domingo, 27 de abril de 2014

Cedo demais


Morreu Vasco Graça Moura, poeta e tradutor de grandes poetas, romancista, ensaísta, dramaturgo, cronista, advogado, político, gestor cultural.
De Graça Moura poderá dizer-se que foi um espírito renascentista a viver num presente demasiado conturbado para o seu gosto pela ordem e pela disciplina.
Autor de quase 30 livros de poemas foi um tradutor de textos particularmente difíceis, como a Divina Comédia e a Vita Nuova de Dante, as Rimas e Triunfos de Petrarca, os Testamentos de François Villon, ou ainda a integral dos Sonetos de Shakespeare.
Escolhas a que, cremos, não terá sido alheio a sua enorme vontade de enriquecer o património literário disponível em língua portuguesa.
É por estas duas dimensões - de poeta e de tradutor -, que é mais reconhecido, e foram elas que lhe valeram as principais distinções atribuídas à sua obra, de que se destaca, em 1995, o Prémio Pessoa.
Dois combates haviam de marcar igualmente a sua vida: a intervenção política e a crítica feroz conduzida contra Acordo Ortográfico, que considerava um crime de lesa-língua.
Mesmo que nos fiquemos pela sua obra literária, talvez seja necessário recuarmos a Jorge de Sena, para encontrarmos um antecessor da sua qualidade. Ambos partiram cedo demais!
 HSC

10 comentários:

  1. Maldito este mês de Abril!

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  2. Duas vezes maldito este mês de Abril!

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  3. Eu sei que cada um vai na sua vez,mas parece que alguns passam à frente de outros cedo demais.
    Paz à sua alma.
    A obra que deixa não vai fazer esquece-lo.

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  4. Um Grande Homem partiu!
    Paz á sua alma.
    Felizes os que tiveram a sorte de com ele conviver e aprender.
    Obrigado, pelo legado que nos deixa.

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  5. Um Homem fascinante que deixa uma obra notável.
    Que descanse em Paz.
    AC

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  6. Esta semana partiram três pessoas aqui do Porto que considerava bastante e que farão muita falta. Todos tinham 72-3 anos e viviam aqui bem perto. Estou desolada, confesso. Foi um mês horribilis.

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