terça-feira, 27 de setembro de 2016

Em jeito de auto promoção

Vários leitores me têm perguntado quando será a apresentação deste livro. Não vai haver. E explico a razão pela qual eu e a editora tomámos esta decisão.
Com efeito, sendo um livro de memórias minhas, só poderia ser apresentado por mim própria, ou por alguém que me tivesse acompanhado de perto nesse período. A primeira hipótese não tinha qualquer sentido, como se pode deduzir. E, das amigas que, à época, fizeram parte do meu núcleo próximo e também no dos anos que se lhes seguiram, só a Maria Nobre Franco podia faze-lo. Era a única pessoa a quem o pediria e que, tenho a certeza absoluta, nos deleitaria com a mais comovente apresentação destes nossos anos, vividos tão perto uma da outra.
Infelizmente a Maria morreu há uns meses. Ela sabia bem do gosto que eu teria de lhe ter entregue tal tarefa. Como sabia desta minha intenção postergada.
Ora não sendo pela sua voz que o livro se fará presente, julgo que tudo pode vir, ainda, a acontecer. Mas não será, nunca, aquilo a que chamamos de um lançamento. Fica portanto feita a explicação!

HSC

domingo, 25 de setembro de 2016

Memórias de uma vida consentida


Sairá para as livrarias no próximo dia 4 de Outubro, o meu primeiro livro de Memórias. O sub título de "uma vida consentida" tem um duplo significado. Foi a vida que eu consenti e foi, também, creio hoje, uma vida com sentido.
Explico na introdução o que me levou a escrever sobre mim e sobre uma parte importante da minha existência. É que, afinal, foi ela que permitiu que eu me transformasse na mulher que sou hoje e que, com alguma ousadia, confesso, está bem próxima daquela que eu gostaria de ser.
Foram estes anos que determinaram que se operasse em mim uma verdadeira revolução relativamente à mulher que fui há três décadas. São memórias muito vivas das tristezas e alegrias por que passei e das razões que me fizeram escolher o meu caminho, depois de um divorcio que, tendo-me deixado devastada, acabou por ser determinante para a minha percepção daquilo que eu não queria jamais ser.
Quando o Miguel morreu pensei muito na catarse que então poderia ter sido escreve-lo. Não o fiz, porque não era essa a minha intenção. Quatro anos passados sobre o seu desaparecimento e com o meu outro filho já fora da política, senti que talvez fosse chegada a altura de dar a conhecer aos que me são próximos - filho, netos irmãos e amigos - o meu olhar, o meu sentir sobre o valor que atribuo aqueles anos. É que, muito possivelmente, qualquer deles ao ver-me agora, dificilmente admitiria a mudança radical pela qual passei.
Se este livro permitir que uma pessoa compreenda e acredite que sobre os destroços de uma vida que apenas se consentiu, se pode construir uma outra, essa sim, consentida e com sentido, eu já me sinto gratificada. 
Não sei se escreverei um outro sobre o que vivi quando já era dona de mim própria. Acredito que talvez venha a faze-lo, porque os anos que se seguiram tiveram momentos de uma enorme e inesperada felicidade. Será, no fundo, contar a história de uma mulher cuja verdadeira vida se descobre e inicia pelos quarenta anos. E essa história é, felizmente, completamente diferente da que acabo de escrever. Na forma e no conteúdo. Enfim, na vida vivida
É que, até aquela idade, limitei-me a aprender a viver e a escolher, com algum sacrifício próprio, o que me parecia ser melhor para aqueles que me rodeavam. A partir dela o processo altera-se, e eu escolho não só ditar a minha própria vida, como procurar, acima de tudo, ser feliz.  Não tenho de que me queixar, porque os anos que, desde então vivi, superaram em muito os anteriores e, sobretudo os que, por via deles, me poderiam estar naturalmente destinados...

HSC

Nota: o livro já se encontra em pré venda:
Na Wook em  
https://www.wook.pt//livro/memorias-de-uma-vida-consentida-helena-sacadura-cabral/18686666.
Na Bertrand em 
http://www.bertrand.pt/restricts=8066facetcode=temas&palavra=Memorias%20de%20uma%vida%20consentida
Na Fnac em
http;//www.fnac.pt//Memorias-De-Uma-Vida-Consentida-Helena-Sacadura-Cabral//a9888589

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

"Hands"


Veja-se este primor para o qual um amigo me alertou. Publicidade à Honda, sim, mas sobretudo uma imensa prova do que é a imaginação de altíssima qualidade!

HSC

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Conflito de gerações

"Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases:
1.  "A nossa juventude adora  o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos  mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam  quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus."
2.  "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque esta juventude é insuportável, desenfreada,  simplesmente horrível."
3.  "O nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos  não ouvem mais os pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
4.  "Esta  juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são maus e  preguiçosos. Eles nunca serão como a juventude de antigamente... A juventude de  hoje não será capaz de manter a nossa cultura. "
Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às  frases.
Então, revelou a origem delas:
- a primeira é de Sócrates (470-399 a. C.)
- a segunda é de Hesíodo (720 a. C.)
- a terceira é de um sacerdote do ano 2000 a. C.
- a quarta estava escrita num vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia e tem mais de 4000 anos de existência."

