terça-feira, 8 de outubro de 2019

Partiu Manuela Silva


Conheci Manuela Silva depois de me ter tornado amiga de Lurdes Pintassilgo e ao mesmo tempo de Adérito Sedas Nunes e João Salgueiro. Todas estas pessoas deixaram em mim uma marca que, ao longo da vida, jamais se desvaneceu. De cada uma e de cada um recebi ensinamentos. 
Acabo de ter conhecimento da morte da Manuela, tendo já perdido o Adérito e a Lurdes. Aos poucos, devagarinho, vão-se esvanecendo bocados de mim.
A Manuela, com aquele seu olhar límpido que todos lhe conhecíamos, era muito mais que a Presidente do Movimento Internacional dos Intelectuais Católicos, ou da Comissão Justiça e Paz ou da Fundação Betânia. 
Ela foi a pioneira do desenvolvimento comunitário em Portugal e era alguém profundamente preocupada com as desigualdades ou com a injustiça social.
Guardo e guardarei sempre dela a imagem da colega, da amiga e da profissional que nunca se dobrou perante aquilo em que não acreditava. 
E, quem sabe, talvez por isso, fosse menos ouvida, conhecida e admirada do que devia. Em Portugal as ideologias ainda separam muito as pessoas...

HSC

5 comentários:

  1. Nos anos 80, na faculdade, tive conhecimento dos primeiros estudos científicos sobre a pobreza e a exclusão social em Portugal, estudos que Manuela Silva coordenou com Bruto da Costa.
    Como economista e professora universitária, MS defendia uma economia ao serviço das pessoas e não do capital, e criticava as economias que geram pobreza.
    Defendeu até ao fim várias causas, entre elas que a pobreza fosse considerada uma violação dos direitos humanos. Hoje não existem muitas pessoas com a postura íntegra de MS, hoje existem sobretudo interesses e corrupção.
    Muita paz para MS.

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  2. Existem muitas pessoas em Portugal que deviam ser mais conhecidas. Mas não, estamos na época dos famosos sem obra!

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  3. Também me lembro muito bem dela da Capela do Rato, onde tinha um papel muito activo e interventivo, era eu uma adolescente.

    Um grande beijinho, Helena

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  4. Nos últimos anos MS deu especial atenção aos problemas ambientais, que considerava consequência de uma má distribuição da riqueza, dos investimentos que destroem o planeta, da excessiva exploração dos recursos, tendo como causa os novos pobres.

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  5. Lamento muito a sua morte.
    Os meus sentidos pêsames.
    Que descanse em paz.
    Os meus cumprimentos.
    Irene Alves

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