"Os
dias contigo são dias inteiros que passam num instante. Tenho saudades de ti
quando acordo, antes de perceber que já estás ali ao meu lado. Tenho saudades
de ti de manhã enquanto espero que desças do banho. Fico bem a ler enquanto te
espero, mas leio melhor quando estás ao pé de mim, quando já não me apetece
ler.
Hoje
foi mais um dia contigo e, mais uma vez, dou comigo aqui à noite, separado de
ti, para escrever sobre o dia que se passou. E a coisa principal que aconteceu
foi ter saudades de ti outra vez.
Bem sei que sei onde estás e que eu estou aqui
a cinco passos de ti. Mas a maior certeza que tenho é que, apesar disso tudo,
não estou contigo nem tu estás comigo. É o que me basta para ter saudades de
ti. Não preciso de mais: se mais tivesse, morreria.
É verdade que estive contigo durante uma
pequena parte do dia: aquela a que as pessoas tristes e habituadas chamam vida.
Mas estava tão apaixonado e tão feliz que nem dei por isso.
Pensei apenas: "Conseguimos! Conseguimos
estar juntos! Nem acredito!" E o tempo nunca é suficiente para me
convencer que conseguimos mesmo estarmos juntos e, ao mesmo tempo, estarmos
juntos o tempo suficiente para deixarmos de nos preocuparmos (e sofrermos) com
isso.
Continuo a sofrer, todos os dias, às mesmas
horas em que não estou contigo, da saudade de quando estive. Os dias contigo
são os bocadinhos de manhã, tarde e noite que são avaramente permitidos aos
mais felizes.
E apaixonados. E ingratos."
Teria sido fácil pensar que um texto destes
fora escrito por uma mulher. Não foi. Saíu da pena do nosso Miguel Esteves
Cardoso para o jornal Público. É uma verdadeira elegia ao amor como só o Miguel
sabe fazer e viver. Mais do que tudo enche-me de ternura que ainda haja
quem possa amar assim, porque eu, uma vez na vida, tive a enorme dádiva de
viver algo semelhante!
HSC
Ah, morrer de Amor é bom mas vivê-lo é ainda melhor.
ResponderEliminarTodos os textos do MEC são 'ridículos' de tanto amor que carregam. AMO
Clarisse Castro
ResponderEliminarLindo viver um amor assim, parece-me um pouco romanciado o texto. Na realidade creio, que existem poucos amores vividos dessa forma.
Quem o vive, ou viveu é um felizardo.
Carla
Conheço o Miguel e garanto-lhe que aquele seu amor pela sua Maria João não tem igual. A mim parece-me sublime não só existir um amor assim, como um homem dar prova pública dele!
ResponderEliminarPara mim é sufocante, só espero que a outra pessoa esteja realmente no mesmo registo do MEC.
ResponderEliminarAC
🌹🌹🌹
ResponderEliminarCaramba, já não há pachorra para ouvir o MEC falar da Maria João. E essa permanente presença de outra pessoa ao lado deve ser insustentável. E pensará ele, de quem muito gosto aliás, que os seus leitores têm paciência para essa lamechice contínua? Que a guarde para ele, que se cale. Tanta exibição até dá para desconfiar de falta de assunto, mas quem é obrigado a uma crónica diária ...
ResponderEliminarCaros comentadores
ResponderEliminarComo se vê os sentimentos não são padronizados...
A coisa mais bonita que li hoje! Identifico-me quase totalmente com este texto do MEC. Quem não sabe do que se trata devia evitar rótulos como "lamechice". Ainda bem que há quem consiga escrever com tanta lucidez sobre os sentimentos que nós, pessoas comuns, experimentamos , mas não conseguimos expressar.
ResponderEliminarObrigada por divulgar HSC.
.
Se bastasse una fiori per vederte felice... http://youtu.be/sK0GuKQPfRk Sei Speciale Signora.Buona notte.
ResponderEliminarAlessandro
O Miguel Esteves Cardoso não tem medo
ResponderEliminarde falar de sentimentos. De amor.
É pena que muitos outros não o
sintam ou não o consigam transmitir.
Cumprimentos.
Como o compreendo... Quando se ama, sente-se saudade!
ResponderEliminarAbençoado Miguel Esteves Cardoso! Consegue deliciar nos com o Porquê das Coisas, incluindo o Amor! Como dizem os antigos, é por isso que o mundo não tomba. Se todos gostassem do amarelo, o que se fazia ao azul? Boa Feira Do Livro! Bjinho
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