domingo, 1 de dezembro de 2019

De novo, a regionalização...

..."Enquanto o país anda distraído com as peripécias da deputada Joacine e o anedotário dos cofres de José Sócrates, estão a ser tomadas decisões que ninguém sufragou e que comprometem o nosso futuro: os autarcas, comissários, gente que vive no Estado e do Estado reuniu-se num encontro da Associação Nacional de Municípios Portugueses e, fazendo tábua rasa do referendo de 1998, anunciaram ao país que a regionalização é para avançar. António Costa idem e Marcelo disse que não e talvez sim um bocadinho."...

                                    Helena Matos in Observador


A regionalização foi a única vez em que, publicamente, integrei um grupo que defendia objectivos de natureza política. O mesmo viria a sair vencedor no referendo de 1998. E o seu comportamento foi, aliás, exemplar. Criado com fins perfeitamente definidos, logo que o seu objectivo foi alcançado, apresentou contas e naturalmente desfez-se. 
Tenho a ideia, vaga, de que, à época, Marcelo estava connosco e contra a regionalização. Não asseguro o nome dele, mas lembro muitos outros, pessoas muito respeitáveis, que deram a cara pelo projecto.
Passaram uns anos e o processo de aprovação, em secretaria, da mesma regionalização que foi chumbada pelo referendo de 1998, está em marcha desde Julho deste ano, pela mão de João Cravinho, na qualidade de Presidente da Comissão Independente para a Descentralização.
O assunto é demasiado grave e tem implicações tão sérias para o país, que não consigo acreditar que tal decisão vá por diante, sem que sejamos todos chamados a pronunciar-nos sobre a questão. Aguardemos pois que os portugueses acordem e estejam atentos ao que se está a passar...

HSC

5 comentários:

  1. Pois eu asseguro que o PR foi uma das vozes que publicamente se pronunciou contra o processo de regionalização e a proliferação de prebendas a que potencialmente daria origem.
    Boa semana

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  2. e o processo segue em 2020 no meio do desinteresse por parte do votante

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  3. a REGIONALIZAÇÃO É algo que vai continuar a andar por falta de tachos noutras opções

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  4. Como também diz hoje, 2 dez., Luis Rosa no Observador, "o problema da regionalização é muito simples de resolver(...)o que foi derrotado em referendo, só pode ser revertido em referendo. Nem mais, nem menos". O texto devia ser lido na íntegra por toda a gente.

    Se formos chamados para novo referendo, será melhor estarmos preparados para a poderosíssima máquina de propaganda do governo, que há-de colocar os seus influencers em tudo quanto é televisões, rádios e jornais de forma a condicionar a opinião dos cidadãos. Já estão a baralhar as pessoas, levando-as a confundir Descentralização (desejável) com Regionalização. Não sei se é com má fé.
    Gl

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  5. Para haver uma regionalização séria era necessário que as autarquias fossem escrutinadas e que os fundos das mesmas se destinassem a melhoria dos locais e não de meia dúzia de caciques que dominam a população. Viu-se o que aconteceu com as verbas dadas aquando dos incêndios, beneficiou delas que pode e que não tem pingo de vergonha na cara. Não acredito em regionalização nesta democracia de influências.

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