quarta-feira, 14 de junho de 2017

À Maria Helena Sequeira


Só hoje consigo escrever umas linhas sobre a Maria Helena, tal a comoção que a sua morte me causou. Embora não a conhecesse, selecionei-a para vir trabalhar comigo na Aeronáutica Civil e, esses anos que passámos juntas, haviam de sedimentar uma amizade que nada, nem a distancia quebrariam. 
Trabalhámos e viajámos muito. Mas, sobretudo, tivemos uma cumplicidade à prova de bala. Conhecia-a como Maria Helena Sequeira, o seu apelido de solteira. Assumiria o nome de Serras Gago pelo casamento e, por causa deste, teve de ir viver para Paris, criando um hiato na nossa relação, já que, quando ela voltou, começava eu a ir para lá. Mas a alegria com que nos víamos era sempre a de outrora, como se nos tivéssemos despedido na véspera.
A Maria Helena, economista como eu, era um coração de ouro que tentou realizar-se plenamente na maternidade do seu único filho, o Frederico, a quem proporcionou uma esmerada educação assente em tudo o que de melhor esteve ao seu alcance. São os dois que se vêm na foto acima, por ocasião dos 30 anos deste último.
Conhecemo-nos muito bem. E eu só me penalizo de não ter sabido, a tempo, da doença que em seis meses a matou. Desde então, volta, não volta, lembro-me do muito que ela ainda tinha por fazer. Nomeadamente, tomar nas suas mãos a sua vida e o seu destino, e, finalmente, viver!

HSC

5 comentários:

  1. Belo comentário que traduz uma grande amizade. A nossa amiga Helena Sequeira, com os seus silêncios, merece-o seguramente. Obrigado.
    J. Honorato

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  2. Custa muito ver as pessoas partirem assim quase sem avisar . Compreendo bem a Helena, que tem amigos em todo o lado. Ainda estou em choque depois da morte do meu marido e continuo a "falar" com ele como se cá estivesse.
    É este o mistério da Morte.
    Os meus pêsames.

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  3. É muito triste quando se perde alguém de quem se gostou.

    Quando há imensas recordações de momentos bons.

    Percebo perfeitamente que lhe tenha sido difícil

    escrever no imediato.

    Os meus cumprimentos.

    Irene Alves

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  4. Também eu passei pela Aeronáutica e me lembro da Dra Helena Sequeira e da estima que as unia. Percebo bem a sua dor. Era ainda cedo para a Dra Helena Sequeira partir!

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