sábado, 4 de janeiro de 2014

Receios...

Numa declaração à Renascença sobre os seus desejos e receios para 2014, a segunda figura do Estado diz que o seu desejo para 2014 é uma co-responsabilização europeia em matéria social. 
Já quanto aos receios que enfrenta torna-se bem mais difícil entende-la, porque a linguagem utilizada é um pouco fora do comum. Ou então sou eu que estou com dificuldades de compreensão acrescidas. Vejamos: 

"Temos sempre um receio humano de não conseguir. O meu medo é o do inconseguimento, em muitos planos: o do inconseguimento de não ter possibilidade de fazer no Parlamento as reformas que quero fazer, de as fazer todas, algumas estão no caminho; o inconseguimento de eu estar num centro de decisão fundamental a que possa corresponder uma espécie de nível social frustacional derivado da crise."

Mas o seu maior receio é de “um não conseguimento ainda mais perverso: o de a Europa se sentir pouco conseguida e de não projectar para o mundo o seu 'soft power sagrado', a sua mística dos direitos, a sua religião civil da dignidade humana. E não conseguirá se não for capaz de agilizar as suas instituições políticas.”

“Tenho medo do egoísmo, do egoísmo que nos deixa de certo modo castrados em termos pessoais e nos deixa castrados em termos colectivos.”

Confesso que não estou habilitada para tamanhos receios. Os meus são manifestamente mais corriqueiros!

HSC


35 comentários:

  1. Leio o seu blog há vários anos, e muitas vezes me ri com os textos por si publicados, mas este teve direito a uma sonora gargalhada.

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  2. LOl helena! Já me ri, não percebi nadinha, ainda bem que não estou sozinha neste não conseguimento de perceber nada. Ou não conseguimento de perceber tudo?? :)
    Bj

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  3. @@
    PORRA para isto !
    O país precisa de gente humilde e competente. O resto é paisagem e abutres...
    @@

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  4. Os meus também Drª Helena!
    Mas que linguagem.... Tão hermética! Para quê? Podia dizer o mesmo em palavras tão simples.... Enfim....
    Bj
    Maria

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  5. O receio não será ficar sem a reforma porque nós trabalhamos mais de 40 anos para a ter e a segunda figura do estado só precisou de 10 anos.
    realmente o meu receio é mesmo não ter uma sopa para comer porque tudo o resto já perdi

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  6. Sinceramente não percebi nada e tive que rir...porque tanto querem mostrar... que só falam para inglês ver...ou perceber!

    Enfim!

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  7. Na verdade com tanto inconseguimento conseguido, e com tamanha frustação desfrutada, pergunto-me ,como conseguimos nós povo seguir frustados com semelhante rol de inconseguidos desfrutados ?
    Apenas porque somos a conseguida massa que tão inconseguido fermentou frustou.





















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  8. Não dá para pôr legendas please?
    (Será mirandês???)

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  9. Será que a senhora, a que proferiu estes dislates, sabe o que está a dizer? Ou está 'apenas' a gozar connosco?

    Não aprecio, não gosto, ponho de lado.

    Já a si, Helena, deixe-me dizer-lhe mais uma vez quanto a admiro. Obrigado.

    Pedro.

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  10. Traduzindo, resumindo e concretisando: Não sei que dizer. Sou INCOMPETENTE tirem-me deste filme!!!

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  11. Cá está mais esta que ao fim de 10anos pode cantar de galo, ou seja, de galinha.
    Uma rainha de capoeira que com tanto inconseguimento nem poedeira havia de ser chamada.
    Mais um caso onde a política ajudou taaaanto.
    Abraços

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  12. Maria (publicamente anónima)
    Drª Helena!...obrigada por publicar esta “obra de arte” e dar-nos a conhecer o vocabulário que a “segunda figura do estado” utiliza. Não percebi. Mas…não faz mal porque as minhas preocupações e os meus receios não são certamente comparáveis com os desta senhora. Uma coisa é certa. Já me diverti com este vocabulário que, confesso, não faz parte do meu. Mas ainda me diverti mais com o humor dos seus comentadores. Valeu a pena saber como à pessoas que se conseguem expressar sem que ninguém perceba. Mas como deu para rir um bocado...valeu a pena.
    Eu já tenho reparado, no pouco que esta senhora fala à imprensa, nunca dá muito para entender o que quer diz, eu fico sempre a pensar que o problema é meu. E se calhar é…
    Obrigada. Até por me fazer rir. Com esta escrita não consigo aprender nada, mas vale a pena conhecer.
    Bj
    Maria M