Esta história foi-me enviada pela minha querida Alice Vieira. Partilho-a convosco crédula que as pessoas, certas pessoas, parece que não mudam...

HSC

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

sábado, 17 de setembro de 2016

Do coração e da alma!

Por um conjunto de circunstâncias tive motorista às minhas ordens, por cerca de cinco dias. Parecia uma verdadeira barata tonta, a aproveitar a oportunidade, para pôr em ordem tudo aquilo que carecia de deslocações. E, fora os bancos, tudo o que diz respeito à minha vida pessoal e da sociedade, está arrumado e a bater certo. 
Tudo, menos a visita que fiz ao meu irmão mais velho, que está serenamente a caminho do fim. Morro de tristeza porque amo profundamente os meus irmãos e preciso de poupar o mais novo a este choque, dado que está em África a trabalhar.
Assim, hoje precisei de me dar ao luxo de aproveitar o motorista - depois de ontem ainda ter dado uma longa entrevista ao Expresso, a propósito do meu novo livro, de Memórias, e de ter participado numa mesa de debate na FIC - e ir a Valinhos, em Fátima, pedir serenidade, agradecer as benesses e rezar por aqueles que delas precisam.
Almocei sozinha na Tia Alice, no restaurante dessa doce senhora  de quem muito gosto e que gosta de mim, que com a maior ternura me não deixou pagar a refeição.
Soube-me tão bem este dia, que nem sequer me lembrei que segunda feira vou ao meu cardiologista, o Pedro Abreu Loureiro, onde já devia ter ido há muito tempo!

HSC

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Quando se nega muito...


Ouvi hoje a resposta do Ministro das Finanças a uma noticia publicada no Financial Times que aventava a hipótese de virmos a ter um terceiro resgate, face aos resultados economicos e financeiros cá do burgo e do nervosismo dos mercados.
Pela mesma altura, tinha ouvido o Ministro da Economia, que raramente aparece, admitir uma alteração nos impostos, embora sempre salvaguardando o interesse dos mais desfavorecidos.
Se há algo que aprendi, ao longo destas quatro décadas de democracia em Portugal, é que quando os membros do governo começam, com demasiada frequência, a negar "boatos", é sinal de que alguma coisa anda no ar e os ministros desafinam ao falar sobre os ditos.
Em matemática a multiplicação de duas negativas constitui sempre uma positiva. Estas duas negações de um facto preocupante, sem uma demonstração real de que esse facto é falso, começa a deixar nos contribuintes uma grande preocupação.
Ou não se dá crédito à noticia e ninguém fala dela, ou ela merece ser desmistificada e então urge faze-lo, com provas que nos tranquilizem. Dizer que não é verdade, não chega. É preciso demonstrar porquê. Façam-no, por favor, para serenidade de todos nós!

HSC

Alberto Xavier


Acabo de saber, tardiamente, que morreu Alberto Xavier, que tive a oportunidade de conhecer através de amigos comuns. A sua inteligência, cultura e sentido do humor, faziam dele o que eu chamo de uma pessoa cativante.
Alberto Xavier foi Secretário de Estado do governo de Marcelo Caetano quando ainda era bastante jovem. Todavia, a evolução política em Portugal havia de o levar tempos depois para o Brasil. Nesse pais conseguiu construir, com grande sucesso, uma carreira profissional de fiscalista muito respeitado.
Além disso, como homem de cultura, tem interessante obra publicada. E, mais importante que tudo, era de facto, uma pessoa humanamente muito rica.
À Leonor Xavier e aos filhos de ambos, aqui fica o meu abraço de sentido pesar!

HSC

domingo, 11 de setembro de 2016

O governo sombra


Devo confessar que a inteligência e o sentido do humor são duas qualidades às quais sou extremamente sensível, pese embora algumas escolhas que fiz por causa delas, não terem sido as mais acertadas. Acontece.É a vida, como diz um amigo meu.
Vem este intróito a propósito de um programa radio televisivo chamado Governo Sombra, conduzido por Carlos Vaz Marques e que tem como participantes Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares, que nunca perco, porque é um dos mais inteligentes talk shows que passam nestes dois meios de comunicação. 
O facto só me surpreende porque tenho mixed felings em relação a todos os seus componentes e nenhum deles isoladamente me levaria a esta fidelidade.
Explico melhor.  Considero-os todos pessoas de cultura e humor muito acima do que grassa habitualmente entre nós. Mas qualquer deles tem algumas características que me irritam imenso. Todas ligadas ao facto de tentarem disfarçar que se consideram muito bons... E o pior é que o são!
Pois bem, aqui neste programa, nada disso importa porque além de muito bons, funcionam em grupo de forma brilhante.
Muito disso se deve à inteligente forma como Vaz Marques conduz o dito governo, mas a equipe não lhe fica atrás. E eu que não apreciava particularmente Ricardo Araujo Pereira desde que ele deixou de ser o Gato Fedorento do inicio - que saudades do homem bomba ou do autarca entrevistado - para passar a ser o homem que publicita as grandes instituições, tenho que me vergar à sua enorme criatividade.
De Pedro Mexia, conheço alguma coisa e é bom o que conheço. De João Miguel Tavares diverte-me a sanha que ele tem em em relação a alguns políticos, nomeadamente, por exemplo, ao meu filho Paulo.
Como se vê, continuo uma dependente destas duas qualidades - humor e inteligência - e tiro o chapéu ao programa que, para mim, só tem um "senão"... que é o de ser totalmente feito por homens! 

