domingo, 11 de fevereiro de 2024

VINHO E BEIJOS

No suave crepúsculo, onde o sol se despede em tons rubros no horizonte, uma taça de vinho repousa sobre a mesa de madeira. O seu conteúdo, um líquido carmesim que dança ao sabor do vento. Ao redor, velas lançam as suas chamas vacilantes, pintando sombras que se entrelaçam na penumbra. É neste cenário que se desenrola uma dança de aromas e sabores, uma sinfonia para os sentidos.

No copo, o vinho revela os seus segredos, como um amante sussurrando ao ouvido daquele que o aprecia. Os seus aromas desprendem-se delicadamente, seduzindo com notas de frutas maduras, especiarias e terra húmida. Cada gole é como um beijo roubado, suave e profundo, que desperta emoções há muito adormecidas.

E então, os lábios se encontram, num encontro tão antigo quanto o próprio vinho. O calor da taça contrasta com o frescor dos lábios, criando uma sensação única de prazer. Os beijos são como uvas maduras, explodindo em doçura e desejo, enquanto o vinho desce pela garganta, aquecendo o corpo e a alma.

Neste momento mágico, não há pressa, apenas a cadência tranquila do tempo que se desenrola como um rio preguiçoso. Cada gole, cada beijo, é uma celebração da vida, uma fuga para um mundo onde as preocupações se dissolvem como a névoa ao sol da manhã.

E assim, entre risos e suspiros, entre promessas e segredos sussurrados, o vinho e os beijos se entrelaçam numa dança eterna, lembrando-nos que a verdadeira felicidade reside nos prazeres simples da vida, como um bom vinho compartilhado com alguém especial, num momento que nunca será esquecido.

2 comentários:

  1. Sou abstémio há muitos anos.
    E nunca consegui gostar de vinho.
    Tinto, então, era uma desgraça.
    Cada vez que tentava havia vómito.

    ResponderEliminar