domingo, 11 de outubro de 2015

O medo

Todos nós, mais tarde ou mais cedo, experimentamos esse sentimento que apelidamos de medo e que, na maioria dos casos vem acompanhado de alguma ansiedade.
Embora não seja dada a grandes medos, já passei por alguns fortes, quase todos eles ligados às pessoas que amei ou amo. Mas sempre considerei que eles eram um teste ao nosso caracter, às nossas convicções, à nossa coragem, enfim, a nós próprios.
Talvez por tudo isto fujo dos médicos como diabo da cruz, à excepção daqueles que eu considero os meus anjos da guarda, e que conhecendo-me bem, sobretudo velam por mim.
Pois bem, nestes últimos dois meses apanhei um belo susto. Fui confrontada com a necessidade de uma pequena cirurgia e com a espera do resultado da mesma. Tive medo, sim. Em particular mais pelos que ainda precisam da minha ajuda - e dela ficariam subitamente privados - do que propriamente por mim, apesar de em relação a eles eu já ter tomado todas as disposições legais para que a minha vontade seja cumprida.
Mas descobri que há um outro medo possível, enorme, que é o de podermos ficar totalmente dependentes daqueles que nos rodeiam. E contra esse, pouco ou nada podemos fazer...nomeadamente quando se tem um único filho cuja é vida pouco propícia a este tipo de acontecimentos, por melhor filho que seja, e até é. 
Vivi, assim, estes dois meses de alguma angústia em total coincidência com a campanha eleitoral, calada que nem um rato. Valeram-me, uma vez mais, os amigos e essa força imensa que eles me transmitem. E consegui trabalhar, sair, divertir-me, como se nada se passasse. Ou seja, apesar do medo, ele não conseguiu vencer-me ou alterar a minha vida!

HSC

17 comentários:

  1. Olá,

    Como eu a compreendo...

    Um abraço e boa semana,

    ResponderEliminar
  2. Na verdade, tudo está bem quando acaba bem. Eu, que sou uma optimista, sempre acreditei que não haveria de ser nada. E não foi mesmo!...

    Um grande beijinho :)

    ResponderEliminar
  3. Amiga real, real amiga,
    Como eu a compreendo. Já passei por isso e não foi pequena cirurgia, mas infelizmente o meu caso foi mesmo para tremer.
    Graças a Deus já lá vão quase cinco anos e, segundo dizem, os carcinomas de tiróide têm uma hipótese de 95% no total dos casos. E quem me garantia que eu não pertencia aos outros 5%?
    Temos a nossa vida destinada e só vamos no nosso dia porque de véspera, só o perú no Natal.
    No seu caso, faz tanta falta, que vai ser no feminino como o Manoel de Oliveira.
    Grande abraço

    ResponderEliminar
  4. Realmente, o medo não vence as pessoas fortes, de "carácter, coragem e convicções". Pode até dar-lhes um certo abalo, quase sempre disfarçado mas perceptível aos mais íntimos e amigos… No entanto, nunca põe em causa a própria "grandeza", esse é o atributo que permanece inabalável.
    Abraços enormes :)

    ResponderEliminar
  5. Descobri há bem pouco tempo numa sessão terapêutica, que o meu medo mais primário tem a ver com a protecção a uma pessoa, na altura totalmente dependente de mim. Compreendê-lo faz-me conhecer melhor as variantes, perceber os possíveis traumas associados, enfim, justificou-me a mim mesma alguns exageros. O medo, enquanto emoção primária, é quase impossível de controlar, daí ser tão importante que mais ou menos o consigamos ler... E assim continuar...

    Abraço, Helena.

    ResponderEliminar
  6. Ainda bem que estava na maioria !


    Melhores cumprimentos.

    ResponderEliminar
  7. Que bom que tem esse filho e esses amigos.
    Espero que os exames não tenham dado más noticias.

    ResponderEliminar


  8. Sinto tantas vezes o mesmo. Com a diferença de que, para mim, o medo é permanente, mesmo que eu queira disfarçar e fingir que o perigo não está lá. E não se trata da minha dependência, mas da dependência da minha filha em relação a mim. Não há dinheiro, nem heranças, nem presentes, nem medicações, nem médicos que me dêem garantias quanto ao futuro dela....e isso é terrível, vive-se um dia de cada vez e relativiza-se tudo, até os nossos achaques, agradecendo (a não sei quem) por tudo estar em stand-by. Há três anos que a estabilidade dura, mas nunca se sabe...a angústia é permanente. Tudo o resto, filhos, netos, eu própria, é secundário. E o medo espreita.

    ResponderEliminar
  9. E conseguiu disfarçar muito bem.
    Ainda bem que está com razões para estar
    mais tranquila.
    Fico muito feliz por si.
    Respire fundo!!! Mais uma etapa ultrapassada!
    Os meus cumprimentos.
    Irene Alves

    ResponderEliminar
  10. Tenho uma grande admiração por si.
    Fique bem.
    Maria João

    ResponderEliminar
  11. Querida Helena, espero que tudo esteja bem agora consigo. Afectuosamente

    Luis Filipe (Alcipe)

    ResponderEliminar
  12. Desejo que tudo lhe corra pelo melhor. Não será por acaso que se chama Helena! Beijinhos

    ResponderEliminar
  13. Don't be afraid cause you ... Are a Melody.

    Ghost

    ResponderEliminar
  14. To you.

    http://youtu.be/tTcsLZar6gA

    Ghost

    ResponderEliminar