Há muitos anos que desejava passar um Natal tranquilo, sem o bulício das festas e de quem se vê apenas nesta época. Por muitas e variadas razões, o milagre aconteceu este ano. E nessa vivência de extrema simplicidade, senti que estava mais perto daquilo que a época significa, contrária às habituais despesas vertiginosas que a caracterizam.
Para quem é cristão, o nascimento de Jesus representa tudo menos gastos em coisas desnecessárias ou ceias feitas de comida gourmet, encomendada nas lojas da especialidade. Não me lembro de quando nasceu este hábito luxuoso, mas quando eu era criança, quer o repasto, quer os presentes, eram feitos pelas nossas próprias mãos e, essa, era a mais valia da oferta.
O frenesim dos testes, as compras de ultima hora e o esgotamento físico e psicológico com que se chegou ao dia 26 foram enormes. Haverá, agora, o descanso de dois dias e a maratona recomeça para a passagem do ano. E, tudo isto, em clima de pandemia que aconselha recato e cuidado. Por nós e pelos outros a quem possamos fazer mal.
Por isso, volto ao principio, à tranquilidade e despojo que consegui ter neste tempo, em que só o Menino, acabado de nascer, reinou entre nós. Não houve fanfarras, não houve prendas, mas houve amor, carinho, afeto e esperança. Foi, finalmente, o Natal com que sonhava há muitos anos.
Embora seja uma otimista nata, sei que o ano de 2022 não vai ser fácil. Consequências, creio, da minha profissão de economista e de poder ler, talvez mais fundo, aquilo que vamos sabendo, apesar de envolto na muita neblina das eleições à vista. Não sendo nada sebastianista e, ao contrário, sendo muito pragmática, o que peço para todos nós, é que saibamos ler os sinais e mantenhamos a esperança de que, acordados e unidos, talvez nos tornemos mais fortes para suportar o embate que pode vir!
HSC
Dr.ª Helena! Como eu a compreendo! Faço minhas as suas palavras. Tenho a mesma sensação em relação ao Natal. Não gosto da euforia dos últimos tempos antes da pandemia. Mas este ano já me parece que houve mais consumismo que o ano passado. Por um lado faz falta para a economia não parar. Mas eu também me senti muito bem este ano no recato da minha casa, sem ajuntamentos e sem prendas. Vivi apenas o espirito de Natal, tranquilo e em paz, apenas com a família da casa, cumprindo as regras e os cuidados aconselhados. Como a Dr.ª Helena diz "por nós e pelos os outros".
ResponderEliminarDesejo-lhe muita saúde e um bom ao 2022 para si e família.
Uma admiradora que adora ler a sua escrita. Maria
🌷
ResponderEliminarSra Dra Helena,
ResponderEliminarConcordo com o que diz, os presentes e banquetes nada me dizem.
Cumprimentos e bom ano!
Sandra