sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Perseguição

Estou a tentar digerir o OE para 2014 e as novas medidas persecutórias nele anunciadas. De facto, parece que este governo não sabe fazer outra coisa que não seja penalizar os funcionários públicos, pensionistas e reformados.
Não falo como economista, porque este não é espaço adequado para tal. Um blogue não é o local para derimir questões técnicas. Não concordo com a política seguida e tenho argumentos para sustentar o que penso.
Falo, sim, como cidadã que faz parte de uma classe social que o actual governo decidiu que deveria pagar não só a crise, como o resultado das suas más políticas. A isto chama-se perseguição. Aqui e em qualquer outra parte do mundo.

HSC

20 comentários:

  1. São posições destas, como as que aqui publica, que podem, quem sabe, ajudar a contribuir para que se repense o mal que se prepara sobre os “suspeitos do costume” (utilizando o título de um conhecido filme, aliás excelente).
    Quando é que esta gente irá parar para pensar um pouco nos outros, naqueles que mais sofrem com estas medidas, naqueles que, muitos deles, já mais nada podem esperar da vida senão a sua modesta pensão, daqueles que honestamente trabalharam e continuam a trabalhar, têm os seus compromissos, como as suas casas, p.ex, etc, que os assumiram em função de salários que honradamente lhes permitiram fazê-lo, mas que hoje, perante tantos cortes (e aumento de impostos ou custos indirectos) vivem situações de profunda angústia e constrangimento, sem saber como enfrentar a situação, etc.
    Conheço, infelizmente, diversos casos, quer de gente mais simples, a gente da classe média que hoje, em virtude de esta austeridade dirigida, que não é cega (visto alguns não estarem a pagar a crise), que atinge de forma violenta e discriminada uns tantos, a maioria do costume, que vivem situações inacreditáveis e impensáveis desde que se optou, como este governo fez, por um conjunto de medidas violentas, socio-economicas.
    2014, veja-se este O.E, vai ser ainda pior. O mais triste disto tudo é não só a insensibilidade do governo, mas falta de Esperança que muitos de nós temos hoje, no que respeita aos nossos futuros.
    Francamente, nunca batemos tão fundo!
    Um Post que deveria ser objecto de alguma atenção...por quem de direito (os responsáveis por este O.E).
    Saúde para o Ano que vai decorrer, já que de “bom”, não se me afigura,
    P.Rufino


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  2. Falta pouco para além do salário mínimo vai ser declarada igual pensão máxima.Assim ganhamos todos igual para poder fazer face aos estudos e mais estudos, pagos a peso de ouro aos gestores que mandam fazer estas leis. A ver vamos se vou ter razão. Já tenho visto tanto,que já nada me espanta

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  3. Corajosa Helena, Coração Independente,

    Claro que gostei muito do que escreveu. Mas, sobretudo, admiro a sua notável independência. É uma cidadã de corpo inteiro (ao mesmo tempo que é certamente uma mãe-loba, como são as mães de corpo inteiro).

    Mas estas medidas não parecem mesmo uma perseguição? As pessoas da sua idade, que trabalharam e que foram toda a vida equilibradas na gestão das suas finanças, não mereceriam viver com paz de espírito? E as pessoas que têm pensões baixas e que têm despesas altas fruto do seu estado físico ou estado de dependência - merecem estas sucessivas angústias? Vivem tão assustadas, cada vez mais dependentes. E quando dependem de filhos desempregados? (e, infelizmente, não estou a ficcionar)

    Custa-me tanto isto. E é que, ainda por cima, isto não resolve nada. O problema de desequilíbrio demográfico (cada vez menos contribuintes para mais beneficiários), o problema de depauperamento económico, tudo isso que é estrutural se mantém e, pelo contrário, tudo o que tem sido feito tem prejudicados estes factores.

    Ai, Bárbara Helena, o que nos havia de estar a acontecer...

    E queria eu começar o ano cheia de optimismo.

    Mas, enfim, haja saúde. E sentido de humor para ver se nos mantemos animados, não é?

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  4. Cara Helena,

    Cada vez me convenço mais de que andam a rir-se à nossa custa. E mais, provocam-nos até terem uma reação que ultrapasse as manifestações de rua.

    Sou contra todo o tipo de violencia, mas esta deles gera outra.

    Andam mesmo a pedi-las.

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  5. Se é essa a sua opinião, Helena, o que poderemos nós, mortais, achar de tais medidas e de quem as toma impunemente?

    Mas eu detesto falar de política....:)

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  6. ... e eu diria, Dra. Helena, da sua parte chama-se: "Frontalidade". É assim, deve chamar-se as coisas pelos nomes...Isto bateu no fundo! São sempre os mesmos a pagar! Parece que não conhecem outras formas.

