Mais uma votação para esquecer. Vamos para um referendo sobre a
adopção e co-adopção. Se a lucidez e inteligência prevalecerem, o Tribunal
Constitucional mandará às urtigas a pretensa inquirição.
Conseguiu-se, de facto, um duplo objectivo. Ninguém falar do OE
e suas gravosas medidas – já aí vem um rectificativo a caminho – e atrasar a
resolução de um problema que aflige algumas famílias e muitíssimas crianças.
Assim, mais de 17 mil crianças institucionalizadas continuarão a
aguardar quem lhes proporcione um lar, e os filhos de um dos cônjuges de um casal
homossexual continuarão a ficar privados de um pai ou de uma mãe, no caso de
desaparecimento de um deles.
Pode-se gostar ou não da nova realidade que são os casais do
mesmo sexo. Mas tenho dificuldade em compreender que se prefira o internamento
de uma criança numa instituição social, ao calor afectivo de uma família, seja
ela de que natureza for. Só quem nunca visitou estas instituições e viu o olhar
das crianças que lá se encontram poderá fazer tal escolha.
HSC
Belo post.
ResponderEliminarDiz tudo, assino por baixo.
Bom fim de semana, Helena.
Mais uma vez, apoiado!
ResponderEliminara) Alcipe
Subscrevo inteiramente e o seu último paragrafo diz tudo..."Só quem nunca visitou..."!
ResponderEliminarUm bom fim de semana
Maus grave ainda eh que essas instituicoes deviam, no sec.XXI, ser bem mais humanas e acolhedoras.
ResponderEliminarPodiam, po ex, seguir um modelo semelhante - embora mais aperfeicoado- ao das aldeias SOS em que se tenta recriar uma familia.
L.L.
Permita-me, estimada Helena, sublinhar o último parágrafo do seu texto.
ResponderEliminarNoutra perspectiva, a política, nada melhor para fazer esquecer, ainda que temporariamente, o OE e o que ele arrasta.
Cumprimentos, com votos de um bom fim de semana.
É como diz " mais uma votação para esquecer". Não posso estar mais de acordo, Helena!
ResponderEliminarBom fim de semana. Beijinho
Dos 5 netos que tenho, dois foram adoptados na família que já tinha uma criança. Quando penso que podemos dar-lhes um lar e uns pais para os aconchegar, sinto uma felicidade imensa!
ResponderEliminarSe Deus existe devia sentir-se na obrigação de dar saúde a TODOS os que tiveram está generosidade!
Com a devida vénia, partilhei mais uma vez.
ResponderEliminarMªAugusta Alves
Concordo com a Dra Helena e espero que Cavaco Silva tome a decisão acertada.
ResponderEliminarÉ sempre um triste espectáculo ver que as grilhetas partidárias se sobrepõem às consciências individuais.
ResponderEliminaro referendo não vair ir para diante, esperemos que o pr não o aceite, ou então ficaria completamente escandalizado.
ResponderEliminarfoi pena o cds não ter ido até ao final, votando como o resto da oposição.
uma nota em relação aos slogans gráficos, para mim não funcionam para apoiar a mensagem desejada, entre 2 e nenhum há o 1, este ausente, porquê? dois pais ou mães são melhores que apenas 1, teria de ser...
Para empobrecer os portugueses não há referendo,há leis e metas a cumprir,mas pensar no amor que as crianças não tem isso tem de ser muito aprovado por todos.A família está, onde há amor e carinho,isso é um lar para as nossas crianças.Cansadas de serem um estorvo estão elas. Seja aprovada a lei que permita quem provar amar as crianças as possam ter e amá-las.As crianças precisam de muito pouco.Só querem atenção e dedicação
ResponderEliminarPatrício
ResponderEliminarEnquanto a lei não for aprovada os filhos de um, ao morrer o outro, ficam sem nenhum. Porque ao sobrevivo não são reconhecidos direitos.
ResponderEliminarParece-me que a nossa prioridade ( a prioridade da sociedade ) deveria ser lutar para que crianças que estão anos e anos nas instituíções fossem adoptaveis.
