A missa a que acabo de assistir pela minha amiga Maria foi lindíssima. A prédica sacerdotal focou dois aspectos muito importantes das nossas vidas. Um, que nos confronta com o facto de nos estarmos sempre a despedir de algo ou de alguém, ao longo da nossa existência. O outro, que foca a questão da morte no seu verdadeiro sentido, lembrando que a pergunta natural que todos pomos - "porque partiu?" - deveria ser substituída por outra, essa sim vital, que é - "porque viemos?" - dado que é esta interrogação que dá sentido aos nossos dias.
A encomendação do corpo seria precedida por um dos fados preferidos da Maria, que foi cantado por Camané, outro seu grande amigo e que deu à Basílica da Estrela uma humanidade que nem sempre lhe encontro.
Quer ontém no velório, quer hoje na missa de corpo presente, a variedade de pessoas que por lá vi, fez-me voltar, por momentos, aos anos sessenta. Lá estavam muitos dos compagnons de route desse tempo, misturados com as artes e as ciências de agora. Uns e outros não quiseram deixar de estar presentes na cerimónia de despedida de alguém a quem muitos deles devem bastante. Foi uma comovente despedida!
HSC
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