Adolescer é
atravessar uma ponte que não tem corrimão.
É estar no meio do rio: já não se pertence à margem de onde se partiu, mas
também não se alcançou ainda a outra.
É sentir o corpo se alongar antes que a alma aprenda a caber nele.
Há uma
pressa que arde por dentro e, ao mesmo tempo, um medo de crescer rápido demais.
O mundo, de repente, parece grande demais, exigente demais, mas também cheio de
portas abertas que antes não se viam.
O coração se torna um tambor inquieto: pulsa por amizades intensas, por amores
de instante, por sonhos que mudam de forma a cada semana.
Adolescer é
aprender a dizer "eu" sem perder o "nós".
É buscar liberdade e, às vezes, desejar colo.
É se perder em silêncios e se encontrar em gritos.
E no meio de
tantas contradições, há beleza: a coragem de ensaiar quem se é, de experimentar
rascunhos de identidade, de se reconstruir sem pedir licença.
Adolescer é nascer outra vez — só que de dentro para fora.
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