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  13. Oh minha querida amiga! Possivelmente por eu ser inimigo militante do chamado acordo ortográfico reconheço que me perdi no meio de tanto "inconseguimento" (?)... Estou convicto de que a Senhora Presidente tem razões de sobra para ter medo. Com este discurso, salvo o devido respeito e consideração pessoal, não irá a lado nenhum. Ficará certamente no tal "nível social frustacional", que, se não fizer mal, bem também não fará... Por outro lado, como os economistas gostam de dizer, como a Europa também não tem o "soft power sagrado", nem muito menos a "sua mística dos direitos" ou a "sua religião civil da dignidade humana" (abrenúncio, que conceitos!...) certamente a dita Europa não vai "agilizar as suas instituições”, o que nos deve deixar deveras preocupados... Acresce mais duas preocupações para todos nós, o chamado POVO, temos as ameaças de que algumas reformas para evitar o "inconseguimento" vêm a caminho e de ficarmos "de certo modo castrados em termos pessoais (?) e seguramente " em termos colectivos".
    Valha-nos Deus! Será que alguém, dentro ou fora de S. Bento, atinge o alcance deste discurso? Concordo contigo, querida amiga Helena, basta-nos sabermos se ainda nos pagarão as pensões até final de 2014!
    Feliz Ano Novo para todos os que constituem esta Pátria que navega em águas tão tormentosas!

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  14. Sra. Dra. Helena,

    Agora, imagine uma audiência a um pobre convidado estrangeiro medianamente versado na lingua de Camões(assisti!) que, após uma hora de monólogo desta segunda figura da nação, saíu dali sem perceber patavina, interrogando-se se tinha tido o previlégia de presenciar uma peça grega mal traduzida, um sermão do padre António Vieira
    actualizado no google, ou se, pior ainda, afinal era muito burro! Ou seria alguém da troika?

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  15. Tinha tomado a decisão de deixar de comentar blogs, quaisquer que eles fossem. Passaria a lê-los e nada mais pois bem passariam os que os escrevem sem os meus comentários! Mas impossível resistir ao que hoje transcreve em azul! Algumas das palavras que lá se usam serão novas e eu desconheço-as? Será que existem? Como estou a escrever longe de um bom dicionário não posso verificar, mas certamente não deixarei de o fazer!

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  16. O Governo inconsegue tirar-nos da crise. Em boa verdade, tudo faz para o inconseguir. Mas esta criatura conseguiu obter uma reforma aos 42 anos! É obra! Eu inconseguiria!
    P.Rufino

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  17. AE vive numa esfera assética, totalmente distante da realidade, sempre se sentiu superior aqueles que, segundo as suas próprias palavras, só querem viver 'as suas vidinhas'. É constrangedor.
    Tem de arranjar um palavreado rebuscado para disfarçar o vazio da sua vidinha de reformada com 10 anos de serviço, déspota e caprichosa, segundo li numa entrevista de um antigo
    colaborador. Petulante e pretensiosa, desempenha o seu cargo como quem tem a obrigação de ir ao cabeleireiro. Espero que o 'Estado de Graça' pegue nisto. Mais vale uma boa provinciana do que uma intelectualóide ridícula.

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  18. Luísa disse ...
    Neologismos! Que ''acordo'' será preciso para entender isto? Esta gente ouve-se? Valha-me Deus!

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  19. Quanto a "conseguimentos", esta senhora CONSEGUIU uma reforma choruda enquanto jovem, o que muitos, mesmo com leis a seu favor, não o conseguiram. Tenho dito...

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  20. terá sido na passagem de ano? eu gosto é do inconseguimento. juro. gosto :-)

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  21. Um dos maiores males da sociedade é a falta de comunicação... e o ruído é uma das principais causas da falta de comunicação...
    A minha pergunta é:
    - Esta senhora "comunicou" ou "fez ruído"?
    Na sua posição social... "exigia-se" outro tipo de receios...
    Cumprimentos,
    Helena Mendes

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  22. Temo o Inconseguimento em entender esta senhora...ehehehehe

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  23. INCONSEGUIR. Um verbo bom para o 5 para a Meia Noite.
    (ao escrever o dito, deu erro, mas nem o computador foi capaz de emendar!)

