segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Baixíssima terapia




Um grupo de amigas minhas, com as quais convivo muito e que tem marcadas preocupações culturais, decidiu que devíamos ir ao teatro ver a peça BAIXA TERAPIA, com António Fagundes e um elenco muito familiar, já que nele entram a actual e a ex mulher e um filho do actor. 
A peça aborda o tema da terapia de grupo, que sendo delicado, só com humor muito subtil, poderia ser abordado. Algo que, creio, os ingleses, fariam na perfeição. Esta peça, a primeira de um autor argentino - Matias del Frederico -, é o contrário disso. 
Mas a plateia aplaudiu de pé. Nós quatro não nos levantámos nem aplaudimos. Devíamos ter sido as únicas. Não olhei para trás, mas vi quem estava à minha frente.
É uma comédia onde as palavras vulgares abundam e onde a graça é, no mínimo demasiado brejeira para o meu gosto, que estou longe de ser puritana. 
Pessoalmente, dá-me pena ver um actor como Fagundes alinhar naquele espetáculo. E mais pena, ainda, ver como uma certa forma de humor boçal é tão bem aceite por parte de alguns portugueses. De facto, nesta peça pode dizer-se que a verdade está no título...

HSC

2 comentários:

  1. Ainda bem que avisa, Helena, porque o facto de ser com o Fagundes, que muito aprecio, fazia-me pensar se seria de ir ou não. Mas já da última vez, com Gianecchini, tinha tido essa experiência: mesmo um bom actor, com um mau texto não faz um bom espectáculo. E se há coisa que eu odeio é esse "humor boçal" do tipo "Levanta-te e ri" que não me faz esboçar o mais leve sorriso. Vem isto ao caso porque ontem à noite apanhei por acaso na SIC uma espécie de gala comemorativa desse programa, em que uma plateia de VIPs (seja lá isso o que for) ria a bandeiras despregadas de piadas de mau gosto, palavrões e ordinarices várias, sem originalidade e, pior que isso, sem qualquer tipo de graça. Enfim, é o que temos...

    Beijinho

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  2. Infelizmente o insulto, a graçola, a piada boçal, ainda vendem.
    E muito.
    E não é só em Portugal.

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