sexta-feira, 10 de abril de 2009

Medo

"... Tenho medo da Justiça. Tenho medo da incompetência e da discricionariedade. Da falta de prazos e resultados. De não se sancionar quem erra..."
(extracto de um artigo de Ricardo Costa publicado no Expresso de 10/04/09)

Também eu tenho medo. Há uns meses confessei-o ao meu querido amigo Pedro Rolo Duarte. Na altura sentimento difuso mas real.
Agora Ricardo Costa vai mais longe nos seus medos. A mim estes já me chegam. E sobejam...
Porque eu não sei, ninguém sabe, viver amedrontado. Apesar da longa noite fascista, não aprendi. E não quero aprender.
Mas o pior de tudo, é que começo a ter medo de ter medo...

H.S.C

4 comentários:

  1. e bom observar a frequencia maior dos seus textos

    :)

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  2. Não podemos ter medo. Apesar do medo fazer parte de nosso cotidiano de um Judiciário subjetivista aos extremos. Que se utiliza de uma jurisprudência selvagem em suas decisões sem igual. Não, medo, não !
    O medo não nos permite viver, apenas nos permite sobreviver...Temos que lutar por uma transparência ainda que translúcida, pois de outra forma não sentiremos que existimos, não sentiremos que respiramos se nos omitirmos com o poder nas mãos dos maus, ou se não forem maus, nas mãos dos incompetentes que norteiam a quintessência do saber jurídico seja aqui no Brasil ou em Portugal. Até por que não acredito que haja muita diferença, entre esses dois países. Se existe arbitrariedade temos que levar para frente, ainda que saibamos as consequências nefastas que isso pode acarretar para as nossas vidas profissionais e pessoais, devido ao corporativismo selvagem que cerca esta dimensão...

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  3. O medo..., medo disto..., medo daquilo...
    Hoje vive-se com medo..., por vezes, parece que até que com mais medo que noutros tempos em que o medo imperava e as pessoas encolhiam-se, entreolhavam-se a medo, não se tocavam com medo, não falavam com medo... E hoje?... Que medo é este? este medo que parece querer atrofiar-nos, tolher-nos, deixar-nos cada vez com mais medo...
    Eu costumo dizer que não tenho medo ou, aquele que tenho é o de qualquer comum mortal, porque o medo priva-nos de liberdade e, não quero ter esse medo, mas também confesso que neste momento da minha vida também sinto que tenho medo de ter medo..., tudo parece querer levar-nos numa torrente como se não houvesse mais esperança..., eu quero continuar a viver sem medo, não quero senti-lo...
    Obrigada querida amiga Helena
    Beijo
    ElsaT

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  4. Cresci com essa vaga sensação. Até hoje, há quem não fale ao telefone tranquilamente. Resquícios da António Maria Cardoso. Histórias penosas. Memórias do susto.
    E depois, a teia que se espalha sobre tudo, sobre o mundo inteiro, não deixa de nos intranquilizar. E as ondas de maldade crescente. E a batalha diária que a sobrevivência equilibrada obriga...
    O medo é um instinto vital do ser humano.
    Mas, se não o controlarmos, controla-nos ele a nós.
    E isso é que não pode ser!

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