A verdade é que em Portugal, muito por culpa das leis que temos e da nossa forma de estar, o que realmente existe é muitos mais casais adoptantes do que crianças para adoptar.
Mesmo o processo de adopção tem muito por onde ser melhorado a favor das crianças.
Infelizmente, ainda há muitos casos de adopção em que as crianças são devolvidas ( até me custa escrever a palavra devolvidas ... :( ) às instituíções.
O processo é tão frágil que em muitos casos as crianças são tratadas de uma forma absurda.
Tanto trabalho, realmente a favor das crianças, por fazer ...
Mais uma vez, infelizmente, viram tudo ao contrário!
Eu não sei bem se concordo... e vou ter que pensar bem antes de ir votar. A priori, sou contra. Antes de mais, penso nas crianças e nas hostilidades que possam vir a sentir... acho que as mentalidades ainda não estão suficientemente abertas para esta mudança, Evidentemente como mãe, educaria os meus filhos no respeito pelos outros mas não sei se lhes saberia explicar a escolha das mães. Como educadora, sei que as crianças (que são o melhor do mundo)quando querem conseguem ser muito cruéis (talvez seja um tema a incluir na educação para a cidadania, postulada pela DGE).
ResponderEliminarDo ponto de vista afectivo, não duvido que dois pais ou duas mães dêem o mesmo amor que dão pais heterossexuais.
Sinceramente, não sei.
Fica a história de "Teodorico e as suas duas mães" escrita, se não estou em erro, por Ana Zanatti, outra senhora a quem muito estimo.
http://www.youtube.com/watch?v=9dxEoiB9KkQ
Anónimo das 20:12
ResponderEliminarPercebo perfeitamente as suas dúvidas. Mas sei que elas aparecem sempre, antes de qualquer mudança. Foi o mesmo com os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Mas sei que, mesmo atendendo à crueldade de que as crianças são capazes, voltar da escola para casa e saber que há quatro braços à nossa espera, é melhor que viver numa instituição por mais qualificada que ela seja e sem esses braços à nossa volta.
Querida Helena:
ResponderEliminarJá fui contra, já fui a favor e agora estou no meio (sem opinião).
Já vi diversos debates acerca deste tema e num deles percebi o quão é importante e fundamental o papel de um PAI e de uma MÃE na educação de uma criança!
Sei que provavelmente as condições em que elas vivem nas instituições nao são as melhores e dai surgir a minha duvida! Conheço casos de pessoas que tiveram filhos solteiros e que me disseram o quão importante e essencial foi para ela (criança) a educação dada por uma pessoa do sexo oposto (neste caso, mãe ou pai do mesmo, visto estarem solteiros)
Dai a minha duvida
Mariana
ResponderEliminarHelena, felicitações pela sua clarividência. Infelizmente cada vez menos pessoas chegam àquilo que parece , e é, óbvio.
Bom dia,
ResponderEliminarcreio haver aqui duas realidades distintas, embora se entrelacem .
A primeira será as crianças institucionalizadas. Pois nem todas estão em situação de adoptabilidade. E, neste âmbito, temo que nem sempre sejam de facto considerados prioritários os interesses da criança, considerando os anos que podem demorar entre a institucionalização e a decisão de adoptabilidade.
A segunda realidade será os candidatos à adopção, e neste caso, casais do mesmo sexo que, queiramos ou não, acarreta valores e ou princípios de outra natureza, não necessariamente se serão melhores ou piores pais, obviamente, mas considerações de outra natureza.
E, na minha modesta opinião, creio que as crianças “livres” para adopção merecem que o destino das mesmas seja francamente discutido e avaliado, não com preconceito, mas com seriedade e imparcialidade, sem influências de preconceito de ambas as partes.
Sim, digo de ambas as partes, porque parece-me haver certo preconceito também em relação à estrutura base da sobrevivência de qualquer espécie de ser vivo.
Cumprimentos,
Cláudia
Cara Helena,
ResponderEliminarAlgumas observações:
- Nada impede um dos elementos do casal de adoptar. Não é obrigatório que a adopção seja feita por um casal.
