sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O que eu sinto

"Não sou médica, nem psicóloga.Tão pouco sou investigadora ou estudei a fundo o tema da homossexualidade. Sou heterosexual porque nasci assim e me sinto bem desta forma. Como calculo que aconteça o mesmo com aqueles que nasceram com características diferentes da minha. Sempre respeitei pouco as chamadas discriminações, mesmo quando estas sejam pela positiva.
Vem tudo isto a propósito da adopção de crianças por casais do mesmo sexo. É pelo "sentimento" que sou a favor. Como, aliás, me acontece em muitas outras coisas na minha vida. É, sim, por esse sentimento de amor de que uma criança carece, que sou a favor.
Não tenho dúvidas? Tenho algumas, porque nos primeiros tempos as crianças podem ser cruéis umas com as outras . Mas tenho, sobretudo, uma certeza: é que numa família as crianças estão melhor do que numa instituição. Seja essa família  hetero, homo ou até mono parental.
Percebo que a questão é complexa. Como o foi o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas por eu ser hetero terei, alguma vez, o direito de negar os direitos dos que não nasceram como eu?! Não tenho. Nem quero ter. E lamento profundamente que numa sociedade aberta como a nossa os homossexuais e as lésbicas ainda sejam vistos como fenómenos de violência e de escárneo. Ou que lhes seja negado um direito - como casal - a poderem fazer aquilo que a lei, sendo solteiros lhes permite. Que é a de poderem adoptar um filho!"

Este foi o último post que escrevi no meu novo blogue O ESTADO DA ARTE em que me ocupo de posições mais pessoais. Uma comentadora resolveu abandona-lo, certamente chocada com o que eu escrevi. Vou aproveitar para aqui deixar a resposta que lhe dei:




"Madalena

Agradeço a sua frontalidade.

Quando escrevi este post sabia que iria chocar alguns comentadores. Mas isso é o risco de quem diz o que pensa. Para mim, o essencial é que uma criança viva rodeada de carinho e de amor. Mas também sei e aprendi que não é apenas a família tradicional que é capaz de o dar.

Para o meu Deus todos somos seus Filhos. Mostra-o bem a decisão do Papa Francisco mandar os seus padres por esse mundo fora, perdoar os miseráveis abortos feitos em países famélicos.

A longa vida que já levo ensinou-me a virtude da tolerância, aquela que faz com que tentemos entender aqueles que não são como nós e que ousamos considerar anormais. Que Deus nos proteja e a eles, porque é disso que todos precisamos. Crianças incluídas!

HSC


Nota: E se aqui eu perder mais alguns leitores isso significará que eles estavam a visitar um blogue que não era manifestamente para eles, porque a sua autora não se rege pelos princípios que muito justamente poderão defender. E eu compreenderei! Eliminar

18 comentários:

  1. Em contrapartida, há quem confirme, por textos como estes dois, que vale mesmo a pena segui-la. :)
    Tomo a liberdade de lhe mandar um abraço apertado, via internet.

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  2. Tenho pena, gosto da sua frontalidade, da maneira tão genuína que transmite as suas ideias, os seus pensamentos.
    Felizmente ainda estamos num país democrático, exprimir o que sentimos foi uma conquista. Cabe, a cada um de nós opinar livremente, nem todos gostam de amarelo.

    Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos.
    Nietzsche

    Carla

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  3. A mim continua a ter-me como leitor. Assino por baixo essa postura. Penso exatamente o mesmo. Há quem prefira que as crianças se mantenham em lares e orfanatos. Pois essa preferência é que me choca.
    Sempre a considera-la.
    Pedro

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  4. Doutora Helena
    Se perder alguns comentadores, outros aparecem porque fala e escreve com o coração.
    Admiro-a muito.
    Não sei a razão, mas muitas vezes não aparece o meu comentário. Não estou zangada e vou continuar a seguir os seus escritos.
    Abraços e bom fim de semana
    Maria Isabel

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  5. Sinceramente, tenho alguma pena dessa comentadora que se foi...

