Cristiano, que já foi o puto maravilha consagra-se, agora, aos 24 anos, como maior jogador do mundo, que "vale" no mercado noventa e tres milhões de euros. É obra!
Não questiono, não posso, não consigo e não sei o que representa alguém que merece uma tal soma. Apenas posso dizer que fico maravilhada quando o vejo jogar. Mas também fico maravilhada com um quadro, uma ópera, um livro, uma escultura. Cujo apreço económico é infinitesimal ao pé disto.
O que me impressiona, contudo, é algo diferente. Se aceitamos esta base de licitação, pergunto: então quanto valem a cura do cancro, as vacinas que nos protegem das maleitas, a arquitectura que embeleza as nossas paisagens, a engenharia que nos defende de mares e marés, enfim, quanto vale o que tem realmente valor humano?
Fico perturbada quando um neto me põe a questão. Divido-me entre o gosto que tenho pelo espectáculo que Ronaldo me proporciona e um sentido ético da vida que permite operações deste calibre. E, humildemente, conto a verdade ao meu neto. Que, uns segundos depois, me diz que Cristiano Ronaldo deve ser a 8ª maravilha de Portugal no mundo.
Confesso que senti um arrepio na espinha. Será princípio de gripe?!
H.S.C
É arrepiante. O dinheiro envolvido será porventura maior que as exportações de Vinho do Porto? De azeite? De cortiça? Dá que pensar
ResponderEliminara mim preocupa-me o lado ético da questão mas também o lado estético ... (8a maravilha ! estamos mal :-( ... )mas óbviamente , gostos não se discutem e é assim que vai o mundo ... e a nossa imagem de Portugal
ResponderEliminarCara Helena,
ResponderEliminarTal como disse, também eu não sei nem consigo avaliar a justiça deste valor. Mas será que num mundo de carência global onde as estatísticas dizem que uma criança morre a cada 5 segundos, isto é aceitável? E o que vale para a humanidade todas as pesquisas que a ciência enceta e que por vezes, muitas vezes, tão carentes estão de apoio a todos os níveis, especialmente no nosso país, mas que podem vir a ser a salvação de tanta gente ?
E que tal se os homens começassem a perceber que a partilha e a dádiva, passam muito mais por um sentido de altruísmo e entrega do que uma boas fintas e pontapés na bola?
É isso!
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