terça-feira, 1 de setembro de 2015

Cá se fazem...cá se pagam!


"Bastam uns dias de férias fora de Lisboa, fora dos grandes centros urbanos. Rapidamente se percebe como reagiram os portugueses (que podem…) ao brutal aumento de taxas e impostos dos últimos anos: voltaram à economia paralela, à troca directa, ao dinheiro debaixo da mesa, às contas sem recibo nem factura. O ataque ao bolso do contribuinte não compensa, quando o contribuinte vê como estão e onde andam os suspeitos do costume. Ou antes: cá se fazem, cá se pagam".

                          in http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt

Este é mais um excerto retirado hoje ao meu amigo Pedro. Limito-me a acrescentar que já não é preciso sair de Lisboa, para se sentir o mesmo.
É que cada vez vejo mais pessoas a não quererem número de contribuinte na factura. Essencialmente por dois motivos. Um, não dar conhecimento público dos seus gastos pessoais. Outro, porque o que se abate não compensa a trapalhada e perda de tempo que representa o registo das facturas. Só quem teve esse trabalho, pode compreender...
Se o governo quer a participação activa dos contribuintes no fim da fuga aos impostos, então não lhes pode pedir que passem horas a fazer registos. Não dê carros e simplifique o processo!

HSC


18 comentários:

  1. Desculpe, em todo o mundo civilizado e de cidadãos responsáveis dar o talão de compra do que foi registado é prática tão normal como respirar! Portugueses (alguns) é que continuam a colaborar com quem lhe presta serviços para este não pagar o que deve! Assim, eu ao pagar 0.65 € por um café e se não me der a fatura, quem mo vende está a meter no bolso 23% do que eu paguei e por outras vias estou eu a pagar outros impostos que seriam muito menos se todos pagassem! Ainda não chegamos à Grécia, mas com mentalidades destas "não vale a pena pedir fatura" talvez lá cheguemos! Incentivar pela positiva talvez seja mais barato do que "semear" fiscais de finanças à porta das lojas a pedir o talão do que comprei!!
    Vivi em Itália mais de um ano e por mais de uma vez (antes de me habituar) a menina saiu da caixa e correu a trás de mim para me dar o " scontrino" . Se fosse abordada pelo agente á saída e o não tivesse pagava eu multa e a loja também!
    Não temos emenda, tudo serve para criticarmos! Só me apetece dizer: venha aí um governo do Syriza que acabe com todos estes impostos para ver se todos ficam contentes!!

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  2. É brutal o que se paaga de impostos e a fuga é quase lícita, quando se pode facilitar. Infelizmente nunca pude fugir a eles , mas sinto na pele o querido mês de Agosto, quando dois dias depois de pagar o IRS, recebo uma factura para pagamento por conta do próximo. É de gritos!!Ainda se eu soubesse que este dinheiro vai contribuir para o progresso das infra-estruturas do país!! Mas tenho tantas dúvidas....

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  3. Ó Dalma
    Não entendeu o que eu disse, apesar de me parecer que fui bem clara. Sou completamente a favor do pagamento de impostos. Sempre os paguei e não fugi, nem fujo, a eles.
    O que o Pedro diz e eu corroboro é o facto de o numero de contribuinte na factura carecer de confirmação através de registo por parte de quem a recebe.
    Se paga impostos deve saber disso. No último ano eu tive de registar cerca de 500 facturas e tive um desconto de 111 euros. Só que passei uma semana a registá-las na net.
    No País de que fala, a Itália, o prestador de serviço mete o seu numero de contribuite e o registo é automático. Como devia ser aqui. Mas não é!
    A politização de tudo não é o melhor caminho e eu não sou de criticar pelo prazer de o fazer. Mas também não sou de calar quando vejo um abuso de autoridade. Pagar impostos é uma obrigação de cidadania. Exigir ao contribuinte que faça o trabalho da Autoridade Aduaneira e registe cada factura que recebe para ter direito a um desconto, é outro. Convém não misturar as coisas. Até porque o Estado aqui não é enganado. O prestador do serviço passa sempre factura. Quem recebe é que tem a liberdade de se identificar ou não.
    Fiz-me entender agora?!

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  4. Sim dá trabalho pedir factura! So what. Estive recentemente no estrangeiro e isto parece ser um acto corrente, quem vende entrega factura e pronto. ainda nao é o sistema perfeito mas foi um começo...

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  5. HSC, passam sempre fatura?! Passam quando passam, devia ir à minha padaria e a um ou outro café aqui " nesta cidade do Alto Alentejo" onde a gaveta da registadora está normalmente aberta e onde simplesmente lá entra o dinheiro. Talvez nas grandes cidades isso já seja raro, mas nas pequenas onde tudo se conhece e sabem que não somos inspetores...
    p.s. Pelo menos qd estive na Itália, não perguntavam o nº de contribuinte, nem sequer tínhamos o NIF italiano já que, por decisão nossa, pagávamos impostos em Portugal e o mesmo aconteceu no nosso ano de Canadá! Foi o nosso sentido patriótico a falar, já que tínhamos que pagar impostos ao menos que fosse para o nosso país!

