha farta cabeleira cheia de colagens? Como? Arrepiante!
Segundo: vestuário. Este precisava de ser rejuvenescido. Solução: cortar os jeans tornando-os "piratas", por meio da perna. Achei o efeito vagamente idiota. Seriam as minhas pernas? Não. Não eram. Para pirata faltava-me ser maneta.
Nas blusas, a coisa complicava-se mais ainda, visto que tudo era demasiado old fashion, demasiado fechado. Bom, corta-se e decota-se, pensei. Ensaiei e vi que apenas punha em evidência o lado menos bom do meu físico.
Terceiro: maneira de falar. Boa! tentativa conseguida. Disfarçava muito bem. Conseguia, finalmente, ter um ar de betinha entradota. Mas, apesar de tudo, betinha!
Não cheguei ao quarto item. Percebi a gargalhada filial.
Como irei eu, então, viver a silly season, com tantas limitações pessoais? Alguém me dá uma dica?
H.S.C.
Quem sabe ser feliz não precisa de dicas :)
ResponderEliminarpor favor não introduza um quinto item: "abdicar do riso contagiante". Portugal já tem demasiados problemas, não precisamos de perder a sua sonora gargalhada! que diabos, abro uma petição e peço ao Rui Santos que a divulgue!!!
ResponderEliminarcontinue como está, o proverbial fiel da balança de uma família politicamente polémica.
por mim, continuarei a acompanhar as suas venturas bloguistas com voracidade! com ou sem mudanças!
Basta ser genuína. A roupa não interessa. Quando falo com alguém raramente me lembro da roupa que usavam. Lembro-me porém de tudo o que me disseram.
ResponderEliminarJunto-me a MIA e JORGE.
ResponderEliminarP.Rufino
Querida Helena,
ResponderEliminarTudo o que tem sido e é, em todos os aspectos, batem aos pontos todas as tontinhas da silly season. Não precisa de dicas porque se há alguém que não tem limitações pessoais é a Helena. Sabe uma coisa? Digo-lhe mesmo. Gostava de ter o seu espírito que tão bem a coloca em qualquer situação.
Um beijinho
Para abandonar a ideia,
ResponderEliminaraconselho-a a passar pelo blogue «Marca d'água» de onde acabei de vir. O post mais recente apresenta um diálogo brilhante entre o marido de uma
"dondoca-tia" e os filhos, na praia...
Não sei o endereço mas é da blogspot!
não viver a silly season?!
ResponderEliminarnão lhe ligar, deixar passar, ignorar,
com a distância criada nasce uma zona de conforto que a isola, a abafa e lhe tira protagonismo
as coisas só existem e nos afectam se lhes dermos esse espaço, e se um eu cria um mim, sou eu que me faço ao mim, e o eu dirá "vade retro" sillynoide, forma compacta de silly season idiotóide :-)
:-))
Queridíssima Milady, lembrei-me daquela canção:'Don't go changing... I love you just the way you are...'
ResponderEliminarNa perfeição não se toca.
Só se conjectura; para não se tocar... ;)
Xi-coração apertado.
Querida Helena,
ResponderEliminarMas mudar o quê em si? Não necessita, tem tudo o que é necessário! Tem a vida, o espiríto, a alma, a autenticidade, é genuína, tem o riso, o sorriso, e até as lágrimas se for caso disso. Está óptima, dicas para quem sabe viver e contagiar aqueles que a rodeiam, não necessita. Subscrevo tudo o que já foi dito e, também lembro a canção da Diana Krall "Just The Way You Are".
A gargalhada do filho foi positiva, não!?
Beijo e abraço
... eu arrisco ...
ResponderEliminar:-)
um chapéu?
bjs
Rita V.