sábado, 3 de agosto de 2019

Votar em quem?

Não me lembro de ver um governo com tantas trapalhadas juntas. Se o país fosse de direita, onde não estariam já os respectivos responsáveis.
Ora é nesta pequena palavra que residem todos os nossos problemas. Há quem lhe chame corrupção, mas para mim, mais importante que a dita, é a falta de responsabilidade. Ou seja, Portugal é um país com grande dose de irresponsáveis.
Morrem militares em treino, roubam-se armas, juntam-se uns milhões de solidariedade nacional para ajudar nos incêndios e parte desse dinheiro vai para outras finalidades; empresas de electrodomésticos doam equipamento para as casas ardidas e o mesmo fica fechado a degradar-se e até a ser roubado; a saúde publica não cura e esperemos que não mate; os contratos do governo com os seus familiares são a norma que se aceita, apesar da lei os proibirem; compra-se, sem concurso, material anti fumo, a um familiar de um governante, pelo dobro do preço e afinal o dito abre buracos e deixa entrar o que tinha a obrigação de proteger. Tudo isto existe, tudo isto é triste e, a juntar, o país tem o azar de ter uma oposição tão fraquinha, que nada do descrito tem consequências.
Entretanto os ministros, ocupados com férias ou campanhas políticas, face à greve dos combustíveis, sugerem que nos abasteçamos. Como? Levando gasolina para casa, remédios em dose suficiente para não morrer e enchendo ao limite, a despensa? Para depois, quem não precisa, ir vender a alto preço no mercado paralelo?
Depois de todas estas benfeitorias, ainda querem que o pessoal vote em Outubro? Em quem? Na situação ou na oposição que não sabe se-lo? É difícil escolher, porque nem o critério do mal menor tem aqui qualquer validade.
Mas viva o Portugal moderno, tecnológico, culto e democrático. E viva o PS, claro!

HSC

8 comentários:

  1. Os então responsáveis da direita portuguesa cometeram disparates atrás uns dos outros. Ficou-lhes no currículo, para sempre. Sem moral para o que quer que seja a não ser fingirem que não existem que a malta agradece.
    De tudo o que li no texto, não vislumbro nada, rigorosamente nada que não tenha acontecido em governos anteriores, principalmente no que juntou PSD ao CDS.
    Há coisas mal feitas? Há, sem dúvida! Não me parece, contudo, serem objecto de reparos que têm, não duvido, a missão de desmobilizar o povo que anseia por Outubro para dizer de sua justiça.

    Com consideração e estima, cumprimento-a.

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  2. Caro Realista
    Ainda bem que em Outubro irá tranquilamente votar. É sempre gratificante saber que há quem acredite que não há grandes diferenças entre os vários governantes e que todos eles fizeram as "mesmas coisas". A mim, é justamente isso que me preocupa. Se fazem o mesmo, quem devo escolher? Ou posto de outro modo: devo escolher? Com que critérios, se acredito pouco no que fazem ou fizeram?
    Infelizmente não tenho a sua confiança no futuro, nesta matéria. Talvez porque já vivi muito, já vi muito e apesar de pertencer a uma familia de politicos, nenhum me apanhou ou inibiu de dizer o que penso. Nem tão pouco de manifestar as minhas dúvidas. Nisso, como em muitas coisa da minha vida, sou muito pragmática e pouco utópica. Bato-me por aquilo em que acredito...mas preciso muito de acreditar.

    Com os meus cumprimentos

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  3. Caríssima Helena:

    Desculpe indicar-lhe o blog "O Insurgente" que publicou ontem, 3/agosto, uma sondagem à Geringonça... Veja lá se isso a ajuda! O seu interveniente Realista, por certo o consultou e deve ter "assinalado" com uma cruzinha no último item. Ele há cada distraído...
    gl

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  4. Será que com tudo isto não haverá consequências em Outubro ? Será estranho!