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  6. Ó Anónimo das 16:58
    O que dá trabalho não é pedir a factura. O que dá trabalho é registá-la.

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  7. Dalma
    Nesse caso só há uma coisa a fazer - exigir a factura.
    Com ou sem o seu número de contribuinte!

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  8. Concordo plenamente consigo!
    Deve sempre pedir-se factura e eu faço-o. Mas é de facto desanimador o registo! Deveria ser automático! Dou por mim, por vezes, a não as registar só pelo trabalho que dá e não me arrependo porque em termos de IRS a compensação não vale o trabalho.
    Também concordo que não deveria haver carros em sorteio e muito menos esses carros caríssimos, com manutenção caríssima e que as famílias não podem suportar a não ser que os vendam.
    PS: vem este ano à nossa Feira do Livro? Gostava muito.
    Bjs

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  9. HSC, claro que sim, que exijo e havia de ver com que olhos me olham. Claro que não peço NIF para coisa pouca, apenas o talão da registadora. Uma vez até me perguntaram para que o queria se o deitava logo fora! Mas enfim, lentamente, mt lentamente tenho fé que as pessoas se consciencializem...

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  10. Olá,

    Dra.Helena, isto está cada vez mais confuso, mas não é só em Portugal!
    Sempre achei que se todos pagarem impostos, todos pagam menos. Isto não é novo!
    O mal desta situação, não são os pequenos, mas sim os grandes contribuintes que lesam o Estado.São estes que muitas vezes exercem actividade paralela ou arranjam maneira de existir reembolso, por exemplo no IVA.Assim, cabe a esse mesmo Estado fiscalizar,mas de uma maneira séria e não repressiva como muitas vezes acontece, que só o faz através de denúncia, veja-se a ASAE?
    Compro, pago, peço factura com NIF quando é caso disso, mas no meu dia a dia, não vou a esse excesso de zelo. Como cidadã pago os meus impostos, até mais do que devia.Estou reformada, desconto mais para o factor de sustentabilidade, que descontava para a S.Social, quando estava na vida activa!
    É por estas e por outras, que não avançamos, mas não podemos perder a esperança.

    Um abraço,

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  11. A forma como está a plataforma das "casinhas" é de rir porque quem não tem internet vai ser "enganado para não aplicar outro termo". Digo o porquê:

    Peço sempre factura, e onde vou...até na padaria dão-me sempre o talão. Nas despesas gerais lá estão os 250€ de bónus(???) e esse valor atinge-se em 4/5 meses e o resto terá outro significado que todos sabemos. Na habitação ainda não estão inseridos os "recibos de renda electrónicos" e na saúde "as taxas moderadoras". Pois...

    São raras as facturas que registo porque são inseridas pelo comerciante até ao dia 26 do mês seguinte. Não o fazendo...aí faço eu.

    Mas quantas vezes surgem as "pendentes", que se não formos rápidos na sua regularização de lhes dar a "casinha"...rapidamente desaparecem do sistema indo parar a "nenhures versus lixo" (não consigo descobri-la em lado nenhum, nem no "Excel" que existe por lá.

    Posto isto...volto ao início...oxalá a declaração de 2016 sobre valores de 2015 não venha barrado como dizem e possamos rectificar os valores, porque já vi facturas de exames médicos inseridas pela respectiva entidade na "habitação" e andam numa luta porque não conseguem mudar o seu "estatuto" para saúde. Aqui há gato e sinceramente lamento a ideia bizarra do carrão que é dado com "regras" e uma delas é não o poder vender logo. As marcas dos ditos são...? Ora pois claro!

    Com tanta cabecinha pensadora deveria haver mais explicação, elucidação ao povo sobre a "máquina devoradora de dinheiro" que em tudo começa sempre no seu melhor: pague primeiro e reclame depois. Queria que tudo fosse mais simplificado, mas neste país tudo funciona...enfim fico por aqui!

    Estarei errada?

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  12. Caros comentadores
    Reafirmo e insisto que o problema não está na factura, mas sim na confirmação do seu registo via internet.
    Nos outros países a factura fica logo registada na altura em que é passada e não se tem de andar à procura das "casinhas" -como muito bem diz a Fatyly - para a validar, porque esse deve ser o trabalho da AAT, se quer colectar os nossos impostos...

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  13. Cá por mim, nunca peço factura. Estou-me nas tintas! Quando vir um governo através dos nossos impostos, directos, IRS, IRC, a investir na saúde (para ser grátis, como numa Dinamarca, p.ex), na educação (para ser grátis, como noutros países nórdicos), na melhoria das reformas, pensões, na protecção de empresas estratégicas (como a EDP, REFER, REN, etc), a não salvar bancos (como fez e muito bem a Islândia) com os nossos impostos (convém não esquecer que a CGD é a maior accionista do tal Fundo de Resolução, ou seja), então sim, pedirei facturas. Actualmente, os tais 23% de IVA vão para apoio da saúde privada, do ensino privado (deixando-se cair e degradar o público, quer na saúde, quer no ensino, incluíndo universidades), da banca fraudulenta, para pagar os juros dos tais 78 mil milhões, etc. Assim sendo, mando e continuarei a manadar ás malvas as facturas.
    a) José Ribeiro

