quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A cigarra e a formiga

Portugal gosta de se mostrar moderno, de ser conhecido, de conviver com os grandes, de se sentir um deles mesmo que os "eles" não tenham sobre nós o mesmo olhar. 
Mas Portugal arde todos os dias um pouco mais, desaparece todos os dias um pouco mais e a consternação daqueles que tudo perderam dói todos os dias um pouco mais.
Como se isto não bastasse, na Madeira - essa pérola do Atlantico -, num momento de festa religiosa tradicional, uma árvore cai e mata ou deixa às portas da morte, mais de uma dezena de pessoas. Num segundo, tudo muda e o que era alegria fica toldado de dor.
E tudo isto acontece porque o país não se dá ao trabalho da formiga, de preparar o futuro. A Madeira é um constante factor de inquietação, esburacada que foi para se mostrar ao mundo com as vestes da modernidade. Pobres madeirenses que conseguem sobreviver a todas estas adversidades. Pobres portugueses cuja credulidade e confiança merecia um presente bem melhor.
Há dinheiro para tudo o que encha o olho, sejam estradas ou estádios cuja utilidade nem sempre se percebe. Mas não há dinheiro para manter um património florestal e cuidar no inverno de preparar o Verão que há-de surgir. Pobre país onde há dinheiro para ser cigarra e não há dinheiro para ser formiga...

HSC

9 comentários:

  1. Por muita prevenção que se faça, enquanto os incendiários (as),não forem devidamente punidos,nada muda!Todos dizem que é mao criminosa,logo devem ser pessoas das zonas ou perto,já foram presos 60,vamos aguardar para ver o que lhes vai acontecer!

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  2. Quanto à arvore,não deixa de ser irónico, as pessoas vão pagar promessas e acabam mortas!!Que tristeza.

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  3. Nem imagina o que dói observar essa realidade longe do País.

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  4. Eu sempre fui da opiniao que é melhor que nunca encontrem petroleo nas nossas costas... a entrada de dinheiro neste país ia dar pro torto. Nao sei se será alguma costela árabe, mas temos uma mania da "cagança", perdoem-me o termo, porque assim que temos fundos é sempre abrir: a maior barragem do mundo, o maior lago artificial, a maior ponte, o maior isto, o maior aquilo. Se realmente tivessemos muito dinheiro este nao ia ser aplicado a longo termo; quem quer investimento na educaçao e nas camadas mais jovens se isso demora aaaanos até dar resultados. Há é que investir para inglês ver, em obras faraónicas que nao servem pra nada.

    Já que temos esta coisa da nostalgia e achamos que somos diferentes do sul da Europa porque estamos virados pro Atlântico... porque nao ser um pouquinho escandinavos e fazer como a Noruega, Suécia ou Dinamarca? Os países mais a norte tem um nível de vida tao alto e tao confortáveis na sua pele... se calhar isto também é influencia da igreja Católica ao longo dos séculos... que tema! Temos pano pra mangas.

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  5. Concordo em absoluto com este texto.

    Quase que apetece dizer "pobre país abandonado

    à sua sorte!!!"

    Este trágico acontecimento na Madeira, onde morreram

    13 pessoas podia ter sido evitado. O Presidente da

    Câmara Municipal diz que não sabia de nada, (mas não

    lhe compete mandar fiscalizar?) mas o pior é que sabia,

    estava farto de ser alertado pela própria presidente

    da Junta de Freguesia!!! E ainda mente?

    E depois o Presidente da República em cima dos acontecimentos

    aparece ao lado do Presidente da Câmara e do Presidente do

    Governo Regional, para dar apoio. E não para exigir de imediato

    todas as responsabilidades? Não é preferível evitar vítimas do

    que depois ir dar apoio? Já não entendo nada...

    O PPD/PSD acaba de pedir ao Governo explicações sobre os 13 milhões

    doados pelos portugueses. Será que também não vai obter resposta?

    Os meus cordiais cumprimentos.
    Irene Alves

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  6. Bom dia, pelo que sei já teria havido há muito tempo troca de ofícios entre os moradores do Monte e a Câmara Municipal do Funchal sem qualquer resultado conclusivo. Na Madeira cair pedras ou árvores já vem sendo uma normalidade, infelizmente. E mais uma vez a culpa irá morrer solteira, ainda por cima em ano de eleições Câmara e Governo Regional vão aproveitar para gladiarem como é habitual.

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  7. Catástrofes acontecem todos os dias em todo o lado, mas só damos real valor ao que nos toca a fundo. Os incêndios são muitas vezes postos por malucos incendiários, sei-o pessoalmente . Infelizmente não há é meios para detectar quem, em hectares e hectares de mata sem estradas, nem rei, nem roque, se diverte a pôr fogo a um molho de ervas secas e se extasia pelo seu feito. É o mundo dos loucos, dos que se estão nas tintas para tudo e não têm nada a perder. Há muita gente assim em Portugal. O amor à terra é só para quem possui alguma coisa...

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  8. São loucos,mas não ficam lá, se têm tanto fascínio pelo fogo...tá bem abelha....

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  9. País rico...tem dupla maravilha!

    O Sr Feliz e o Sr Contente juntinhos em todo lado...por agora na missa em Barcelona.

    Que bolos tão fofos!

    José

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