HSC

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cortesias...

Foi aprovado o prometido "código de conduta" dos titulares de cargos públicos. No comunicado do Conselho de Ministros explica-se que se pretende fixar, num documento orientador, a prática já aceite e reiterada deste exercício.
Para esclarecer todas as dúvidas sobre o que deve entender-se por "ofertas e convites" foi determinado que estas tenham um limite máximo de 150 euros.
O critério das ofertas de cortesia até150 euros - que se diz ser o valor utilizado nas instituições europeias – permite, contudo, duas ressalvas. Uma, quando  os membros de Governo estejam em funções de representação oficial. Outra, quando "rejeitar uma oferta" de valor superior ao fixado, signifique quebrar o respeito devido por um Estado estrangeiro.
Confesso que não percebo muito deste tipo de protocolos. Confesso que julgo correcto determinar em que circunstãncias o detentor de cargos oficiais pode receber prebendas. Mas também confesso que não deve ser fácil encontrar "um presente à altura das circunstâncias" - entenda-se de um representante do país - por aquele valor.
Pensando um pouco no assunto, verifico que um lenço de seda, uma gravata boa, um par de botões de punho, uma taça Vista Alegre, uma peça de vidro Atlantis, um livro de arte - e são meros exemplos - ultrapassam facilmente aquele valor.
Não moralizo, evidentemente, o assunto, mas julgo que qualquer chefe de protocolo, poderá, por este valor - em alternativa aos bonbons ou ao vinho nacionais -, oferecer devidamente emoldurada em casquinha, uma foto do nosso Presidente da República, ou do nosso Primeiro Ministro!

HSC

Em tempo: Esclareço que, se moralizasse esta questão, a minha proposta seria a de entregar ao Estado todos os presentes oferecidos a quem o representa. Do meu ponto de vista, a cortesia correcta seria essa.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Adeus Isabel


Com algum atraso, acabo de saber da morte da Isabel Barreno amiga que esteve muito presente, durante uma parte importante da minha vida. De facto, quer a Maria Velho da Costa - que é madrinha do meu filho Paulo -, quer a Isabel pertenciam ao grupo das minhas amigas dos anos sessenta e setenta. Foi uma época muito especial da minha existência e elas integravam um grupo de mulheres com que então muito convivia.
Da Maria e da Isabel sempre fui tendo noticias. A Teresa Horta não a conheço. Mas, apesar disso, acompanhei de bastante perto a feitura do famoso livro que escreveram tomando como base Mariana de Alcoforado. E ainda lembro boas gargalhadas que, com as duas, dei nessa altura.
Com a partida da Isabel Barreno vai um bocadinho de um tempo da minha vida de que não tenho saudades, mas que estas e outras amigas tornaram bem melhor, com a sua presença. Neste grupo das amigas que já perdi, continua a saudade imensa da Maria Nobre Franco, amiga dessa época também! 
À familia da Isabel aqui fica expresso o meu sincero pesar.

HSC

domingo, 4 de setembro de 2016

Nada acontece por acaso...


Por uma qualquer razão menos clara, este verão insuportável de calor tem-me trazido memórias inesperadas de pessoas que passaram na minha vida mas, infelizmente, já não estão entre nós.
No meu escritório vivo rodeada delas para todos os dias lhes poder dizer um olá, mas não se impõem ao meu quotidiano. Ao contrário, nestes ultimos três meses, algumas têm feito parte dele, quase saltando para o que eu chamo de vida real. Não descortino razão suficiente para tal acontecer, mas o que é certo é que sinto saudades delas. Foram tão importantes na minha vida no passado, que se têm vindo a apossar do meu presente mais recente.
Lembranças do meu filho Miguel tenho-as, todos os dias, desde que ele exalou o último suspiro. Digamos que continua vivo, não na minha memória, mas sim na meu dia a dia. Com ele tenho longas conversas sobre o que se vai passando na nossa família.
Agora o António Bandeira de Guimarães ou o Afonso Howell, pese embora tenham feito parte importante da minha existência, tenho a consciência de que já não são recordações tão comuns. 
Além deles, vivo rodeada de fotos dos netos e dos filhos nas suas diversas etapas, dos meus avós maternos e de mais uns tantos amigos. Embora possa parecer estranho, não me via a trabalhar sem a presença de todos eles, que, sinto, me protegem do mundo exterior. 
A que é que se deverá a eleição daqueles dois amigos para virem ter comigo diariamente, não sei. Sei, sim, que o facto deles aparecerem na minha mente, me serena. E que, sejam quais forem as razões para tal suceder, elas vieram numa altura muito propícia da minha vida. Nada acontece por acaso, de facto!

HSC