    :)

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  6. Eu identifico-me com a sua opinião, mas, mesmo que não fosse o caso, continuaria a lê-la com todo o gosto. Prezo todas as opiniões que, embora possam ser diferentes da minha, são partilhadas com assertividade e respeito. É precisamente aí que reside o valor do diálogo.

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  7. Concordo plenamente com o seu ponto de vista. Bem haja pela abertura de espírito que lhe assiste e sobretudo por não ter medo a pronunciar-se publicamente.

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  8. Estou inteiramente de acordo consigo, Helena.
    Um abraço fraterno.

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  9. Concordo totalmente com a sua opinião! Mas se não concordasse, não era por isso que deixaria de a ler. Na minha humilde opinião, ficamos mais ricos sabendo mais pontos de vista.
    Um abraço
    MAR

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  10. Só faz falta quem "vem cá".
    Cumprimentos.
    Teresa Silva

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  11. Drª Helena, concordo totalmente consigo. Para crianças que carecem de um lar a adopção é a melhor via. Seja qual for o tipo de família. se se candidata a adoptar é porque tem amor para dar.
    Quanto às diferenças que existem dentro da humanidade são irrelevantes. Todos filhos de Deus que a todos ama como Seus filhos.
    Um abraço e a minha gratidão por tudo o que partilha através dos seus textos.
    M. de Castro

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  12. Continuarei sempre sua leitora e estou absolutamente em sintonia consigo, mais uma vez obrigado.
    Um abraço
    Inês Galvão

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  13. Não deixo de ser leitora e comentadora e por concordar com e em tudo, assino por baixo.

    Um bom serão



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  14. Posso compreender e aceitar isso que escreve, mas e se alguém tem um filho homossexual, como é o caso de um casal amigo a quem isso sucedeu e muito sofre com isso, sobretudo recusando-se a aceitar o namorado dele lá em casa? A questão da adopção não me repugna por aí além, pelas razões que invoca, mas convenhamos que cair-nos em cima uma situação dessas, na família, é um caso complicado. Assumo frontalmente: teria um imenso desgosto de ter um filho homossexual e pior ainda que me tentasse impor o seu namorado em casa, a conviver connosco.
    Fernando Alvim

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  15. Drª. Helena nos seus blogues tem todo o direito de escrever o que entender,
    como entender. Eu subscrevo totalmente o seu texto.
    Lamento que haja quem pense o contrário, respeito essas pessoas
    e espero/desejo que um dia possam mudar de ideias.
    Os meus cordiais cumprimentos.
    Irene Alves

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  16. Fernando Alvim
    Vou responder-lhe assim: O que eu quero é a felicidade dos meus filhos. Quem pensa nisso, deixa de considerar importante o resto. Porque é que em lugar de "imaginar o que eles farão" não pensam que é dessa forma que são felizes?
    Perder um filho com cancro de pulmão aos 54 anos, trata-lo e vê-lo sofrer, isso sim, é que dói muito, porque não podemos fazer nada para minorar as suas dores.
    Há 30 anos os filhos de pais divorciados eram marginalizados. Hoje já ninguém se interessa por isso.
    Daqui a 30 anos ter filhos hetero ou homo vai ser igual.
    Os seus amigos que agradeçam a Deus terem um filho que os ama e lhes não esconde a sua opção sexual. Muitos poderiam te-lo perdido.
    Compreendo que custe mais em pessoas conservadoras. Mas o tempo, esse, é que é o grande obreiro da abertura das mentalidades. Os seus amigos que pensem bem nisto, no tempo que ainda tiverem de vida!

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  17. Dra. Helena,

    Concordo com tudo o que escreveu - sobre a adoção, sobre os filhos e, sobretudo, sobre a tolerância! Também tenho filhos e o que me interessa é a sua felicidade! Sou uma fiel leitora sua e, mesmo que não concordasse com todos os seus pontos de vista, continuaria a admirá-la e respeitá-la!

    Carmen Caeiro

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