"Não gosto nem do sr. Rangel, nem do sr. Assis. Bem sei que há eleições para o Parlamento Europeu e que tanto um como o outro não conseguem pensar em mais nada. Mas são os dois símbolos perfeitos de tudo o que a política portuguesa tem de mais triste e desprezível: o fanatismo de partido, ou, se preferem, para usar a nojenta linguagem do meio, o “amor à camisola”.
Ora o “amor à camisola” não me parece qualificação bastante ou recomendável para representar Portugal na União numa altura de crise para a própria União e para o país. Quinta-feira, na televisão, o sr. Rangel e o sr. Assis desceram à mais baixa zaragata a propósito das duas seitas que representam e que, para eles, parecem resumir o mundo. Sem vestígio de inteligência ou dignidade gritaram durante quase uma hora com o único propósito de mostrar que eram “combativos”, como as “bases” querem, muitíssimo capazes de arranjar votos.
Nenhum percebeu o sofisma em que assenta este comportamento aberrante. Só 14% do eleitorado acredita nos partidos. Pior ainda: mesmo esses 14% não serão com certeza determinados pelo espectáculo de injúria e de cólera encenada e falsa que lhes oferecem os candidatos, venham eles de onde vierem...
...Durante todo o espectáculo não se viu uma sombra de educação genuína, de pensamento original, ou, pelo menos, de responsabilidade política. Qualquer assunto servia (por exemplo: a manifestação da polícia), para voltar à sopa requentada da querela entre o PS e o PSD.
...Não apareceu até agora uma exposição séria sobre o estado de Portugal, sobre os quatro anos de troika ou sobre o futuro da Europa. E pretendem eles que o país lhes dê uma sinecura em Bruxelas, bem protegidos do desespero e da miséria indígena, em nome dos méritos do PS e do PSD… Deus nos proteja."
(Vasco Pulido Valente, ontem no Público)
Como já todos nos demos conta, começou a corrida para o "tacho europeu", que livrará os que forem eleitos de viver a crise nacional e lhes permitirá reconfortar as finanças depauperadas.
Nunca fui europeista e considero mesmo que existem no Velho Continente países com os quais me não identifico de todo. Mas sei que estas eleições, no período que estamos a viver, têm a maior importância. Não pelo que dizem Assis e Rangel. Mas, sobretudo pelo que deviam dizer e não dizem. É lamentável que, mais uma vez, debates deste tipo, só venham estimular o crescimento da abstenção.
HSC
Há deputados europeus que fazem um bom trabalho, são respeitados no Parlamento Europeu e defendem os interesses portugueses com inteligência e seriedade. Quer um exemplo? Diogo Feio.
ResponderEliminarE alguém liga a esse grito de revolta que é a abstenção? Os abstencionistas são sempre apelidados de anti-democratas e de outros epítetos ainda mais engraçados...
ResponderEliminarMeu caro Alcipe
ResponderEliminarNada do que eu escrevi invalida a sua afirmação. De facto:
1. É ou não verdade que lá fora ganham mais do que aqui e se libertam da mediocridade dos discursos políticos nacionais?
2. É ou não verdade que neste debate entre os candidatos o discurso só afastou votantes?
3. É ou não verdade que ninguém, da esquerda à direita, aborda e esclarece, de forma clara, o que neste momento e nestas eleições está em causa?
4. Sendo assim, o que é que representa o voto de gente não esclarecida?!
Há, de facto, deputados que fazem um bom trabalho. É a sua obrigação. Mas quem, além das elites - sempre estas - percebe isso?
HSC, não devia falar assim! Criticar os que correm para o que designa de "tacho europeu" pois afinal já teve alguém na família que concorreu para o mesmo "tacho"e não fora a infelicidade que teve, lá estaria de novo com certeza!
ResponderEliminarD. (algures em K. W.)
Eu subscrevo o que o V.P.V. escreveu
ResponderEliminare o que você acrescentou.
Não irei votar, porque não estarei
em Portugal nessa data.
Digo-lhe todavia, que teria
dificuldade em saber em que lista
votar.
Os meus cumprimentos
Irene Alves
Dalma
ResponderEliminarA minha família e eu não somos clones e a Dalma ignora o que, então, disse ao meu filho.
