segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

E se fosses tu?

(E se fosses tu?)

Não tenho planos, nem promessas, nem

filhos que nos convidem para almoços
de domingo - a minha ideia de família
resume-se a um retrato velho preso numa
gaveta; e do amor possível sei tão-só


o que li nos romances que me salvaram
da desordem quando o meu tempo
andava de ferida em cicatriz. Mas guardo
ainda muitos por estrear para essa estante


que ergueste no corredor como uma casa
nova. E trago portas abertas no coração:


se ainda não sabias, és muito bem-vindo.

(Maria do Rosário Pedreira)

Aqui fica um poema belíssimo que “roubei” do blog da Aldina Duarte, uma fadista de quem muito gosto, grande amiga do meu filho Miguel, que decidi partilhar convosco.

HSC

7 comentários:

  1. Meia- noite à vista !! E, isso quer dizer:
    Parabéns querida Helena!
    Que a vida lhe continue a dar essa força da Natureza, e, acima de tudo, que nela se fixe um constante Sol da meia-noite…

    Beijinhos e abraços (muitos) da
    TERESA PERALTA

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  2. As estrelas torcem por si.Muitos Parabéns e que aqui esteja nos cem com a mesma garra.

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  3. O poema é lindo.
    Depois de o ler, bocados dele ficaram dansando na minha cabeça. Voltei atrás para o reler e ainda gostei mais! Obrigada à autora de quem gosto muito e a si, Helena, que o deu a conhecer aos seus leitores!

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  4. É um poema esperançoso. Não há dúvida.

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  5. Aldina Duarte é um exemplo, entre muitos, de que o fado apesar das suas raízes populares pode ter intérpretes bastante cultos. É também o caso de Maria Teresa de Noronha, uma aristocrata com uma voz maravilhosa. Já Ricardo Ribeiro, apesar de cantar muito bem o fado, tenha transparecer que é uma pessoa culta e torna-se bastante enfadonho...
    Fernanda

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  6. Este poema mostra-nos o outro lado de uma imagem deturpada, embonecada, quando não hipócrita, com que a tv nos atira poeira para os olhos.

    No Natal fala-se da pobreza e da FOME E SOLIDÃO das crianças e dos idosos, apela-se à solidariedade, mas de projetos de fundo não se fala, e nas poucas vezes que são mostrados, a maior parte das pessoas liga logo para as novelas e para a casa dos segredos.

    Para além da tragédia da FOME física, a nível mundial, cada vez mais se vão acentuando profundamente outras FOMES: FOME DE AFETOS, DE IDENTIDADE, DE ESPIRITUALIDADE, DE SENTIDO, DE JUSTIÇA, DE CONHECIMENTO, DE PERTENÇA, DE INCLUSÃO.

    Não podemos esquecer que os nossos adolescentes assistem diariamente a programas como a casa dos segredos, um programa de grande vazio e perversidade, em que tudo é jogo no mau sentido, e alguns dos participantes são eleitos pelos públicos jovens (e pelos adultos) como MODELOS! (arrepiante!quanto mais enganam os outros, quanto mais arrasam os outros, quanto mais pisam os outros para ganhar, mais são apreciados).

    Não lêem um livro, são esvaziados pela produção e apresentadora (que ganha 50.000€ por mês), são espremidos por eles, são submetidos a uma grande pressão, para mostrar o seu lado mais irracional e animal. E depois a maior parte são descartados.
    É uma mentalidade terceiro mundista, ou pior.

    Ouvi, numa entrevista, um ex concorrente dizer que, quando saiu, nos primeiros dias, o mundo lhe parecia estranho, não sabia conduzir, etc.

    As chamadas elites (seja lá o que isto quer dizer) demitem-se deste assunto, todos dizem que não vêem, não sabem, nem querem saber. E é um assunto GRAVE! Lembremos que as crianças, adolescentes e jovens (todos ou, pelo menos a maior parte, vêem estes programas) estão confusos e indecisos em relação a muitos temas, como a identidade, a sexualidade, os valores, e estes programas, fornecem-lhes pistas, objetivos e valores (e imagens) deturpados, de grande complexidade.

    Os comentadores em geral, dizem aquilo que agrada às audiências e que convém ao programa. Um CICLO VICIOSO E MUITO PROVEITOSO!

    Concluindo, já só acredito que a FOME NO MUNDO possa ser atenuada, através da educação das crianças (com programas autênticos e não umas sessõezinhas esporádicas) ensinando-as e dando-lhe ferramentas efetivas de combate a longo prazo, deste flagelo.

    Embora não saiba por que motivos os comentadores deste post lhe dão Parabéns, tb o faço, porque há sempre um ou outro motivo para lhe dar Parabéns.



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