- Assim, a co-adopção não irá (ou não deveria) impulsionar o número de crianças adoptadas. Quem quiser adoptar, já pode.
- A co-adopção pretende corrigir outra situação: sendo a criança adoptada por uma pessoa só, mesmo que essa pessoa coabite com outra, em caso de morte do pai adoptivo a criança "regressa" ao processo de adopção, i.e., o coabitante não tem poder ou direito legal sobre a criança, só por ter um vínculo (legal) com o adoptante.
- Este problema acarreta outros: o coabitante não pode exercer qualquer poder parental, mesmo que a título substitutivo (imagine que o pai/mãe adoptivo fica doente).
- Por estes dois motivos, parece-me essencialmente correcto e benéfico o estuto de co-adoptor.
- No entanto, é ridículo e até insultuoso "amarrar" a possibilidade de co-adopção à existência de uma relação de cariz sexual entre duas pessoas do mesmo sexo. A co-adopção deveria ser possível em termos genéricos, para qualquer pessoa que estivesse envolvida de perto na educação e desenvolvimento da criança (eventualmente coabitando, mas não necessariamente).
- O que se pretende, na realidade, com este projecto lei é, sob a capa da protecção das crianças e pela porta do cavalo, extender "de facto" a adopção por casais de casais heterossexuais a casais homossexuais, ou seja, torná-los "de facto" (não "de jure", porque a lei não o permite) equivalente. Ora, para quem se queixa (e bem) da trapalhada (ou trapacice) da convocação do referendo, a lei é de igual ou pior monta.
Resumo executivo: os casais homossexuais sempre poderam adoptar. A diferença é que não o podem fazer ENQUANTO casal. A lei não discrimina a adopção por base na preferência sexual do adoptante.
É por isso é que eu não me canso de a citar!
ResponderEliminarObrigada por ser como é.
Um beijinho
Carlos Duarte
ResponderEliminarQuase todos podemos adoptar individualmente, desde que sejam cumpridos os requisitos legais. Isso nem sequer estava em discussão.
Só passou para a discussão por causa do teor de uma das perguntas do referendo.
Uma família mono parental é, a meu ver melhor que uma instituição.
Quanto à co-adopção ela irá permitir superar os factos que referiu.
Uma discussão séria sobre o assunto é desejável. Um referendo sem essa discussão prévia não se entende.
Cláudia
Não há famílias perfeitas. Há as famílias possíveis. Quando o Pai ou a Mãe desaparecem existem outras figuras parentais, em particular tios e tias ou até irmãos ou padrasto/madrasta. Tem é que haver amor.
Cara Helena,
ResponderEliminarConcordo que não era isso que estava em discussão, mas parece (e é engraçado que parece de AMBOS os lados da "barricada").
Assim, nos "a favor" passa a ideia que não era permitido a casais homossexuais adoptar crianças. Mentira, é permitido, não é permitido COMO CASAL (i.e. apenas um deles pode).
Nos "contra", passa a ideia que esta lei iria permitir a adopção por homossexuais (i.e. as crianças vão ser criadas por "gays"), quando a lei actual já (e muito bem) permite!
O nível de desinformação é gritante e o debate tem qualidade de discussão Porto-Benfica, o que, para um assunto que tem a sua importância é pena.
Pela minha parte, mantenho a posição: co-adopção sim, 100% a favor, desde que concebida como um mecanismo universal que garanta segurança afectiva adicional à criança. No entanto, sou liminarmente contra imposições sócio-morais por decreto, pelo que acho absurdo que o mecanismo (a existir) de co-adopção esteja limitado a casais de pessoas do mesmo sexo com ligação de cariz sexual. Em resumo, se houver referendo e se o mesmo versar sobre ESTA formulação da co-adopção, voto contra, porque discriminar por acção (que é o caso desta lei, ao limitar o regime especificamente a casais do mesmo sexo) é pior que descriminar por omissão (que é que o lei actual faz).
eu desde sempre que sou a favor da adopção e co-adopção por casais do mesmo sexo, não me faz confusão nenhuma e sei, por experiência de pessoas amigas, são 2 mulheres que vivem juntas e uma tem um filho biológico. o miúdo não tem qualquer trauma, no inicio gozaram com ele na escola mas isso passou à história passado uns dias, é querido pelos amigos, estudam, brincam, jogam à bola e isso deixou de ser gozação, agem e vivem normalmente. isto passou-se no interior do nosso Portugal, Fornos de Algodres, uma aldeia e pessoas simples e sem grandes eduações que encararam a vida normalmente.