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  5. Subscrevo totalmente o seu texto.

    Lamento muito que com o PS acha formas

    de agir que já vêm muito detrás…

    Lamento muito que o PPD/PSD esteja no caos

    que está.

    E lamento muito que o PR não assuste em nada

    o PS!

    Os meus cumprimentos.

    Irene Alves

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  6. Não gosto de politica, nunca me dedicaria à política, não me motiva, porque considero que não passa de jogos de poder e mentiras convenientes, e estou de acordo que é difícil decidir onde votar. Entre a Geringonça do PS, PSD, CDS ou a Geringonça PS, BE, PC (que inclui Marcelo RS) prefiro a segunda, e não me parece que uma maioria traga vantagens, como já vimos com maiorias anteriores. Traz arrogância, impunidade, alheamento da realidade, mais favorecimento e tráfico ainda mais despudorado de influência e favores.
    A direita é contra as quotas na universidade, etc, porque nunca precisaram delas, sempre tiveram «quotas invisíveis» chamemos-lhe assim. Tinham (têm) os lugarzinhos à espera (o que é isto senão «quotas»?), desde sempre foram beneficiados, por uma rede muito arraigada de pertença a determinadas famílias e grupos influentes, com condições de êxito escolar incomparavelmente mais favorecidas. E têm paranóia de perder essas benesses que consideram «naturais«, «por nascimento», quase «por direito divino» e que nada têm a ver com meritocracia.

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  7. Que o nosso país não tenha um partido verde, jovem , cheio de vitalidade, diz muito do envelhecimento da política em Portugal e do afastamento dos jovens.
    Não me agrada o PAN, não têm um programa límpido, não se conhecem bem as suas intenções. Sobre os animais, como é sabido, vão surgindo ideias bizarras: li recente/ que um ativista, não sei em que país, defende que não devemos matar os mosquitos que nos picam e causam mal estar, de menor ou maior gravidade.
    O PAN recolhe beatas em garrafões de PlÁSTICO, e não se lhe conhecem outras ações sobre as questões ambientais.Têm o ar de quem não se rala muito.
    Não se sabe se são de direita ou de esquerda.
    Estão muito ligados ao budismo, mas de uma maneira elitista e RADICAL. Avançam com pézinhos de lã, mas são INTOLERANTES.
    Consideram-se superiores e iluminados, acima dos outros humanos. Acreditam na encarnação, por isso defendem os animais, numa próxima encarnação podemos vir como mosquito.
    É conhecida a pouca atenção que dão aos problemas sociais das pessoas, se lembrarmos que uma deputada municipal pelo PAN, xenófoba, acusou uma minoria de sobrecarregar o seu cavalo, uma pileca mal nutrida e mal tratada, mas sem a mínima preocupação e entendimento, das condições de vida dessas pessoas, mal nutridas e mal tratadas.
    Pelo facto de em Portugal existirem minorias em pobreza extrema, não integradas na soc. portuguesa, vítimas de exclusão e perseguição, e ainda muitos idosos e crianças portuguesas, Portugal não reunia as condições mínimas para pertencer à UE, e deveriam ter-lhe sido exigidas, para a sua adesão, propostas de solução para combater as enormes desigualdades da nossa sociedade. Resta saber se essas exigências foram feitas, mas acabou por ficar tudo no papel.
    Ainda hoje existem muitas pessoas, muito fechadas na sua bolha e receosas de perder as suas regalias (que adquiriram sabe-se lá como) que acham que são as minorias quem tem de se integrar, do nada e sem nada, sem entenderem que são necessárias políticas de integração eficazes.

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  8. Caro/a anónimo/a gl
    Não li coisa nenhuma, penso por mim e mais nada. Naturalmente que respeito quem tem ideias diferentes das minhas.

    Caríssima Helena
    Disse o que disse, respondeu o que respondeu e, graças à forma 'limpa' como o fizemos, aceno-lhe com simpatia.
    Grato

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