quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Dignidade e constitucionalidade

Acabo de ouvir Bagão Felix no seu comentário televisivo das quartas feiras, a confirmar umas meras contas que eu havia feito por alto e que afinal não estavam assim tão longe dos resultados a que ele chegara. Mas o que me ficou a ruminar foi a sua afirmação sobre "dignidade" e "constitucionalidade".
Com efeito, a agressão das medidas deste governo em relação a certa categoria de pessoas até poderia estar eivada de constitucionalidade, que isso pouco importaria, face à falta de dignidade as mesmas representam.
Não sei o que iremos ouvir, amanhã, por parte de quem nos governa. Espero, confesso, mais umas falaciosas justificações para a dureza das medidas que vão ser anunciadas. 
Estes senhores podem recalibrar, requalificar, fazer o pino. Não podem é continuar a perseguir uns e a poupar outros. Não podem é dispor da nossa vida como se nós fossemos meras rubricas estatísticas. Não podem roubar a nossa dignidade, por mais constitucional que isso possa ser!

HSC

17 comentários:


  1. DrªHelena com as calamidades neste principio de ano a agravar os reformadas, com os cortes previstos, dá para andar tudo triste ao que parece este ano com as festas de Natal até foi gasto mais dinheiro(quem o tinha )não sei até quando a corda dá para esticar.
    Com os comprimentos
    Manuela

    ResponderEliminar
  2. Bárbara Helena,

    Estava eu ainda com espírito de galhofa depois de ter escrito uma doidice lá no meu canto, quando chego aqui e vejo este seu grito de revolta. Quer crer que até fiquei um bocado emocionada?

    Não é só por lhe dar razão (porque acho que isto é de uma desumanidade e de uma injustiça que me incomoda, porque acho que isto não vou resolver nada, porque as pessoas não merecem isto) mas, sobretudo, porque a acho invulgarmente corajosa e um exemplo de independência, uma mulher dona de si própria, em especial do seu coração.

    Um abraço, Helena.

    ResponderEliminar
  3. Subscrevo inteiramente mas eles pouco se interessam pelo estado em que já se encontram milhares de velhos como eu. Sinceramente...só Deus sabe o que me vai na alma.

    ResponderEliminar
  4. Dura lex sed lex - não nos serve, não, na nossa vida real, de trabalho e responsabilidades quotidianas. E, mais uma vez, Helena, notável a sua independência, espírito crítico e humanismo a virem ao de cima. Há poucos assim!

    P.S. Desculpe de não lhe chamar D.Helena, espero não haver problema. :)

    ResponderEliminar
  5. Concordo em absoluto com o que diz, estimada Helena.
    Resta-nos esperar. Que não tem o mesmo significado de resignar.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  6. O seu texto é maravilhoso, tanto assim que não considera ter um filho neste governo. Hoje, de manhã, ouvi uma notícia na Tv dizendo que os mercados estão a reagir extraordinariamente bem à nossa politica, graças às medidas do Gaspar... Sol na eira e chuva no nabal, não é possível...

    ResponderEliminar
  7. Anónimo das 12:52
    O facto de ter um filho no governo não me inibe de pensar.
    Estranho seria que pensássemos os quatro - pai, mãe e filhos - o mesmo!

    ResponderEliminar
  8. É isso mesmo: perseguir uns e poupar outros. Na minha modesta opinião, só por cobardia!
    Um beijo.
    Maria Duque

    ResponderEliminar
  9. Cara Helena,

    Mais um excelente post. Subscrevo totalmente.

    Sempre com amizade.

    ResponderEliminar
  10. Duas vozes lúcidas e corajosas a denunciarem as aviltantes injustiças de determinadas decisões governamentais, que nos têm sido anunciadas ultimamente – a de Bagão Felix e de Helena Sacadura Cabral.
    Infelizmente, quem poderia reflectir no que dizem (e talvez mudar alguma coisa) reage com fria indiferença.
    Vivemos tempos selvagens.
    P.Rufino

    ResponderEliminar
  11. A maneira fria e dura como os nossos governantes cortam sempre em frente sem pensarem na dignidade das pessoas leva-me a pensar que os próprios não pensam sequer nos seus pais e familiares ou essas estarão a salvo.
    Nos dias de hoje a palavra família já vai caindo em desuso e cada um que se arranje.

    ResponderEliminar
  12. Partilhei no FB. Sei que toda a gente pode "consultá-la" directamente, mas asseguro-lhe assim - estou certa disso - mais uma mão-cheia de leitores ! MªAugusta Alves

    ResponderEliminar
  13. Não tenho palavras. Uma tristeza... Como gerir a revolta, justa, dos mais idosos?
    Ainda, se retirassem nas pensões, mas compensassem, diminuindo o valor dos cortes feitos na saúde – uma das funções sociais do Estado tão necessária aos idosos reformados. Basta percorrer um hospital, que logo percebemos, a quem corresponde a maior taxa de ocupação – existem muitos doentes, na maioria idosos, em camas, nos corredores das unidades.
    E, ainda falta a verdadeira reforma do Estado, que, pelos vistos, não consegue ser feita graças aos "lobbys"... Sabe uma coisa Helena, o que falta cá é um Papa Francisco...
    Força e Esperança querida amiga, porque o Mundo vira, num ápice!!...
    Boa noite com um enorme abraço.


    ResponderEliminar
  14. Completamente de acordo!
    Já agora, um bom 2014!

    ResponderEliminar
  15. Permita-me acrescentar só mais uma pequena nota ao meu comentário anterior: estas medidas do governo foram decididas por gente que se considera e assume como Católica. São pois estes novos cristãos, que decidem agredir as tais determinadas categorias de pessoas que aqui refere e que Bagão Felix, com um sentido de ética que hoje vai rareando, igualmente criticou.
    Se recuarmos ás origens do Cristianismo, veremos que estes governantes estão mais próximos dos Fariseus, do que de Cristo.
    Digamos que é uma nova versão do Cristianismo do Séc. XXI : “O Neo-Liberalismo Cristão” que se preocupa, designadamente, com a saúde financeira de uma “determinada minoria”.
    P.Rufino

    ResponderEliminar
  16. Cara Helena:

    A perseguição de uma parte da população bem definida merece, creio, uma boa psicanálise de quem teve a ideia, quem a seguiu, doa a quem doer, os motivos provavelmente foram outros.

    Parabéns pelo distanciamento que consegue ter em relação ao filho que está no Governo e que, fora dele, muito o amará de certeza. A Helena é uma Grande Dame!

    Raúl.


    ResponderEliminar