ResponderEliminaraté o povo dizia que sempre é preferível viver com outra mulher que o respeita e educa do que viver com um pai que abusava sexualmente do filho e lhe batia.
por isso... para mim prevalece o amor e carinho, o respeito, a educação que se pode dar a uma criança do que deixá-la entregue a maus tratos e abusos e a muitas e muitas coisas que toda a gente sabe que acontece nas instituições e assobia para o lado como se não fosse da nossa responsabilidade.
Et Lux Fecit, Cara Helena!
ResponderEliminarPois claro, agora é que percebi! A Helena deverá ser a nossa próxima Presidente da República! Sei que só de ver isto escrito, a Helena sente um arrepio, mas o país precisa de si. O país precisa de honestidade, de falta de preconceitos, do espírito prático ao qual não faltam os princípios morais teóricos. Candidate-se, vá lá. Estarei ao seu lado, se me aceitar!
Raúl
Ó Raul, nem a brincar!
ResponderEliminarSe calhar foge um bocadinho ao tema, e daí talvez não….
ResponderEliminarSerá que a co-adopção ou a adopção por pessoas do mesmo sexo vai reduzir o número de crianças institucionalizadas? Será que a questão é por aí?
Parece-me que, se o que se pretende é diminuir o número de crianças institucionalizadas, se devia agilizar o processo de adopção (estou inscrita como candidata há mais de 5 anos), e arranjar forma de evitar que crianças passem anos em instituições até que finalmente possam ser entregues para adopção, numa idade em que a adaptação à nova família é muito mais difícil, e depois de se terem perdido anos de amor de parte a parte, devido a toda a burocracia envolvida no processo.
Parece-me que quando se fala em co-adopção a questão é mais uma questão de igualdade de direitos dos adultos a adoptarem uma criança, e sobre isso não tenho opinião…
S.A.
SA
ResponderEliminarConcordo plenamente que urge agilizar os trâmites da adopção. São anos de amor perdidos, que nada desculpa. Eu própria venho escrevendo sobre este tema há imenso tempo.
Quanto aos casamentos entre homosexuais, trata-se de pessoas adultas que fazem as suas escolhas... mas não acredito que haja um responsável que pergunte às crianças se querem ter dois pais (ou duas mães)... e ainda que lhes perguntassem não acredito que tenham capacidade para fazer tais escolhas. Quanto aos quatro braços abertos... (não será o caso de quem quer adoptar) quantas crianças não têm braços que os abracem nem beijos que os beijem.
ResponderEliminarBeijinhos
Vânia (sou a anónima das 20:12 de 19 de Janeiro, mas esuqeci-me de assinar e como agora não tenho google, fui remetida para o anonimato)
a homossexualidade masculina ou feminina é sempre, vista de qualquer prisma, um aborto da Natureza.
ResponderEliminarUm casal sempre foi constituído por um macho e uma fêmea.
O resto são derivações
Ponto final parágrafo
Anónimo das 11:09
ResponderEliminarOra aí está uma visão simplista da vida!
Ponto final parágrafo...
Quantos casais homossexuais existem?, quantos querem adoptar?, 4, 5 6?
ResponderEliminarAprovem o que quiserem, excepto o desperdício massivo de recursos numa lei que afecta 10, 20 pessoas.
Nunca esquecendo que uma criança adoptada por um casal homossexual foi concebida, deixada ou abandonada por um casal heterossexual.
Sandra
ResponderEliminarOnde é que foi buscar essas estatísticas?!