segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Guiada pelas estrelas


Falei-vos, há uns dias, da surpresa que tinha tido por receber em casa um livro com o titulo deste poste e cuja autora era Maria Helena Barradas, uma velha amiga dos tempos de liceu. Era um primeiro livro, feito aos 80 anos, de uma pessoa que tinha tido uma vida extremamente interessante, quer pessoal quer profissionalmente. E prometi que o iria ler e depois escrever sobre ele.

Num tempo muito ocupado, li-o durante uma semana com toda a atenção. Primeiro, a autora tem um domínio da língua evidente; depois a história é de uma grande riqueza emocional. Escrita umas vezes na primeira pessoa do singular, outras, na terceira pessoa, a história vai fluindo como se fizéssemos parte dela.

Percebe-se que ali está muito de autobiográfico, mas o olhar de quem escreve é o da serenidade, o de quem fez, há muito tempo, pazes com a vida. A mim, que presenciei alguns daqueles anos, tocou-me a ternura com que o passado e o presente são olhados.

Num período de pandemia e de uma certa forma de agressão verbal que caracterizou os últimos meses da sociedade portuguesa, a leitura desta vida passada ao papel, traz-nos alguma paz interior. Só isso bastaria para eu aconselhar a sua leitura . Mas a obra vai muito mais longe e aponta para que, cada um, antes de tudo o mais, se saiba perdoar a si próprio. A não perder!

HSC

3 comentários: