Nutro por Ricardo Araujo Pereira o que se chama de mixed feelings. No inicio, quando os Gato Fedorento apareceram, considerei que estava a preparar-se a geração pós Herman e que isso seria benéfico para o humor nacional, apesar de considerar que não seria tarefa fácil.
Depois, veio uma época em que ele fez muita publicidade e outra de "muito respeitinho" que a classe política lhe dispensava. Tanto, que se se prestou a algumas cenas infelizes, não por culpa de RAP, mas porque este se soube aproveitar bem, do facto da dita se pôr a jeito. Todos foram ao beija mão de um seu programa de entrevistas, incluindo o meu filho Paulo. Discordei da ida, mas o politico era ele e, nessa matéria, a minha posição é conhecida.
Tenho seguido o seu percurso com grande atenção e, confesso, tenho hoje por ele admiração, pese embora esta ter sido duramente conquistada. É que como não sabia explicar a antipatia que, em certo momento ele me me provocou, decidi que o importante era o facto de lhe dever - como, aliás, devo ao Herman - alguns dos mais gostosos momentos de riso da minha vida. E, até aqui já confessei, que ele me havia conseguido conquistar pelo humor inteligente e subtil que o caracteriza.
Assim, ao Domingo lá estou eu, após o Global Portas, à espera de ver "Gente que não sabe estar". Desta ultima vez, fiquei numa situação embaraçosa. É que as imagens da ida à Assembleia da senhora que dirigia a cadeia onde se filmou a festa de aniversario de um recluso, eram de uma comicidade confrangedora e seria muito difícil não rir com elas. Só que o riso provinha da falta de senso do discurso da senhora e da sua quase total ingenuidade. O que, claro, punha em evidência a sua falta de capacidade para dirigir uma prisão de alta segurança onde faltam guardas e onde outros estão de baixa contínua.
Todos rimos - era quase impossível não o fazer - mas esse riso não foi justo, porque as palavras retiradas do seu contexto podem ser muito cruéis! E, neste caso, foram-no.
Eu sei que os humoristas entendem que tudo é passível de humor e que este não tem que ter limites. Eu não penso assim. Mas também não sou humorista.
Continuo a considerar Ricardo Araujo Pereira como um humorista muito especial e que lhe devemos umas horas igualmente especiais. Por saber isso é que fiquei triste, apesar de e por causa de, me ter, de facto, rido. Foi o que se chama, quer para mim, quer para ele, de um momento pouco feliz, de gente que sabe estar. Acontece aos melhores!
HSC
ResponderEliminarRir de coisas sérias ou divertir provocando sofrimento nos outros é algo que não consigo aceitar. Gosto do RAP, divirto-me bastante com a maneira como comenta tudo, mas há limites. Não vi esse programa, mas já reparei que por vezes me sinto um pouco relutante em me rir quando ele levianamnte goza com o intocável.
Adita senhora directora do E. P., nem sabe ser,nem estar.
ResponderEliminarFICOU MUITO BEM NESSE PROGRAMA !
Acompanha o Governo Sombra ?
- Aí o RAP mostra que é inteligente e que é um senhor.
Melhores cumprimentos.
Ainda não vi este episódio.
ResponderEliminarSó depois de ver poderei comentar.
Mas também acompanho o seu raciocínio - acontece a todos mesmo aos melhores...
Caro João Menéres
ResponderEliminarAcompanho sempre o Governo Sombra, o programa de rádio e as crónicas dele.
A referida senhora que nunca deveria ocupar tal cargo já pediu a demissão. Fez bem.
Mas se ouvir toda a "entrevista" feita à senhora e não só aqueles excertos perceberá o que tentei dizer.
Indubitavelmente que RAP é o melhor humorista que temos. Mas vivendo - ao que consta - apenas do seu trabalho nesta área, é surpreendente o que ele é capaz de produzir. So muito trabalho, muita pesquisa, muita devoção que faz podem explicar o seu enorme sucesso.
Mas neste caso julgo que se terá excedido. É a opinião de uma leiga. Mas fui ver o resto que ali faltou e parece-me ter havido um deslize. Meu também, que me ri bastante!
É curioso que o Ferreira Fernandes tem uma opinião semelhante à da Dra Helena. Pensando bem são capazes de ter razão!
ResponderEliminarQue elegante luva de pelica.
ResponderEliminarDr Zé
Os meus cumprimentos, Senhora Doutora... GENUÍNA - como me disse que era há muito tempo. E de facto: Ter alguma simpatia por esta criatura acontece aos melhores.
ResponderEliminarNão me consegui rir com o depoimento da senhora directora. Pelo contrário, senti-me envergonhada, corei mesmo! É a chamada vergonha alheia! Estava a pensar quando é que ela acabava. Era confrangedor... De facto, uma pessoa assim não tem perfil para tal...
ResponderEliminarBjs da Maria do Porto