Coimbra, 21 de Março de 2015
Casei
hoje a minha filha Natércia. Não sei se estou contente ou não. Estou, isso sim,
inquieta. De facto, e a meu ver, tudo se passou depressa demais para uma mulher
que, sendo cientista, sempre levou a vida devagar.
Várias
vezes, neste diário, tenho falado das diferenças substanciais que existem entre
as minhas três filhas.
A
Filipa, parecida com o avô paterno, é impulsiva, frontal e corajosa. Casou aos
18 anos com um homem bem mais velho e não houve quem a dissuadisse da decisão.
Esteve casada quatro anos e hoje é divorciada.
A
Francisca manteve-se solteira até ter, aos trinta anos, encontrado um rapaz de vinte, com quem foi
viver. Foi um drama na família que nunca percebeu tal união. Ao contrário, eu
entendo-a muito bem, mas não quero meter-me nesta briga porque teria de
explicar as razões porque assim penso e não estou para aí virada... A verdade é que já passou meia década e
eles parecem continuar satisfeitos.
Então
porque é que a festa da Natércia me terá trazido esta sensação de incómodo? É
muito capaz de ser, como disse a minha mãe, porque agora estou no mesmo patamar
do que ela, ou seja, somos ambas mulheres com filhos já casados.
Será?!
Esta minha mãe sempre teve um jeito especial para me pôr no lugar dela...
HSC
Procurei a página (2) do diário, mas não a encontrei... para ver se melhor entendia a história do (s) casamento...
ResponderEliminarAnónimo das 15:03
ResponderEliminarEsta série a que chamei Pagina de um Diário é ficcional, como muito daquilo que escrevo.
Há uma outra que tem (1) e é mais antiga.
Esta pretende apenas mostrar como, a partir de certa altura, mães e filhas se podem encontrar na mesma situação... apesar da diferença etária!
Dra. Helena compreendi a sua explicação e estou completamente de acordo, isso acontece mesmo!
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ResponderEliminarBom dia Helena!
Pensei que fosse um diário real, uma ficção que acontece em muitas casas.
Gostei muito.
sabe, que gosto citar, sabendo que estas palavras não são minhas, vejo nelas uma inspiração de vida. Descobri, na leitura uma forma de fugir aos desencontros da vida, ao mesmo tempo descobri, outros caminhos mais prazerosos.
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.
Dalai Lama
Carla
Olá D. Helena,
ResponderEliminarSim, para mim, foi uma surpresa bonita, ver-me no caminho de mãe ... os sentimentos aí desencadeados reflectiram-se também nos que por ela sinto, inclusive pelos que sinto em relação à minha avó materna que sempre foi muito presente na minha vida, espiritualmente ainda o é: no mínimo, redobraram-se.
Avance com as páginas de um diário, pois despertou a curiosidade.
Cumprimentos,
Cláudia