domingo, 30 de outubro de 2016

Agora, a Espanha



“...Mariano Rajoy é o único animal no planeta que avança sem se mover. O líder dos Populares não tem carisma, não tem o dom da palavra, lidera um partido com vários militantes e antigos militantes envolvidos em casos de corrupção e de branqueamento de capitais, não fez grandes cedências à oposição apesar de carecer de uma maioria absoluta, mas avança. Aliás, olhando para o percurso de Rajoy na política nacional vemos uma história quase inexplicável de sobrevivência. Uns dirão que se trata do triunfo da mediocridade, outros que é um bom exemplo da importância do sangue-frio e da estratégia em política. Seja como for, o homem resiste.”

                               (Diogo Noivo em Delito de Opinião)

Para o Podemos, os socialistas não podiam ceder aos apelos e deviam ser intransigentes no “não” ao PP, abrindo caminho para as terceiras eleições, que os transformariam no primeiro partido de esquerda em Espanha, dando o terceiro lugar a um PSOE desfeito e sem condições para se reafirmar no panorama político nacional.
Decidida a abstenção socialista no passado domingo, Pablo Iglesias e os seus apelidaram o PSOE de tudo. “Traidores”, “marca branca do PP” ou “casta”, foram os mínimos mimos de quem não sabe perder e se cala – se é que não apoia – perante uma manifestação  que visava impedir Felipe Gonzalez,  histórico líder socialista, de dar uma conferência na Universidade Autónoma de Madrid.
O PSOE optou pela sobrevivência, apesar da pressão da esquerda, que se adivinha, será para durar por longo tempo ainda.
Apesar de toda esta novela política a Espanha tem, desde ontem, um Presidente de Governo. Mariano Rajoy e o PSOE parece terem conseguido sobreviver. Mas os problemas de ambos estão longe de estarem resolvidos. Porque Rajoy ficou nas mãos do PSOE e este corre o risco de ficar nas mãos do Podemos.
Há que aguardar os acontecimentos futuros. Mas Portugal deve estar bem atento ao que se passa aqui ao lado...Por motivos óbvios!


HSC

1 comentário:

  1. Prevaleceu o bom senso! Aliás o PSOE com novas eleições, acabaria por ficar reduzido a quase nada...
    Traidores? Talvez alguns socialistas o pensem ( Pedro Sanchez, por ex.), mas a maioria deles, não.
    Agora é esperar a reacção dos outros partidos mais radicais, que pelos vistos vai durar... Uma incógnita a ver e seguir com atenção cá por estes lados.
    Bjs da Maria do Porto

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