O Pedro Correia levanta hoje, no seu espaço no Delito de Opinião, uma série de questões sobre a Europa, que deviam ser matéria de séria reflexão. O texto que se segue em itálico é um resumo do que ele diz.
A Ucrânia ameaça fragmentar-se. A Escócia
avança para um referendo independentista. Húngaros e eslovacos esgrimem tensos
argumentos dos dois lados da fronteira. A minoria húngara na Roménia reclama
direitos que, segundo garante, não lhe são reconhecidos. O mesmo se passa com a
minoria russa na Letónia. O exército turco lembra o dia em que esmagou os
invasores de Atenas, conquistando-lhes a Trácia. Chipre é uma ilha dividida há
30 anos entre gregos e turcos, armados até aos dentes. Bascos e catalães estão
em pré-ruptura com Madrid. Na Finlândia e na Lituânia, as recordações dos
massacres soviéticos ainda ferem muitas sensibilidades. A Bélgica ameaça
implodir a todo o momento, fragmentada por conflitos étnicos e linguísticos. No
Norte da Itália as vozes dos que defendem um movimento secessionista são cada
vez mais fortes. Os Balcãs constituem um barril de pólvora temporariamente
neutralizado e na antiga Alemanha de Leste crescem os sentimentos xenófobos.
A Europa é um
continente cheio de feridas mal cicatrizadas, fronteiras mal definidas,
conflitos de toda a natureza que poderão reavivar-se a qualquer pretexto e que
muito dificilmente se manterá unida.
Talvez
fosse útil, na campanha que agora começou, meditar sobre a causa profunda
deste estado de coisas.
HSC
Boa noite!
ResponderEliminarA Europa hoje é Sevilha,com portugueses a ganhar a taça! Aos menos isto é bom!
E as farmácias vão lucrar e sair da crise,pois a Alka Seltzer e o Eno vão esgotar com a azia das águias encarnadas.
FCP :-)))))))))
Li o artigo e estou de acordo porque a realidade dos factos comprovam isso mesmo.
ResponderEliminar"Talvez fosse útil, na campanha que agora começou, meditar sobre a causa profunda deste estado de coisas."
Seria bom, mas pelo andar do andor, para além de "Portugal estar à venda a qualquer preço" há que defender mais umas quantas posições douradas no PE e nada como uma campanha onde só falam de guerras partidárias.
Não tenho paciência e fico-me por aqui!
Um abraço e hoje que corra tudo bem com a retirada dos seus "pontos de cruz":)
ResponderEliminarNão posso estar mais de acordo com o Pedro Correia e consigo mas uma das provas de que isto tudo não vai a sítio nenhum de jeito é que , cada vez que se fala da Europa , os portugueses todos só falam dos problemas portugueses , os espanhóis só falam dos problemas espanhóis , os franceses dos franceses , os ingleses dos ingleses e por aí fora (basta lê-los todos os dias , como eu faço).
E depois toda a gente volta à sua vidinha boa, assim-assim ou má e , quem tem alguma visão que vá para além do seu próprio "backyard" , é visto como um chato , na melhor das hipóteses .
RuiMG
Também gostaria que os nossos candidatos abordassem
ResponderEliminarmais as questões europeias do que o actual estado da Nação, é que ainda falta algum tempo até a próximas legislativas.
Mas, se calhar, a maioria, ainda percebe menos do que eu acerca da Europa.
Cumprimentos,
Cláudia
A Europa, Senhora Dra. Sacadura Cabral, não é nada mais, hoje, que um conglomerado de nacionalidades que não partilha grande coisa entre elas, senão a bandeira e alguns valores humanistas, a geometria frequentemente variável. Longe dos debates, é assim que a maioria dos europeus vêm a União (?).
ResponderEliminarSe acrescentarmos o facto que a sua legitimidade é mais que duvidosa após o "truque" do Tratado de Lisboa, que não respeitou o "não" irlandês, nem o francês, com uma taxa de abstenção nas eleições em progressão constante, com um presidente, que, se foi regularmente eleito pela Comissão não deixa de ser aquele que os "grandes" indicaram para o posto, sob o olhar "amigo" de Bush, que não era europeu mas tinha a sua influência"dans l'affaire", depois da cimeira dos Açores, e, enfim, o défice de democracia nas instituições, tais como o BCE e a Corte Europeia de Justiça, a Europa, mal construída, ameaça ruína.
Muitos europeus ainda não compreenderam a "independência" visceral do BCE, que se preocupa mais de risco de inflação que de miséria dos povos europeus por causa de défice de crescimento! Porque assim decidiu a Alemanha de Merckel.
Todos estamos agora conscientes do declínio económico da Europa como consequência da crise financeira e das políticas implementadas para desviar de maneira infinda os milhares de milhões de fundos económicos para o sistema bancário e o pagamento dos juros da dívida em detrimento das condições sociais dos cidadãos. Mas, Senhora Dra. Sacadura Cabral: ninguém parece interessar-se à derrocada moral dos governos europeus.
De Freitas pois é essa indiferença que mais me choca, porque pertenço a uma geração que foi educada a respeitar princípios de solidariedade. Onde é que eles estão hoje no Velho Continente?!
ResponderEliminarDoutora Helena
ResponderEliminarEspero que tenha corrido bem a retirada dos pontinhos. Ficou de certeza um trabalho bem feito.
Abraços
bem, algumas das situações descritas não são confliuosas, a da escocia, p ex, nem a da belgica.
ResponderEliminarcom os países balticpos a russia não se deve meter, pertencem à nato.
e chipre entrou na normalidade, não há conflitos fronteiriços como nas coreias. parece me atá que foi um dos raros casos de sucesso de separação territorial de populações por nacionalidades (embora seja de bom tom não se reconhecer internacionalmente o facto).
portugal nisto tudo é o aluno bem comportado, nem açores, nem madeira, nem o conselho de barrancos falam em secessões. mas olivença tambem não, a espanha tem a cidade assegurada.
já houve períodos da historia da europa em que a fragmentação era enorme, na alemanha, na italia, mesmo na iberia, até ao sec 15.
e a catalunha é coisa antiga, no sec 17 simultaneamente com a restauração portuguesa, houve a guerra da catalunha, já então queriam a sua independencia e separação.
de verdade que a historia da europa é feita de movimentos para reunir e unificar e de outros para separar e fragmentar, onde estará o melhor?
possivelmente sempre será assim, livremo-nos é de operações de conquista como as de napoleão, dos turcos, de hitler, e isto leva nos à russia/ucrania que é de facto o unico movimento muito preocupante actualmente, a anexação pela russia de territórios da outra.
o resto parecem me movimentos da história, mesmo a catalunha, etc
Boa tarde Drª Helena,como diz a senhora e bem foi ensinada a respeitar e a ter solidariedade,mas cada dia vejo menos.Estas Eleições devia esclarecer as pessoas o que se passa na Europa,mas infelizmente não vejo isso,já todos puxam pelo lugar melhor.Mas de pleno acordo com o que aqui escreveu.
ResponderEliminarAbraço de Maria Elisa