terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Mas que tempo!

Sou, como se sabe, uma optimista. Mas hoje, depois de ouvir no telejornal da noite, falar de julgamentos, crimes, mortes, acidentes e manifestações com intervenção policial, pensei nas centenas de idosos para quem a televisão é a única distracção que possuem e senti-me indignada. Será que informar é apenas dar más notícias? E que a morte ou a violência sejam o manancial para cativar audiências?
Depois, esta malfadada chuva e ventania que nos assola e parece que ao resto do mundo também, está a criar o quadro propício à melancolia, para lhe não chamar depressão.
Assim, também eu, começo a sentir os efeitos conjugados de todo este enquadramento e a ficar com um optimismo muito empalidecido. Se é assim comigo, como estarão os outros velhinhos do nosso Portugal profundo? Será que a crise já chegou a S. Pedro?!

HSC

12 comentários:

  1. O S. Pedro está a lmbrar que há Alguém que manda mais do que nós...

    Melhores cumprimentos.

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  2. Percebo tão bem o que diz, Helena! A mim o tempo também me afecta o humor (e não será que isso acontece a toda a gente?) e este Inverno está de facto a convidar à melancolia.
    O que é bom é pensar que daqui a pouco mais de um mês regressa a Primavera, que eu adoro!

    Beijinho

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  3. Drª Helena,

    Como eu a compreendo.... embora não seja idosa estou farta do mau tempo e do "mau tempo no canal".... irra que início de ano.
    Parabéns pelo seu blog.

    Um abraço,
    Isabel Correia

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  4. Bom dia
    D. Helena,

    Há quem subestime esse sentimento, quem considere que é tudo uma questão de espírito, mas esta liberdade de espírito está muito relacionada com as hipóteses de escolha que se tem e, neste caso, quem só pode escolher entre os quatro canais disponíveis, acaba por não ter muita hipótese de liberdade de espírito e ter de se contentar com o que lhe oferecem.

    E o que lhe oferecem além de novelas, programas da manhã / tarde (que nem são maus), resta-lhes, em horário decente, notícias tristes e pouco esperançosas e programas de entretenimento que apenas mostram o lado mais básico e pobre do ser humano.

    Não é fácil ser-se idoso e, ainda por cima, (economicamente) pobre.

    Cumprimentos,
    Cláudia

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  5. A comentarista Isabel Pais disse: Mau tempo no canal. Eu diria, não menosprezando Vitorino de Nemésio, "Mau tempo nos Canais". Estes sim, são mais prejudiciais do que aquele canal entre o Pico e o Faial...

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  6. Lamento informá-la:

    Mas vai continuar...

    "No dia da Senhora das Candeias: se rir, está o Inverno para vir; se chora, está o inverno fora!" diz o adágio.

    Ao que sei, no Domindo (dia da Senhora das Candeias) esteve um tempo considerável (tem estado bem pior).

    Pelos vistos a Senhora riu e o Inverno está para vir!

    Um beijinho,
    Vânia Baptista

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  7. Dra Helena boa tarde!

    Uma loira viaja para Angola e ao chegar ao hotel,já de noite vai para o seu quarto e como está muito calor abre as janelas do mesmo para arejar.
    E é invadida por mosquitos que não a largam e picam toda.
    Zangada,vai á recepção e faz queixa.
    O empregado perguntou se tinha a luz acesa e a janela aberta e a loira confirmou.
    O empregado disse que tudo se resolvia se ela apagasse a luz do quarto.
    Ela subiu nervosa e assim fez,apagou a luz.
    Passados uns minutos nova invasão e ela volta á recepção muito zangada.
    Senhor a sua resolução afinal não serviu de nada pois desta vez eles troxeram lanternas!

    Espero que sorria e esqueça o tempo feio.
    Cumprimentos

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  8. Os "velhinhos do Portugal profundo" e são tantos, Helena, é verdade, como será com eles e tantos sozinhos, sem ninguém que os oiça, que os vá ver?
    Ai, ai, este Portugal que temos!!!!

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  9. Espero que este meu comentário que, comparado com a chuva é pior, é talvez mais como uma saraivada de granizo, não seja deprimente, porque em busca de esclarecimento. Sendo que este é sempre mais luminoso e antidepressivo, pelo menos para mim.

    Aumenta a minha confusão relativamente aos grisalhos, ou melhor, às várias gerações. Se uns dizem 'este país não é para velhos' outros dizem 'este país não é para jovens'.

    Quais serão as soluções mais justas para uma boa convivência inter-geracional, sabendo que não existem soluções perfeitas?

    Segundo alguns, quem está a pagar a fatura é a geração sénior, ou melhor, os pensionistas, para outros, a fatura maior será paga futuramente pelas gerações sucessoras da geração 'à rasca', (que não terão direito a nenhuma reforma) estando esta última a pagar já a fatura como sabemos, com o índice mais elevado de desemprego, falsos 'recibos verdes', a mensalidade de 700€, a impossibilidade de deixar a casa dos pais e ser independente, de ter filhos e constituir família, a necessidade de sair do país, etc.

    Estas questões, como muitas outras em Portugal, necessitam de debate para que não se instale a discriminação e o desgosto pelos grisalhos e para que se fortaleça a cooperação e a solidariedade inter-geracional.

    Recentemente vi, num canal de língua estrangeira, uma reportagem sobre a 'economia de prata'. Esta deriva do facto de a esperança de vida ter aumentado muito (o que é muito bom, seja qual for perspetiva) e de a natalidade continuar a baixar. Apesar de a mortalidade infantil ter diminuído muito, a população portuguesa e de vários países europeus (incluindo a própria Alemanha)está muito envelhecida.

    E a previsão é de que continuará a envelhecer, a ponto de em 2030, METADE da população portuguesa vir a ter mais de 50 anos.

    Mas os grisalhos não cabem todos no mesmo saco: temos os velhinhos de que fala HSC, com c. de 200€ ou pouco mais, sós, negligenciados, quando não vítimas de maus tratos e abusos; temos os pensionistas anteriores a 2007 cuja fórmula de cálculo das pensões era muito vantajosa relativamente aos pensionistas depois de 2007.

    Antes de 2007 os cálculos incidiam sobre os melhores salários dos últimos anos de vida ativa, depois de 2007 incidem sobre os salários desde o início da vida ativa.

    Isto representou um envelhecimento para os pensionistas depois de 2007, tanto mais que ainda lhes foram aplicados o fator de sustentabilidade e os sucessivos cortes.

    - temos pois os pensionistas anteriores a 2007, mais privilegiados;

    - os novos pensionistas, depois de 2007, mais empobrecidos;

    -os futuros pensionistas, cujo empobrecimento se prevê mais dramático.

    - ah e não falo dos super-privilegiados...

    Nem tudo o parece...é.

    Temos o exemplo do MRI (Movimento de Reformados Indignados)que, de acordo com as notícias, auferem de reformas chorudas. Movimento dos Reformados Indignantes?





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  10. Sra. dra.
    Devia ter dito trouxeram,mas loira é distraída.
    Anonimo 14.59

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