Na época em que o PCP organizava greves, elas eram cirúrgicas no tempo e no modo. Ao invés, curiosamente, da actual greve dos condutores de transportes de matérias perigosas.
Com efeito, esta foi inicialmente conduzida por um jovem sindicato, não filiado em nenhuma das centrais sindicais, e tem agora uma estratégia negocial jurídica que, em boa verdade, está a dar mais visibilidade ao advogado Dr. Pardal Henriques, que a corporiza, do que ao sindicato que ele diz representar. E, até corre por aí, ser essa a estratégia do síndico, que terá ambições políticas e precisava de se tornar um rosto conhecido. Tirada inteligente, portanto!
Por seu lado, o governo, com o suporte de Marcelo, decretou serviços mínimos altos. Ia indo tudo abaixo com a “brutalidade” da medida, que veio levantar um ponto crucial, que é o de definir, quando e até onde, o direito à greve pode, ou não, ser restringido.
Mas a decisão agora tomada – que contou com a complacência das duas centrais sindicais -, constitui, de certo modo, uma alteração consentida à Lei da Greve. O que mostra bem o poder que um sindicato desalinhado pode ter e põe em evidencia a necessidade, há muito sentida, de rever a lei que está em vigor.
O Dr. Pardal Rodrigues consegue, deste modo, não só parar o país, como mostrar que os sindicatos tradicionais podem estar a perder força e ainda, muito eventualmente, estar a preparar terreno para uma nova carreira, agora na vida política partidária.
Não deixa de ser uma forma original de o fazer, sobretudo, em democracia. Mas também é verdade que já assistimos a casos semelhantes. E ele escolheu, decerto, um bom mestre!
HSC
Não me admira que isto tudo seja transformado nos negócios e lucros que já conhecemos.
ResponderEliminarAs notícias nos media repetem-se, sempre as mesmas, mas diz-se que os camionistas ganham mais do que os tais 600 e tal, diz-se que muitos deles não estão interessados na greve, uns dizem que o PS ganha com a greve (lembram o caso dos profs), outros dizem que o PS poderá perder a maioria com esta greve, já há desacatos nas bombas de gasolina, grande afluência aos super, e muito diz que...
Cá em casa fizemos as compras habituais, até porque não temos onde guardar mais nada, mas uma parte está de férias.
Não vamos perder a calma, mas tenho sempre a sensação que é difícil entender o que se passa na realidade.
Dra Helena
ResponderEliminarHá qualquer coisa de estranho nesta greve e neste senhor cuja história pessoal não é lá muito abonatória. Mas foi a escolha daquele grupo de trabalhadores que ele representa. E em democracia neste caso há pouco a fazer e as mentiras veiculadas são enormes.
Os portugueses são capazes do melhor e do pior. Que fazer em vésperas de eleições? seja qual for a solução do problema é estranho o momento escolhido. Mas a política também é isto!
O país entra em dificuldades básicas (urgências na saúde e medicamentos, alimentação, transportes, segurança, etc.) e os patrões na maior. Uma jogada política, campanha eleitoral de Pardal Henriques, não negoceia, não cede em nada. É um braço de ferro!
ResponderEliminarAlém de crise energética, crise sindical. Mas a Fertrans não estava (está) a negociar e não tinha já obtido resultados? Como é que aparece aqui esta guinada em força de Pardal H, cabeça de lista por Lisboa do partido de MP, aproveitando a proximidade eleitoral? «Nem um passo atrás».
ResponderEliminarMede forças com o governo e este responde em força. Os partidos estão de férias, pouco se têm manifestado, Marcelo RS está na Alemanha (esquece que andou à boleia com o motorista) e António Costa engrossa a voz e ganha pontos.
Uma greve por tempo indeterminado? Mas como é que os motoristas recebem os seus salários?
Drª. Helena acho tudo muito estranho.
ResponderEliminarO PS tomou medidas que praticamente anula a lei da greve,
com o apoio do Presidente da República e o quase silêncio
das Centrais Sindicais e da Oposição. Estranho!!!
Entretanto a greve avança e talvez o governo venha a
decretar a requisição civil.
Se vai fazer com que o PS ganhe com maioria não sei, mas
que o PS parece estar numa de fazer tudo o que lhe apetece
e a Oposição não reagir…
Eu não fiz reservas de nada. Não acredito que esta grave
vá afetar o quer que seja.Posso estar enganada, mas…
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Só se fala do medir de forças entre governo e Pardal Henriques. Então e os empregadores, são eles quem não paga, são os principais responsáveis, não é o governo. Não existem leis que regulem as condições laborais dos motoristas de matérias perigosas?
ResponderEliminar- Ganham 630€ de salário base (+ complementos chega aos 1244€ brutos, dizem alguns);
- Além de transportarem também fazem a carga e descarga, pelo que as empresas não têm de contratar e pagar a outros profissionais;
- O contacto com as matérias perigosas leva a que a sua profissão possa ser considerada de desgaste rápido;
- A especificidade da profissão exige formação de mais de 100h;
- 20 anos sem actualização dos salários.
A FECTRANS está em negociações com os patrões e não aderiu à greve.
Mas o Sind. Nac. dos Motoristas de Mat. Perigosas (SNMMP) vem dizer que a nova proposta de acordo colectivo (da FECTRANS) só favorece os empregadores. Pede 1200€ de salário base e redução da idade da reforma. Este sindicato em conjunto com o Sind. Indep. dos Motoristas de Merc. (SIMM) e ainda o sindicato dos Trab. dos Transp. Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) decidem avançar com a greve por tempo indeterminado. Mas o que quer dizer tempo indeterminado?
Várias figuras dos sindicatos, das empresas, do governo, têm participado neste processo mas, pelo seu estilo grandioso (conduz um Maserati entre outras grandiosidades), o Sr. Brilhantina, porta voz do SNMMP tem-se destacado, como convém a um candidato da lista de Lisboa pelo partido de Marinho. Segundo consta tem vários esqueletos no armário. Vamos ver, na sua bravata, para onde está a conduzir os motoristas.
Os motoristas afirmam que só querem lutar pela melhoria das suas condições profissionais, dizem que vão cumprir os serviços mínimos e dar uma lição de civismo, porque querem que o motorista seja visto com outros olhos, mas temem os possíveis «infiltrados» aos piquetes (e têm planeada resposta imediata) com o objectivo de mancharem a sua imagem na opinião pública.
Oxalá saibam os portugueses dar a devida resposta não entrando em alarmismos. E cautela, Dr Pardal, não acabe com as asas cortadas...
ResponderEliminarJoaquim Nunes
Uma greve nesta altura, quando os salários são só para 2021/2022, no verão, quando as pessoas precisam de se deslocar para férias, precisam de descansar, de descontrair, sem preocupações maiores, numa época de fogos, de possíveis emergências, na proximidade das eleições, só pode ser uma greve política e eleitoralista.
ResponderEliminarMaria José
os emigrantes em França ficaram estupefactos quando viram este doutor de meia tigela a aparecer neste cenário. Os motoristas que não abram os olhos, não…!
ResponderEliminarÉ simples e justo: os camionistas de matérias perigosas, em vez de 630,00€ mais subsídios que não contam para a reforma, querem que as empresas pagam impostos e a segurança social, isto é, querem 900,00€ de base.
ResponderEliminar