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  24. O Anónimo das 23:16, meu grande amigo, perturbado que ficou com a linguagem de A. Esteves, mandou-me o seu "verdadeiro comentário" que, em seu nome, republico. Aqui fica:
    "Oh minha querida amiga! Possivelmente por eu ser inimigo militante do chamado acordo ortográfico reconheço que me perdi no meio de tanto "inconseguimento" (?)... Estou convicto de que a Senhora Presidente tem razões de sobra para ter medo. Com este discurso, salvo o devido respeito e consideração pessoal, não irá a lado nenhum. Ficará certamente no tal "nível social frustacional", que, se não fizer mal, bem também não fará... Por outro lado, como os economistas gostam de dizer, como a Europa também não tem o "soft power sagrado", nem muito menos a "sua mística dos direitos" ou a "sua religião civil da dignidade humana" (abrenúncio, que conceitos!...) certamente a dita Europa não vai "agilizar as suas instituições”, o que nos deve deixar deveras preocupados...
    Acrescem mais duas preocupações para todos nós, o chamado POVO: temos as ameaças de que algumas reformas para evitar o "inconseguimento" vêm a caminho e de ficarmos “de certo modo castrados em termos pessoais” (?) e seguramente "castrados em termos colectivos"!
    Valha-nos Deus! Será que alguém, dentro ou fora de S. Bento, atinge o alcance deste discurso?
    Concordo contigo, querida amiga Helena, basta-nos saber se ainda nos pagarão as pensões até final de 2014!
    Feliz Ano Novo para todos os que constituem esta Pátria que navega em águas tão tormentosas!
    José Honorato Ferreira"

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  25. Dra. Helena
    Entrei num estado frustacional perante o meu consciente inconseguimento de entender claramente tais receios... O meu pai se fosse vivo, ironicamente diria que a personalidade entrevistada falou com as "leutras" todas. O melhor é rirmo-nos de sermos tão pouco conseguidos perante tanta sapiência. Fiquemos com os nossos receios e a forma tão simples que temos de os verbalizar e com o desejo de que não nos falte a força e determinação para os encarar.

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  26. Fatyly
    Como me pediu não publiquei o seu comentário. Mas creia que ando a ver se percebo bem - ando a perceber muito mal - essa Lei do Arrendamento.
    Se conseguir postarei sobre a questão.

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  27. O meu deficiente conhecimento da Língua Portugues "desconseguiu" perceber o que pretendia transmitir a senhora Esteves com as suas declarações.

    Falha minha, como é evidente.

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  28. Cara Dra Helena,
    se fosse o Cristiano Ronaldo( sem estudos) a pronunciar-se assim,eu até consigo aceitar.
    Mas assim inconsigo apesar do enorme esforço.

    Cristiano está perdoado,e já agora,parabéns pelos golos no apuramento para o mundial -fabuloso!

    Afinal quem é que é motivo de chacota?
    E quem dá alegria a Portugal?

    Enquanto um dribla com a bola,outros há que driblam a língua...

    Kkkkkkkkk

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  29. O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa* acabou de falar agorinha em "inaguentabilidade". Isto deve estar tudo ligado e, claro que, os burros somos nós.

    * Presidenciável infantástico.

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  30. Esta Senhora parece que está a falar depois de o Google ter traduzido...será possivel, terá engolido algum Ipad ou será mesmo alíenigena e teve um Bug...
    Chiça Penico...

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  31. Peço desculpa pela minha ignorância, mas, diga-me, devo seleccionar alguma linguagem específica na caixa que se encontra em cima, à direita da página, para poder entender o texto transcrito? Não há pachorra...
    Bom ano!

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  32. O objectivo da Srª foi aquilo a que se chama :encher chouriços!É assim...é o que temos. Podia era fazê-lo de uma forma intelegível...mas quem não tem não pode dar!

    Beijinho Helena

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  33. A Assembleia da República é vezeira em neologismos. Nos anos 70 era a «inverdade», que mais não era que um estratagema para dizer que alguma coisa era mentira, sem com isso incorrerem no risco de serem processados por calúnia.

    Inconseguimento deve ser lido como insucesso, só que insucesso deve ser para a 2ª figura do Estado uma palavra proibida; entra assim na onda de dizer as coisas por outros termos, para evitar críticas de conteúdo. Ficam-lhe as críticas de forma, que até são o menos.

    Já a fórmula «estar num centro de decisão fundamental a que possa corresponder uma espécie de nível social frust[r]acional» consegue ser mais esquisita ainda. Mas a língua evolui, não raras vezes, à custa de empurrões deste estilo. Há níveis, e espécies de nível. Como a espécie de magazine, etc..

    No lado positivo, acho que ela tem imensa razão em afirmar como é preocupante na União Europeia a dificuldade em «agilizar as suas instituições políticas».

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  34. Ora bolas, mais uma vez os meus 38anos não me permitem perceber.Mas neste caso, eu até leio o Mia Couto.
    Senhora D. Helena muito obrigada pela sua partilha.Eu quando for grande gostava de ser assim, como a senhora é( se me permitir o atrevimento) simplesmente franca e de bom coração.
    Bem haja.Isabel

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