segunda-feira, 19 de julho de 2021

Por outro lado

Há muitos anos que não lia tanto como neste último da pandemia. E o que é curioso é que li, sobretudo poesia - muito boa - e, surpreendam-se, livros de economia, de história e de sociologia. O resultado foi tão compensador que, este fim de semana, perguntei a mim própria, como foi possível terem-me passado ao lado, alguns livros recentes, essenciais a quem nunca deixou de estudar questões económicas, pois economista é o que considero que sou por gosto e formação. É maravilhoso e, simultaneamente, surpreendente, verificar a evolução que se tem vindo a dar nestas áreas.

Menos feliz tenho sido nos concertos e nos ballets, espetáculos que antes não perdia e que, neste período, têm sido mais negligenciados. Já o cinema, uma das minhas grandes paixões, perdi-o quase completamente, nas salas que lhe são dedicadas e onde gosto de os ver. Compensei com as várias plataformas existentes, mas o facto é que vê-los na penumbra do meu quarto ou da sala não dá o mesmo prazer.

Levada,  quase à força pelo meu filho mais novo, assisti a um bom filme numa hora indigesta. Antes, clamava porque ele só queria ir às sessões da meia noite e eu detestava vir para casa sem parar num lugar calmo para beber e comer algo, antes de me deitar. Agora, ando tão habituada a estar em casa que virei doméstica quer a trabalhar ou a ler e, faço votos para que que ninguém me perturbe...

Enfim, o sol deixa-me como os lagartos. Detesto apanhá-lo, mas não posso andar o verão todo a fugir dele. Assim, este fim de semana silencioso, permitiu-me ler, ouvir música, pensar e ficar em casa, dando graças a Deus por filhos e netos, serem gente adulta com vida própria.

Foram todas estas circunstâncias que permitiram, afinal, que eu fizesse o balanço da minha valorização pessoal em período de pandemia. E conclui, como sempre, que em quase tudo que de mau acontece, há sempre um lado bom escondido, de que nem sempre nos apercebemos!

HSC

11 comentários:

  1. Fico feliz por si, Dra. Helena.

    Já dizia o "Candinho" personagem 'chucro', mas com um coração de mel, de uma novela brasileira, onde pudemos ver uma Elizabeth Savalla sibilante, ambiciosa e, simultâneamente, deliciosa, pois dizia eu, parafraseando o Candinho: "Quando acontece alguma coisa de ruim na vida da gentchi, vem pra melhorá".

    Que continue a sentir-se bem na sua companhia, esteja onde estiver, é o que lhe desejo. A par de muita saúde, claro.

    Um abraço.

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  2. Não faça o que fazem as mulheres, e alguns homens!!, aqui em Macau - que é andar de guarda-chuva aberto para se proteger do sol.
    Inestético, feio, idiota.

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  3. "E conclui, como sempre, que em quase tudo que de mau acontece, há sempre um lado bom escondido, de que nem sempre nos apercebemos!"

    Identifiquei-me nas suas palavras e destaco principalmente estas que pus aqui.

    Um abraço de bom dia

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  4. É o que se chama aproveitar bem o tempo!

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  5. Que amuse-bouche delicioso! Será que nos vai dar a provar algum desses pratos gourmet, please!

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  6. Já há meses que não passava por aqui, mas hoje queria dizer-lhe que me identifico quase a 100% com o seu post, palavra por palavra. Tenho escrito n meu diário, mas não no blogue que há muito está parado. A pandemia veio revelar-me que é bom ter interesses intelectuais que não passam pela sociabilização, nem pelos eventos culturais, nem sequer pelos encontros familiares. Poder fruir do silêncio e solidão da nossa casa, saber que a TV pode estar desligada durante dias, aproveitar o tempo para ler - seis livros no ultimo mês, segundo o relatório do Kindle :) - sem deixar de passear no Botânico e respirar o ar fresco das árvores centenárias, onde Sophia deixou a sua marca. Tudo isso me enche de paz e serenidade.As duas tomas da vacina talvez me protejam do vírus, mas nunca fiando, o melhor é continuar no meu cantinho a cantar baixinho.

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  7. Amei este post!
    Gostava de ler quando postava os seus comentários sobre filmes.
    Vai partilhar alguma das suas leituras?
    Agora é só política, e sabemos que o tema não faz parte das suas preferências.

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  8. O filme de animação «DILILI À PARIS» de 2018 vai passar na próxima 4ªf 28 de Julho às 20:50 (hora francesa) no canal ARTE (NOS/229).
    Ainda não vi mas penso que tão importante como a história de DILILI, uma menina da Nova Caledónia, que em si já levanta questões próprias do nosso tempo, é a Paris da Belle Époque, altura em que Paris era a capital da cultura. Aparecem Renoir, Manet, Debussy, Satie, Proust, Rodin, Camille Claudel, Marie Curie, Picasso, além de museus, a Torre Eiffel, Montmartre o Moulin-rouge, as Tulleries, etc.

    youtube.com/watch?v=HnNOqZsdAOw

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  9. Faz muito bem protejer-se do Sol cara Dra

    Infelizmente muitos atletas,desportistas,recrutas,etc,etc são OBRIGADOS a exercer a sua actividade sob temperaturas tórridas e escaldantes pondo a sua vida em risco!



    https://www.noticiasaominuto.com/desporto/1804093/se-morrer-voces-sao-os-responsaveis-medvedev-arrasou-carlos-ramos


    Até quando cá em Portugal e pelo mundo fora os presidentes das Federações e dos países vão continuar a assistir a esta violência e a não fazer absolutamente NADA?!

    Tristeza ter gente incompetente a exercer cargos de chefia em que a vida do próximo depende deles.

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