O Presidente da República foi
ao Palácio de Buckingham ver a Rainha. A sua visita e conversa foram registadas num vídeo, imperdível, de alta definição, sobre o qual Miguel Esteves Cardoso decidiu escrever este texto.
“Depois de lhe dar um beijinho na mão, o Presidente
desatou a falar. Contou à Rainha que se lembrava das duas visitas de
Estado que ela tinha feito a Portugal. Na primeira, em 1957, Marcelo
observa: “I was a child.” A Rainha, agradecendo a referência à diferença de
idade entre eles (ela tem 90 anos, ele faz 68 em Dezembro), conseguiu,
sabe-se lá como, interrompê-lo e respondeu, com ironia majestática: “I’m
sure you were.”
O Presidente Marcelo continuou: “In Terreiro do Paço, you know, that big square.” A Rainha, mostrando as suas boas maneiras, mas
querendo também pô-lo no lugar, disse um longuíssimo “yeeeesss…”
(tradução: “Não faço a mais pequena ideia do que está a falar”).
O Presidente intuiu que a Rainha já visitou muitos big squares ao longo da vida e decidiu avivar-lhe a memória: “And the carriage…” E
a Rainha, entrando em royal repetition mode, num tom “Nós não acreditamos no que nos está a
acontecer”, murmurou: “The carriage…”
Aí o Presidente recorreu ao rigor: “With General Craveiro Lopes…” Aí a Rainha, ouvindo o nome do
grande general, deve ter sido inundada por recordações daquele dia
maravilhoso à beira-Tejo.
É então que o Presidente revela tudo: “I was there, in the front row!” E a Rainha: “Were you?” Mas o
Presidente Marcelo ainda não tinha terminado: “And then, in 85, I was invited for dinner
on Britannia…” E a Rainha, ao
lembrar-se do iate real que lhe tiraram e já tendo desistido de qualquer
manobra de disuassão, limita-se a repetir: “Were you?…”
Fulminante, e sem perder uma batida, o Presidente explica:
“Because I was leader of the
opposition…”
Infelizmente o vídeo
termina aqui, abruptamente. Mas o humor do Miguel Esteves Cardoso não termina,
como pode deduzir-se do que acabaram de ler!
HSC
Querida Helenamiga
ResponderEliminarNão vi, não queria ver e estou muito feliz por não ter visto. Fico à espero do meu Amigo de longa data Miguel Estevas Cardoso...
NA NOSSA TRAVESSA
UM FUNERAL Á MANEIRA
Publico hoje mais um artigo – o quarto – da SAGA DA ALZIRA com o título acima. Convido todas/os à sua leitura e comentários. Obrigado.
Agradeço igualmente a divulgação desta informação.
Henrique, o Leãozão
Também achei toda a conversa do n/Presidente estranha...
ResponderEliminare aquela de ser pequenino quando a viu pela primeira vez...
Também a explicar a nossa Praça do Comércio...
Nom fim de semana.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
O Marcelo tem pouca humildade e mostra a tacanhez do portuguesinho que vai ver o Palácio. Que ridículo. Coitado deve-se olhar no espelho todos os dias e dizer: Há alguém mais popular do que eu???
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ResponderEliminarTenho a certeza que o sr. Presidente pretendeu fazer o melhor.
Percebi que estava muito feliz por estar com a Rainha.
Não me envergonhei com o que vi.
Não sabemos com certeza, se a Rainha pensou em tudo aquilo, que o Miguel Esteves Cardoso pretende especular.
Cordialmente
Maré Alta
Maré Alta
ResponderEliminarO humor, por norma, especula sobre a realidade.
E é isso que o MEC fez, sem ofender ninguém. O PR estava feliz e decidiu recordar à rainha, sentimentos muito pessoais. Eu teria gostado mais que ele tivesse falado da Velha Aliança que nos une a Inglaterra, do que das suas lembranças antes de ser PR. É um ponto de vista.
Possivelmente a Maré Alta teria gostado menos. A democracia é isto mesmo: dizer o que pensamos sem ofender. Foi o que o MEC fez e eu publiquei, sem ter feito qualquer outra consideração pessoal que não fosse a do humor do colunista!
O Sr. Presidente, que recentemente moderou um pouco a atitude de falar de tudo e coisa nenhuma, que tão bem o caracterizou durante anos, o professor-comentador, enquanto distribuía classificações aos nossos encantadores políticos, moderação esta que infelizmente coincide com um certo decreto, umas certas pessoas e uma determinada CGD, que, enfim, teria encaixado na perfeição no cadeirão de líderes políticos de outras eras mais provincianas, haverá de ser um dia renegado por todos aqueles que o apoiaram pensando "Eu, como Cristo".
ResponderEliminarAs saudades dos longos silêncios do seu antecessor...
ResponderEliminarConfesso que achei piada ao que o Miguel Esteves Cardoso escreveu.
Como sempre acutilante.
Claro que o humor acima de tudo.
Não me ofendi.
Penso que o Marcelo quis dar um tom menos formal e mais familiar. Com todo o risco que isso acarreta.
Mas se tivesse falado da Velha Aliança que nos une a Inglaterra também teria gostado.
Mas também não sabemos se mais tarde esse assunto também foi falado.
O Miguel Esteves Cardoso não perde uma.....e teve graça.
Maré Alta
O nosso P. R. apenas pretendeu, na minha opinião, afirmar que era um "velho" admirador de Sua Majestade...
ResponderEliminar( Com algumas confusões, embora ).
Melhores cumprimentos.
Pois eu não vi nada do outro mundo no discurso de Marcelo... a mim parece-me é que o no nosso país sempre há aquela dorzinha de cotovelo ao ver alguém próximo, por momentos que seja, de uma das figuras mais importantes do século XX e XXI... o MEC adoraria decerto despejar a sua verborreia em inglês e ter uma rainha deslumbrada dizendo "ouça lá, você com esse inglês podia ser daqui" e ele logo "ai rainha, você acha que este sotaque se aprende nas escolas públicas portuguesas?" e contar-lhe que viveu em Inglaterra e não sei mais o quê.
ResponderEliminarÉ perfeitamente normal ficar-se nervoso com tanto protocolo e à frente de uma figura como a Rainha Isabel II. Heleninha, diga lá se não ficaria ao ver uma mulher que viu de frente a 2a Guerra Mundial e tantas personagens das quais você escreve nos livros?
Cara/o Anonima/o das 18;33
ResponderEliminarOra agora é que o seu comentário é inteiramente verdadeiro. Não seria tanto a nervoseira mas seguramente o suspense de ver à minha frente uma das Mulheres que o mundo mais respeita, face às contrariedades que a vida lhe trouxe.
Será talvez uma questão de estilo ou de falta de convívio meu com realezas, mas julgo que a vida privada de um PR é assunto para ficar na nossa terra,
Se eu tivesse que ir a um PR - só para comparação modesta - julgo que lhe não iria referir as circunstâncias em que o teria conhecido. Mas isto sou eu, que de reis e rainhas só sei o que a História me ensinou. E não foi muito, confesso, porque nasci republicana e os brasões da família ficaram pelo caminho do trabalho!,
Ahahahah, como é bom ler este blog! :) Obrigada à HSC pelas partilhas, e aos comentadores pelas suas visões. As vezes parece ainda ser possivel expor pontos de vista, com cordialidade e respeito!
ResponderEliminarMarta Costa