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  7. Boa,a Helena voltou!
    Cheguei a pensar que a sua pausa era irrevogável.
    José Correia

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  8. Não posso estar mais de acordo com a sua opinião. Infelizmente, retiram sempre onde é mais fácil !!! É vergonhoso, desumano, indecente e indigno pedir uma CES a partir de 1.000 euros !!!
    Um beijo.
    Maria Duque

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  9. Agora entendo na pele a campanha por detras daqueles concertos- nos quais Bob Geldof participou- para ajudar certos paises de terceiro mundo individados.
    Os juros cobrados pelo FMI & Associados continuam estupida e gananciosamente altos.
    Ainda me riu, contudo, ao recordar o Miguel Portas a falar sobre o Farsolas e o Pote.
    L.L.

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  10. Completamente de acordo com a Drª Helena!
    Não é só perseguição, é imoral e aviltante...
    Um beijinho e um bom 2014 para a Senhora.
    Maria

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  11. Querida Helena

    Por favor ajude a nossa JEITINHO.
    Parece que anda a ser atacada por gente estranha e perigosa

    Temo por ela.

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  12. Notícia:
    O Orçamento de Estado para 2014 está “desactualizado” três dias depois da sua entrada em vigor, em parte devido à nova regra da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES). Para que as novas alterações possam tomar efeito, o Governo precisa de preparar um Rectificativo que inclua os cortes nas pensões.

    O que dizer disto, estimada Helena?
    Cumprimentos

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  13. Observador
    O que digo? Incompetência.
    E estou a ser educada.

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  14. Olá Dra. Helena,
    Concordo. Como poderia não concordar?
    Mas a verdade é que boa parte do país acha correctas estas medidas em particular. Afinal um funcionário público que ganhe 1000 ou 1500 ou 2000 ganha "obviamente" acima do que merecia por isso o melhor é mesmo cortar. E os pensionistas? Principalmente os da CGA que sempre ganharam mais do que os segurança social (desconfio que até mais do que aqueles que só descontaram meia dúzia de anos para poderem ter uma pensão porreirinha) merecem contribuir para a resolução desta crise… oiço e leio estas coisas e fico doente.
    Os pensionistas nada podem fazer. Greve? só se for de fome.
    E os funcionários públicos? impotentes perante tudo isto. Pergunto-me que género de funcionários públicos teremos daqui a 10 anos. Que tipo de professores, enfermeiros, administrativos? Enfim, tanta gente importante que está hoje completamente desmotivada.
    Sim, é perseguição. E das perigosas, tb.
    (ah, eu já trabalhei no SEE mas neste momento estou no privado e muito longe da reforma, pelo que me sinto completamente à vontade para falar)
    A si desejo-lhe um bom ano e boas escritas.
    beijinhos
    Patrícia

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  15. De facto, é a tríade do sacrifício. Estou congelada há 10 anos (2004) e quanto mais trabalho (em condições muito adversas atualmente) menos ganho.
    Para quando um alívio? A luz?
    Bjs e parabéns por essa independência, é invulgarmente notável.

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  16. Exma Senhora
    Dra. Helena Sacadura Cabral

    Perseguição é mesmo a palavra certa. Consegue, certamente, compreender o impacto que o corte salarial tem num agregado familiar com dois funcionários públicos, ambos professores, ambos com a carreira "congelada" desde 2005, dois tais que "vivem acima das posses", dos tais que adquiriram casa própria, felizmente que, como em tudo, modesta, dos tais que conduzem carros com 10 anos, dos tais que só tinham como objetivo proporcionar uma melhor educação às duas filhas que temos. Um governo social democrata / democrata cristão não podia levar tão longe esta política...

    Votos de um Excelente Ano

    Vítor Xavier

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  17. Tanta angústia, meus amigos! Então e a notícia da próxima condecoração do "nosso" Cristiano
    pelo PR, não vos anima?

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  18. Maria (publicamente anónima)
    A Drª Helena diz que está a digerir o OE. Eu também. Não sou economista nem jurista, mas por motivos profissionais tenho que ler o testo que está publicado no DR. Sou obrigada a conhecer o testo da lei porque temos que a seguir, mesmo não concordando com ela.
    Concordo com a sua indignação e também estou indignada. Como cidadã também me aprece uma perseguição e estou a ser muito afectada com estas politcas. O OE já esta desactualizado. Mas o que foi anunciado para corrigir a decisão do TC continua a ser uma perseguição, parece uma vingança sempre contra os mesmos. Já sinto vergonha das políticas seguidas por estes governantes.
    Mas para mim todo o OE é um desastre, nós não sabemos porque ponta pegar para conseguirmos dar respostas nos organismos onde trabalhamos.
    Tenha uma boa noite
    Maria M

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  19. Aposentada espoliada disse :
    Há dias Manuela Ferreira Leite dizia que este grupo-alvo era-o, precisamente, porque é um grupo que não se pode defender. Greve? Não dá. Barricadas? Já não temos força da juventude para isso. Que nos resta?
    Quem nos defende? Que a voz da Drª Helena se ouça!

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