terça-feira, 8 de outubro de 2019

Grande Fernanda Montenegro!


Uma mulher extraordinária a falar pela boca de outra mulher igualmente singular!

HSC

8 comentários:

  1. Duas mulheres, Fernanda Montenegro que faz agora em Outubro 90 anos e mais de 70 como actriz, e Simone de Beauvoir que teria agora cerca de 110 anos, e que teve a coragem de lançar (estávamos em 1949) a reflexão sobre a desigualdade entre homens e mulheres, ao escrever o célebre «O Segundo Sexo».
    Este livro esteve na lista negra do Vaticano, porque põe em causa a definição biológica e o papel social conservador da mulher, tratando temas até aí menosprezados.
    Recentemente Fernanda M, grande actriz do teatro brasileiro, foi maltratada e ofendida pelo bolsonarista diretor do Centro de Artes Cénicas.
    Na apresentação da sua autobiografia, FM afirmou que, no Brasil actual, os livros e a cultura «são actos de resistência».
    Hoje em Portugal, vão surgindo os primeiros casos de extrema direita e populismo, com Fátima Bonifácio, e agora a chegada ao parlamento do Chega com um representante. Torna-se necessário entendermos que fenómeno é este que despreza a cultura, o ambiente, o ser humano. E não nos ficarmos só pela estranheza.

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  2. Sem dúvida uma grande "diseur" (ou "diseuse", neste caso).
    Obrigada por este momento, Helena!
    Um grande abraço
    ST

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  3. O que aconteceu no Brasil com Fernanda Montenegro devia encher de vergonha quem tal mandou e quem tal permitiu.
    Li Simone de Beauvoir quando tinha 25 anos e foi algo que deixou em mim uma marca profunda. Nem sempre estive de acordo com ela nem com Sartre, mas foi, à época, indubitavelmente muito importante, até na querela com a Igreja, que leva sempre muito tempo a assimilar o que é importante.
    E sexualidade é matéria muito pessoal, onde impera a liberdade consensual e na qual a religião, até por respeito para com cada um, devia estar o mais afastada possível.
    Felizmente vão aparecendo jovens padres e gente da cultura que tem diferentes leituras nessa área.

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  4. Imagino o que seria ler Simone de Beauvoir com 25 anos, logo, em 1950 e tal, num Portugal tão repressivo.
    A HSC também faz parte deste grupo de mulheres emancipadas, embora muito diferente de Beauvoir.
    Para nós mulheres de gerações mais recentes, o lugar de Simone B, com o tempo, está definido, mas na época, ele foi criticada por mulheres e por homens, mesmo por intelectuais, que receberam as suas ideias sobre a opressão feminina e a sua independência, com indignação.

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  5. Este texto é lindo e mostra-nos como a idade é vivida por cada um de forma pessoal.
    E a Fernanda Montenegro diz o texto como só ela. Está tudo na sua maneira de dizer: simplicidade, sentimento, reflexão, aceitação, inquietação qb, maturidade, juventude, e muito mais.
    «Ao meu passado devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura, e o meu corpo.»
    De que obra de S Beauvoir será?
    Agradeço, vou enviar este vídeo a algumas pessoas «mais crescidas» que conheço, e sei que vão gostar.

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  6. A filha de FM disse «Fizemos do limão limonada» referindo-se ao enorme apoio que foi dado à mãe quando foi insultada por elementos do regime de Bolsonaro.
    Foi tb criado o hashtag «Todos somos Fernanda».

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  7. Maravilhosa, como sempre. Só uma Fernanda Montenegro diria este texto de uma maneira que nos toca fundo.

    PS: Não concordo, nem acho que Fátima Bonifácio, seja ou represente os populismos e extrema direita. Diz sim, umas quantas verdades, mal compreendidas ou aceites por alguns.

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  8. (Esta análise põe de parte questões complexas como racismo e xenofobia, pouco relevantes para a mesma).
    F Bonifácio é uma historiadora, um membro da academia, é muito pouco provável que não saiba distinguir o pensamento científico das generalizações não fundamentadas que debitou.
    Este facto levou muita gente a pensar que o carácter primário das suas afirmações foi propositado, usando estratégias de extrema-direita- um discurso básico, não científico, em que a força domina a razão.
    Estas são algumas «verdades mal compreendidas ou aceites por alguns»

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