Pouco me diverte no mês de Abril. Mas a minha sanidade mental e o meu sentido do humor acasalaram-se nesta empolgante discussão de saber se as mulheres devem ou não ter um cartão de cidadão.
Lá no meu outro cantinho denominado O Estado da Arte, já tinha dito que só quando me obrigassem - parece que será em 2017, mas em Portugal não há a certeza de nada - é que deixaria de me identificar com o meu vitalício Bilhete de Identidade. O qual, como se depreende, de vitalício nada terá a partir do próximo ano.
No nosso país as palavras são muito perigosas. Com efeito se os abundantes sinónimos permitem "safar"muita gente que vive da escrita, também existe o risco de as palavras passarem do masculino ao feminino e vice-versa, com grande facilidade, o que pode confundir gente menos preparada.
Eu gosto de palavras neutras como presidente, oftalmologista, dentista cujo género é determinado pelo artigo que as antecede. Assim, para mim, será o/a presidente, a/o oftalmologista. o/a dentista.
Não gosto, de facto, que me chamem cidadão, porque isso me leva a olhar para mim e a perguntar onde é que ele está. Como também não gosto de ver chamar os rapazes de putos e percebe-se bem porquê....
A riqueza da língua portuguesa permite situações destas, de que só agora, neste período em que voltei a ligar a televisão, é que me apercebi. Trata-se de um tema tão fracturante que um ministro até prometeu considerar a questão.
Também me dei conta de que se propõe a alternativa do cartão de cidadania. Não me parece bem. A cidadania é, por norma, concedida a cidadãos que a pedem. Ora eu não peço nada. Já nasço com ela.
Está de ver que o sexo das palavras é uma nova área de estudo, direi mesmo de especialização, que urge na época que atravessamos. Mas bem vistas as coisas, espertinha sou eu, que tenho um Bilhete de Identidade!
HSC
Eu também estou livre deste imbróglio linguístico, mas só até Maio deste ano...A partir daí passarei a ter a tal Cartolina de Cidadania. Enfim, estas almas do BE às vezes parecem atontadas, com a mania das causas fracturantes. Como se não houvesse nada de mais importante a tratar. M. Feliz Silvestre
ResponderEliminarO BE levantou uma questão importante. Há muitas alterações a fazer, também na área do insulto, que em Portugal é quase sempre feito à mãe do insultado o que é obviamente uma discriminação sexista. Arguidos e arguidas por ofensas à integridade moral deveriam sofrer penas agravadas caso discriminem os pais do insultado. Eu sei que o insulto seria mais longo... mas esse esforço adicional seria largamente compensado pela boa imagem que Portugal deixaria ao mundo, mostrando que até no insulto Portugueses e Portuguesas respeitam a igualdade de género.
ResponderEliminarSe quer que o seu "Bilhete de Identidade" se chame
ResponderEliminarCartão de cidadão ligue 760 etc etc
se quer que se chame
Cartão de cidadania ligue 760 etc etc
Quantas mais vezes ligar, mais hipóteses tem de gastar dinheiro.
Será este o problema número 1 neste país? Lamento.
Maria Isabel
ResponderEliminarHelena
Penso, que existem problemas mais graves no país por resolver, merecem ser debatidos e aprovados. O do cartão é um caso menor, banal a meu ver.
Espero que esteja melhor do seu joelho.
Abraço
Carla
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/calemse-1723007
ResponderEliminarAlpinista...sacrista...do governo empossado,apresse-se a mudar.Não peque por ser confundido.
ResponderEliminarAlmeida
BI é bi
ResponderEliminarSinto-me insultado quando me chamam cidadão. Eu não passo nem quero ser o que sempre fui: -Um aldeão. Por isso o Registo Civil tem que me dar o cartão de aldeão!
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