Há muitos
anos que não lia tanto como neste último da pandemia. E o que é curioso é que
li, sobretudo poesia - muito boa - e, surpreendam-se, livros de economia, de
história e de sociologia. O resultado foi tão compensador que, este fim de
semana, perguntei a mim própria, como foi possível terem-me passado ao lado,
alguns livros recentes, essenciais a quem nunca deixou de estudar questões
económicas, pois economista é o que considero que sou por gosto e formação. É
maravilhoso e, simultaneamente, surpreendente, verificar a evolução que se tem
vindo a dar nestas áreas.
Menos
feliz tenho sido nos concertos e nos ballets, espetáculos que antes não perdia
e que, neste período, têm sido mais negligenciados. Já o cinema, uma das minhas
grandes paixões, perdi-o quase completamente, nas salas que lhe são dedicadas e
onde gosto de os ver. Compensei com as várias plataformas existentes, mas o
facto é que vê-los na penumbra do meu quarto ou da sala não dá o mesmo prazer.
Levada,
quase à força pelo meu filho mais novo, assisti a um bom filme numa hora
indigesta. Antes, clamava porque ele só queria ir às sessões da meia noite e eu
detestava vir para casa sem parar num lugar calmo para beber e comer algo,
antes de me deitar. Agora, ando tão habituada a estar em casa que virei
doméstica quer a trabalhar ou a ler e, faço votos para que que ninguém me
perturbe...
Enfim, o
sol deixa-me como os lagartos. Detesto apanhá-lo, mas não posso andar o verão
todo a fugir dele. Assim, este fim de semana silencioso, permitiu-me ler, ouvir
música, pensar e ficar em casa, dando graças a Deus por filhos e netos, serem
gente adulta com vida própria.
Foram todas estas circunstâncias que permitiram,
afinal, que eu fizesse o balanço da minha valorização pessoal em período de
pandemia. E conclui, como sempre, que em quase tudo que de mau acontece, há
sempre um lado bom escondido, de que nem sempre nos apercebemos!
HSC
Fico feliz por si, Dra. Helena.
ResponderEliminarJá dizia o "Candinho" personagem 'chucro', mas com um coração de mel, de uma novela brasileira, onde pudemos ver uma Elizabeth Savalla sibilante, ambiciosa e, simultâneamente, deliciosa, pois dizia eu, parafraseando o Candinho: "Quando acontece alguma coisa de ruim na vida da gentchi, vem pra melhorá".
Que continue a sentir-se bem na sua companhia, esteja onde estiver, é o que lhe desejo. A par de muita saúde, claro.
Um abraço.
Não faça o que fazem as mulheres, e alguns homens!!, aqui em Macau - que é andar de guarda-chuva aberto para se proteger do sol.
ResponderEliminarInestético, feio, idiota.
"E conclui, como sempre, que em quase tudo que de mau acontece, há sempre um lado bom escondido, de que nem sempre nos apercebemos!"
ResponderEliminarIdentifiquei-me nas suas palavras e destaco principalmente estas que pus aqui.
Um abraço de bom dia
ResponderEliminarÉ o que se chama aproveitar bem o tempo!
Que amuse-bouche delicioso! Será que nos vai dar a provar algum desses pratos gourmet, please!
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ResponderEliminarJá há meses que não passava por aqui, mas hoje queria dizer-lhe que me identifico quase a 100% com o seu post, palavra por palavra. Tenho escrito n meu diário, mas não no blogue que há muito está parado. A pandemia veio revelar-me que é bom ter interesses intelectuais que não passam pela sociabilização, nem pelos eventos culturais, nem sequer pelos encontros familiares. Poder fruir do silêncio e solidão da nossa casa, saber que a TV pode estar desligada durante dias, aproveitar o tempo para ler - seis livros no ultimo mês, segundo o relatório do Kindle :) - sem deixar de passear no Botânico e respirar o ar fresco das árvores centenárias, onde Sophia deixou a sua marca. Tudo isso me enche de paz e serenidade.As duas tomas da vacina talvez me protejam do vírus, mas nunca fiando, o melhor é continuar no meu cantinho a cantar baixinho.
Amei este post!
ResponderEliminarGostava de ler quando postava os seus comentários sobre filmes.
Vai partilhar alguma das suas leituras?
Agora é só política, e sabemos que o tema não faz parte das suas preferências.
Notável
ResponderEliminarVasco
O filme de animação «DILILI À PARIS» de 2018 vai passar na próxima 4ªf 28 de Julho às 20:50 (hora francesa) no canal ARTE (NOS/229).
ResponderEliminarAinda não vi mas penso que tão importante como a história de DILILI, uma menina da Nova Caledónia, que em si já levanta questões próprias do nosso tempo, é a Paris da Belle Époque, altura em que Paris era a capital da cultura. Aparecem Renoir, Manet, Debussy, Satie, Proust, Rodin, Camille Claudel, Marie Curie, Picasso, além de museus, a Torre Eiffel, Montmartre o Moulin-rouge, as Tulleries, etc.
youtube.com/watch?v=HnNOqZsdAOw
Faz muito bem protejer-se do Sol cara Dra
ResponderEliminarInfelizmente muitos atletas,desportistas,recrutas,etc,etc são OBRIGADOS a exercer a sua actividade sob temperaturas tórridas e escaldantes pondo a sua vida em risco!
https://www.noticiasaominuto.com/desporto/1804093/se-morrer-voces-sao-os-responsaveis-medvedev-arrasou-carlos-ramos
Até quando cá em Portugal e pelo mundo fora os presidentes das Federações e dos países vão continuar a assistir a esta violência e a não fazer absolutamente NADA?!
Tristeza ter gente incompetente a exercer cargos de chefia em que a vida do próximo depende deles.
🌷
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