Quem se lembrasse, ontem, de abrir a televisão, perceberia que tinha começado qualquer coisa que entre nós se costuma apelidar de "campanha eleitoral". Claro que ninguém perceberia que se tratava das europeias...porque de Europa ninguém falava. Embora o ciclo infernal só tivesse início legal às 00:00h, o certo é que todos os partidos já se encontravam a antecipar o trabalhinho, com os líderes a marcarem presença nas respectivas caravanas.
Assim, Passos Coelho, em Macedo de Cavaleiros, lembrava o passado para que se não perdesse a memória da origem dos nossos problemas.
Já Seguro, em Vila Real, "confundia" os apoiantes dizendo que quanto mais votos o PS tiver, maior será a derrota do governo.
Em Grândola, Jerónimo, menos afectuoso do que é costume - confesso a minha simpatia pessoal por este homem - atirava-se ao perigo de um entendimento futuro entre o PS/PSD/CDS.
Mais estival, Catarina Martins, no Funchal, afirmava que a única alternativa para o país será a reestruturação da dívida.
Programas partidários face à Europa? Nem pensar.
O que está em causa para Portugal nestas eleições? O que é que isso interessa face a um tempo de antena, gratuito, que tem de ser partidariamente aproveitado?
Que novo ciclo se pode iniciar na Europa? Quem é que fala disso?
Aqui está a previsão do que vão ser os próximos 15 dias. Trata-se, claro, da pré campanha para as legislativas, embora não sejam essas que estão em causa.
Por sanidade mental, qualquer médico aconselhará que se desligue o aparelho de tv. Vou pensar seriamente nisso. Ou, em alternativa, ver apenas canais de cozinha, que me tiram da crise. É que só assim poderei dizer, lembrando o Fernando Lopes, "Nós por cá todos bem"!
HSC
O que me admira, Helena, é que após 40 anos de democracia o povo português ainda engula este tipo de partidarite crónica e dê valor às palavras que saem da boca destes políticos. Lemos n artigos do jornal sobre a Europa, a situação do Euro ou a crise económica vista pelos olhos dos não-europeus, mas continuamos a votar nuns fulanos que estão a milhas de distância dos problemas e que não sabem nada de nada sobre o futuro do país.
ResponderEliminarA mim não me apanham a votar....já não o fiz nas autárquicas e ganhou o meu favorito, que é o único político que neste momento me atrai e muito. Rui Moreira é um exemplo que deveria ser seguido por muitos homens à frente das autarquias pelo país fora. E não só. Ainda bem que o partido dele é o Porto!
Eleições europeias sem uma palavra sobre a mesma ... fantástico!
ResponderEliminarNão sei como funcionam as 'cabecinhas pensadoras' cá do reino mas é o que temos.
Ser-me-á permitido salientar a 'tirada' de António José Seguro que a Helena refere no texto.
Com que então, quantos mais votos o PS tiver, maior será a derrota do governo.
Vem-me à ideia uma comparação que vale o que vale e que tenho a ousadia de colocar à discussão (que discussão?).
Será como um dirigente de um qualquer clube dizer que se a sua equipa marcar mais golos que os adversários, ganha sempre.
É o que temos, nem adianta reclamar, estimada Helena.
Com a Europa no pensamento, retiro-me deixando os meus cumprimentos.
O que dizer perante tamanha descontextualização? Os agentes políticos estão dominados por uma verdadeira miopia que só alcança ainda o umbigo de cada um.Tal como a Helena, voto na “lancheira”...
ResponderEliminarBeijinho para si :)
Já não os suporto ouvir e desligo mesmo a tv. Acho que a maioria do povo que os ouve, é pago para "fazer número" embora o mais genuíno continue a ser o do PCP.
ResponderEliminarQuantas camionetas vão para...? Chamem-me burra que não me importo!
Não há dinheiro para nada e cortes cegos em tudo, porque tudo tem sido feito em cima do joelho...e gastam-se milhões nestes "carnavais" e noutros como a caça "de um palito criminoso" por montes e valados.
Como em tudo, para mim ainda há pequenas excepções mas que se perdem "no imenso lodo político"!
Continuação das suas melhoras.
Um abraço
ResponderEliminarNão vejo televisão há mais de 20 anos : só não é zero porque espreito os jogos da selecção.
Na minha casa do interior do país onde passo grande parte do mês nem a ligo à ficha na parede e , claro , quando minha mulher lá aparece para passar os 4 ou 5 dias por mês que lá passa levo grandes descascas porque aquilo desconfigurou tudo (agora faço isso eu de vez em quando por medida de precaução!).
Mas passo 2 a 3 horas por dia na net a ler os jornais de todo o mundo , incluíndo os nacionais , ao menos aí só se lê o que nos interessa ler , o resto salta-se ou deixa-se na 3ª linha.
De resto não me sinto nem mais culto nem mais inculto que os outros - apenas com muito mais tempo livre e especialmente muito mais pachorra para gozar as coisas que realmente gosto de fazer .
