Depois de 4 meses passados entre os corredores da casa e duas idas ao Hospital, no ultimo sábado dei o grito do Ipiranga e resolvi fazer o que mais gostava, isto é "flanner". Não como em Paris que o fazia diariamente, mas adaptando-o ao sol intenso e ao mau estado geral das ruas onde moro dividida entre "queques" e gente pobre. Ou seja uma razoável mistura daquilo que, ainda hoje, é a população nacional.
Estes 120 dias de vaguear entre a sala, o escritório e o quarto. se foram completamente insólitos, permitiram que eu me pensasse, me analisasse, tomasse decisões e encarasse com alguma bonomia o que Ele, lá em cima, determinar que devo andar cá em baixo. Foi, sei-o hoje, uma dádiva cruel, mas de grande útilidade.
Neste preciso momento, não sei quem são as pessoas que voltarei a beijar ou abraçar. Nem sequer filho ou neto, que pouparei enquanto puder. Mas descobri, na realidade, que na vida nada mais importa que o afecto. E hei-de contar-vos como uma pessoa otimista como julgoo ser, viveu cada um destes dias em que fiz imensas descobertas sobre mim própria e sobre ou outros!
HSC
Como gosto das suas palavras. Sempre optimista e sabendo encarar a realidade. Muito obrigada. Bem haja.
ResponderEliminarEsse GRITO de alegria foi tão forte que até aqui chegou !
ResponderEliminarMelhores cumprimentos.
Dra É um gosto lê-la. Há sempre uma alegria e uma esperança latente em tudo o que escreve.
ResponderEliminarQue segredo maravilhoso será esse que a faz ultrapassar todas as dificuldades, sem ir ao chão? Abençoada seja por já me ter dado animo tantas vezes!
Vitorino
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ResponderEliminarMilady
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~~~$$$$$$"`$ Faça da sua vida uma canção!
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Ghost
Estar preso em casa é claustrofóbico.
ResponderEliminarComo escolhemos passar tempo em casa é agradável.
Sermos obrigados a isso?
Um castigo!
HSC, não é a H. que os poupa como diz “ Nem sequer filho ou neto, que pouparei enquanto puder.” Não somos nós que os podemos infetar mas sim eles a nós se assintomáticos ou não!!! Criou-se a ideia que os velhos são o perigo e raramente se pensa que são as vítimas!!
ResponderEliminarOlá Dalma
ResponderEliminarAcredite que sou tão avara da família, que não poder abraçar e beijar filo, neto, irmão, cunhada, sobrinhos, ma criou uma tal bolsa de afectos - foi esse o sentido do meu "poupar" - que quando for possível fazer-lo -se voltar a ser - eu desfaço-os com a saudadesi que tenho deles. É um sacrifício que faço e ofereço diariamente a Nossa Senhora!
Compreendo agora, Helena! Espero que possamos realmente abraçá-los logo que possível! Até lá recuso-me a vê-los a dois metros, eu sou assim, ou tudo ou nada!
ResponderEliminarHá bastantes anos em Berlin, era eu bem mais nova, comprei um postal a preto e branco daqueles mostravam os tempos da divisão, era uma família jovem que levantava nos braços um bebé e o mostrava aos avós que estavam do lado de lá do arame farpado! Já não sei onde anda o postal, mas a imagem vem-me agora á mente quando nos dizem que os netos e até filhos não nos podem abraçar e que só nos podemos ver ao longe!!
Querida Helena, admiro a sua capacidade optimista e gosto muito de ler as suas palavras. Ainda bem que as partilha, obrigada.
ResponderEliminarA vida, na verdade, não é o tempo que passa, mas aqueles momentos em que o tempo parece não passar.-Susana Urquiza
ResponderEliminarPS- Excelêntissima senhora Dra. Helena Sacadura Cabral, espero que este pesadelo possa passar rapidamente e, como sempre, com aquele sorriso e encorajamento para viver que bem a caracteriza, seja ou/é um começo de fim a esta desolação. Animo a todos(as)! E nunca decair-nos!-Tudo vai passar. Que a força do seu e de muitos sorriso(s) não se percam nunca!-Morgadinha