Entendo que os ordenados que se pagam a esses parlamentares são excessivos face à crise europeia e não sou a única a pensar assim!
Também não sou europeista. Mas se fosse, continuaria na escuridão depois desse debate ( ? ).
ResponderEliminarAo fim de quase quatro décadas em que disseram que o POVO finalmente ia tera possibilidade de expressar nas urnas o seu pensamento, que fizeram para de facto o cidadão comum saber votar conscientemente ?
Agora, segundo li na capa do Correio da Manhã, o Sócrates abonou a Fundação Mário Soares com 600.000 Euros. De onde surgiram eles ?
Melhores cumprimentos.
Por tudo isto eu voto e tenho votado
ResponderEliminarVOTO BRANCO!Há quem me critique, mas não me revejo em nenhum dos partidos , ou mais concretamente, nas pessoas que os lideram e nos deputados que apenas têm como objectivos tratar dos seus interesses!
"a nojenta linguagem do meio, o “amor à camisola”."
ResponderEliminara postura pretensamente pura e bacteriológica deste sujeito, mete-me nojo. Ele sim enoja porque é nojento. E realmente a gente só lhe vê higiénicos narcisismos...
Quando vai o gajo para o Panteão?
Maria (publicamente anónima)
ResponderEliminarBoa noite Drª Helena! Concordo com a sua posição no que toca a campanhas eleitorais. Não esclarecem nada. Não me parece que no dia das eleições estejamos mais esclarecidos do que hoje. Realmente parece que, o que todos procuram é “tacho”. Mesmo os que fazem alguma coisa pelo país, a relação custo beneficio, a meu ver, será sempre desajustada, devido ao alto salário que auferem.
Também aprecio a sua posição e o modo como é realista separando, de forma sabia, a família da política. Gosto da sua posição aqui na resposta a um comentário.
Quanto ao votar ou não votar. Eu voto sempre porque sei, está mesmo calculado e estudado, que a abstenção é a pior posição que devemos tomar. É preferível o voto branco ou nulo do que abstenção. Mas também é verdade que, cada vez há mais dificuldade nas escolhas devido à má qualidade dos políticos e das políticas seguidas. Tanto para a nível nacional como europeu.
Beijinho e tenha uma boa noite.
Maria M
e não será essa a intenção de "estimular o crescimento da abstenção"? Sinceramente não deixarei deir votar...mas estou fartissima de tanta miséria e palhaçada de quem nos representa.
ResponderEliminarSinceramente não gosto de nenhum. Ainda tive, há anos, alguma simpatia pelo Rangel, agora nem pontinha.... O homem de barbas está horrível e me parece mais um "amarelito". O Francisco Assis (um vencido na política que não passa além do palavreado fiado), fez-me rir há anos quando foi a Felgueiras apaziguar os ânimos e além de levar umas "murraças", do povoléu, gramou com umas baldadas de lixo da cabeça aos pés.
ResponderEliminarEsta luta de rastejantes pelo poder é vergonhosa e só serve para afastar as pessoas da participação.
ResponderEliminarSem ninguem que me mereça confiança,anularei o meu voto, mas irei lá.
Só espero que ainda reste um pouco de dignidade e não façam desaparecer esses votos, fazendo reveter esta "abstenção" a seu favor.
É isso mesmo, só peço que Deus proteja este País.
O que é que se ganha em votar nesta malta? Qual é o retorno político? Um bando de inúteis, a quem, ainda por cima, iremos pagar não só uns chorudos salários, mas depois umas boas reformas. Enquanto por cá é a miséria que a maioria dos portugueses sabe bem qual é. Isto é vadiagem pura e simples!
ResponderEliminarFernando Silveira
É precisamente isso que eu penso quando viajo pela Europa (e não é preciso ir muito longe ou estar fora muito tempo) - quem terá sido a alma que pensou que estes países, um dia, podiam configurar uma "união"? E eis que temos o resultado à vista. Uma união apenas monetária (e não é para todos), muito benéfica para uns, desastrosa para outros.
ResponderEliminarNão estou a ver como vamos sair desta embrulhada mas a ajuda dos deputados europeus não é de certeza.