Mas reconheço que há muita gente para quem a TV é uma "companhia" importante , nem todos lidamos da mesma maneira com o silêncio ambiente , nem todos temos ocupações que com ela ligada são quase impossíveis .
RuiMG
PS - Mas acabo por ír sabendo do que lá passa pela família , claro.
Pelo sim , pelo não , aviso já ...
Eu comecei a tirar o som em determinadas ocasiões no telejornal. Depois fiquei alérgica a determinados comentadores.
ResponderEliminarOntem desliguei a TV. não há paciência!
Prefiro estar fora da realidade a deprimida.
Bjnhs.
CL
Luísa Santos disse...
ResponderEliminarNão votar é desperdiçar um direito que deu muito trabalho a conquistar! Parece que foi ontem que as mulheres não podiam votar e que os homens o faziam constrangidos, e já estamos aí a dizer : não voto! Que pena. Em democracia - o menor dos males - é com o voto que se atinge soberania, se escolhe quem nos governa, se castiga quem governou mal, se exige e se cumpre! Eu voto!Descrença nos políticos? Com certeza, mas lutemos contra ela com a única arma que temos! A democracia demora a construir e 40 anos não é nada, na história dos povos.
Luisa Santos
ResponderEliminarPara votar é preciso estar esclarecida. A Luisa conhece quais são as posições de cada partido / candidato para estas europeias?
No meu post não se aconselha, em nenhuma altura, a abstenção. A leitura é sua, não minha.
Irei apreciar, por esforço próprio, o que dizem os partidos. Mas não será nos debates televisivos que serei esclarecida!
Nesses, só ficarei a saber das guerras partidárias... e não é por elas que comando o meu voto.
Partidos são um espetáculo para quem lhe der ouvidos, sinto me nada democrata e é triste o que eles tem feito do pais, so encheram bem os bolsos... é melhor ficar por aqui
ResponderEliminarBeijinhos cheios de carinho, Zia
Luísa Santos disse...
ResponderEliminarÓ cara Drª Helena, esclareço. O meu comentário foi feito quando apenas aqui estava o primeiro (de Virgínia), e era, apenas, dirigido àquele comentário. Na verdade, não pensei que pudesse haver alguns comentários em fila para publicar e o resultado foi a bizarria deste desencontro. Longe de mim ler no seu post que desaconselha o voto pois não é isso que lá está escrito! Com certeza que temos de ser esclarecidos e também por mim terei - tenho - a lucidez de procurar informar-me por todos os meios possíveis e escolher, crendo, como creio, que a democracia é o mal necessário. Queira desculpar a confusão. Involuntária, bem entendido. Que não seja a minha total concordância sobre o que diz neste post motivo de discórdia aqui no seu cantinho!
«O que está em causa para Portugal nestas eleições?»
ResponderEliminarSinceramente, muito pouco. Temos levado forte e feio desta Europa durante estes últimos três anos. E continuaremos a levar com ela. Os 21 deputados eleitos por Portugal farão o que acharem "melhor" pelo país, mas a UE não é só o Parlamento Europeu. É a Comissão, os Conselhos, o BCE e a Alemanha...
Ora aí está Paulo o que é preciso explicar, para se perceber o que está em causa!
ResponderEliminarQuanto à tv, além da culinária, temos o "Cosmos" e temos o Canal ARTE (tudo bom) e umas séries policiais (quando é mesmo para distrair desta tristeza). Para saber o que se passa no mundo, vemos o telejornal francês de apenas 30 mn, a BBc e a CNN.
ResponderEliminarMesmo se posso compreender o desespero daqueles que confiaram na democracia como sendo a única opção para combater a injustiça, e que vêm esta cada vez mais presente, não posso deixar de criticar o abandono do combate. Porque a democracia foi conquistada de alta luta e com um preço elevado. E que o combate deve continuar porque nada é adquirido definitivamente.
ResponderEliminarNão devemos esquecer que o "sistema" procura por todos os meios reduzir ou mesmo eliminar aquilo que ele considera como "incompatível" com a gestão económica , que é o Estado Social .
A globalização é a arma escolhida para "normalizar" a economia , na qual não há espaço para qualquer política social que seja.
No "sistema" que governa o mundo, as democracias que não tiverem recebido o labelo de "compatibilidade" com as "leis" do "sistema" serão corrigidas. Pelo estrangulamento financeiro do mercado , pela concorrência dos países escravos da Ásia e da África, reservatório imenso da mão de obra barata e pela ausência de sindicatos, proibidos e mesmo combatidos quando existem .
Neste contexto, a existência do voto popular é vista pelo "sistema" como um entrave ao poder absoluto procurado.
Esta é uma razão suficiente para nos incitar a defender a democracia, VOTANDO.
Boa noite. Isso mesmo, é o que eu faço . Mudo de imediato essas pouca vergonhas e delicio me com o Zen Tv,e o Kitchen !
ResponderEliminarBons sonhos,
Beijinhos
Maria