No suave crepúsculo, onde o sol se despede em tons rubros no horizonte, uma
taça de vinho repousa sobre a mesa de madeira. O seu conteúdo, um líquido
carmesim que dança ao sabor do vento. Ao redor, velas lançam as suas chamas
vacilantes, pintando sombras que se entrelaçam na penumbra. É neste cenário que
se desenrola uma dança de aromas e sabores, uma sinfonia para os sentidos.
No copo, o vinho revela os seus segredos, como um amante sussurrando ao
ouvido daquele que o aprecia. Os seus aromas desprendem-se delicadamente,
seduzindo com notas de frutas maduras, especiarias e terra húmida. Cada gole é
como um beijo roubado, suave e profundo, que desperta emoções há muito
adormecidas.
E então, os lábios se encontram, num encontro tão antigo quanto o próprio
vinho. O calor da taça contrasta com o frescor dos lábios, criando uma sensação
única de prazer. Os beijos são como uvas maduras, explodindo em doçura e
desejo, enquanto o vinho desce pela garganta, aquecendo o corpo e a alma.
Neste momento mágico, não há pressa, apenas a cadência tranquila do tempo
que se desenrola como um rio preguiçoso. Cada gole, cada beijo, é uma
celebração da vida, uma fuga para um mundo onde as preocupações se dissolvem
como a névoa ao sol da manhã.
E assim, entre risos e suspiros, entre promessas e segredos sussurrados, o vinho e os beijos se entrelaçam numa dança eterna, lembrando-nos que a verdadeira felicidade reside nos prazeres simples da vida, como um bom vinho compartilhado com alguém especial, num momento que nunca será esquecido.
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ResponderEliminarSou abstémio há muitos anos.
ResponderEliminarE nunca consegui gostar de vinho.
Tinto, então, era uma desgraça.
Cada vez que tentava havia vómito.