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  14. Boa tarde, Se pedir a fatura com o contribuinte, não tem de a registar, essa obrigação é do comerciante. Aliás, este ano funciona assim: mesmo que registe mais tarde as faturas todas, não terá direito ao reembolso do IVA. Têm que ser pedidas ao comerciante já com o contribuinte. Foi uma teima que tive com o meu marido e que me fez ligar para as finanças para esclarecer. Ele tinha razão.
    O reembolso do IVA compensa, sim. No meu caso tenho quase 500 € de reembolso para receber e ainda nem chegámos ao fim do ano e apenas por pedir a fatura com contribuinte nos setores disponibilizados (este ano alargaram os setores). Cabeleireiro, restauração e alojamento, etc.


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  15. Ana Carreiro
    Isso seria muito bom se não houvesse as "pendentes" que estão inseridas no sitema, mas que têm de ser classificadas. E essas têm sido, no meu caso, a maioria.
    Dou-lhe um exemplo: nos supermercados peço a factura de bens alimentares à parte da dos produtos de higiene, tomando já a meu cargo essa distinção. Pois bem, aparecem as duas por classificar... Calcula só aqui - numa casa de família que não compra por grosso mas de dois em dois dias - as facturas mensais que aparecem?
    O mesmo me acontece nas da Galp, minha fornecedora de gas e de electricidade. O mesmo ainda na Farmácia onde a classificação está sempre pendente...
    A Ana Carreira é a unica pessoa que eu conheço a quem descontaram 500€!
    Pois a mim descontaram-me 111€ e eu tive de confirmar registo da maior parte das minhas facturas, o que representou cerca de 500.
    Como vê nem tudo é simples, nem tudo é igual. Eu falei da minha experiência e da que conheço em países desenvolvidos, nos quais, desde que a factura tenha o nosso NIF, o registo e a classificação são automáticos e a classificação da actividade só interessa se der lugar a reclamação.

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  16. Ana Carreiro
    Esta é a informação oficial relativa ao assunto:

    " Benefício fiscal do IVA: Até 250 euros por agregado

    Em 2013 entrou em vigor o benefício fiscal por pedir fatura. Este incentivo consiste na dedução à coleta do IRS do valor correspondente a 15% do IVA das quantias que gaste em determinados setores como cabeleireiros, esteticistas, restauração, hotelaria e serviços de mecânica. O benefício fiscal tem o limite máximo de 250 euros por agregado familiar e só é válido se pedir fatura com número de contribuinte. Para atingir o benefício máximo terá de gastar cerca de nove mil euros nestas despesas.
    Para ter uma ideia do benefício que pode obter, faça as contas. Imaginando que, ao longo do ano, vai almoçar fora durante 250 dias e paga sete euros por cada refeição, ao final do ano isso representa 345 euros em IVA. Isto significa que irá obter um benefício de 52 euros (345 euros x 15%).
    O benefício fiscal do IVA foi introduzido em 2013, mas no início apenas tinha em consideração 5% das despesas de IVA, o que exigia que os consumidores fizessem despesas totais superiores a 26,6 mil euros para atingir o benefício máximo."



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  17. Helena, no ano passado "acordei" tarde para o pedido de faturas com contribuinte, seguramente no 2º semestre e mesmo assim reembolsaram-me 118€ no IRS de 2014, ao meu marido mais um pouco. Este ano aparece os tais quase 500€ em deduções provisórias no IRS 2015, que irão ou não passar a definitivas depois da "aprovação" das finanças. É o que aparece no meu e-fatura.
    Quanto aos 250€ de dedução máxima por setor, no meu caso ainda só atingi esse limite nas "despesas gerais e familiares", onde totalizei cerca de 7200€ de despesas. Num agregado com 4 pessoas, rapidamente se atinge esses valores em supermercado!
    Quase todos os dias passo pelo e-fatura e perco 5 minutos para ver se é preciso atualizar alguma fatura pendente, normalmente não é.
    Penso que o sistema não é perfeito, por exemplo questiono-me porquê que nos permitem introduzir manualmente as faturas, se depois elas não servem para a dedução do IVA? A Srª das finanças disse-me que serviam só para cruzamento de informação. A mim, induziu-me em erro, porque introduzia várias faturas manualmente.

    P.S.: gosto muito de si e do seu trabalho, ainda ontem ofereci o seu ultimo livro a uma colega, que achei delicioso e logo foi "raptado" lá de casa por uma cunhada.

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  18. Ana Carreiro
    Esteja atenta a 2015.
    Acabo de descobrir, meramente por acaso - em pesquisa para um trabalho que estou a fazer - um importante estudo da KPMG - intitulado "As principais alterações propostas a nível fiscal para 2015" - no qual já descobri umas novidades que me agradam pouco.
    Mas será cedo para fazer comentários. Preciso ler tudo!
    E bem haja pelas suas amáveis palavras para comigo.

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