Por mais lamentável que seja, a minha sacrosanta Miele de lavar a roupa - sim, há 20 anos eu só comprava miele's - fez greve e não centrifugava. O que deu origem a que ficasse, qual lavadeira, a torcer os turcos e os lençóis que, em fim de semana, ela se recusou a espremer.
Chegada a 2ª feira, lá veio um técnico, cuja deslocação custava 50 euros e dava direito a 15 minutos de trabalho. Sentença: o arranjo rondaria os 500 euros e, claro, como a máquina era de 1997, poderia adoecer de outra doença, pelo que, parecia, o melhor seria uma nova.
Há em mim um lado germânico - já aqui o confessei - que, para além de uma extrema organização pessoal, ainda me leva sempre a escolher marcas daquele país. Assim, fui ao representante e optei pela mais barata, pese embora ser cara.
Primeira surpresa: só entregavam uma semana depois e isto já era uma simpatia da recepcionista, por acaso minha fã. Aceitei e combinei a hora. Às 11h em ponto, a equipa batia à minha porta. Tudo decorreu nos conformes, o que muito me surpreendeu, face à multiplicidade dos "comigo há sempre um azarzinho".
Primeira surpresa: só entregavam uma semana depois e isto já era uma simpatia da recepcionista, por acaso minha fã. Aceitei e combinei a hora. Às 11h em ponto, a equipa batia à minha porta. Tudo decorreu nos conformes, o que muito me surpreendeu, face à multiplicidade dos "comigo há sempre um azarzinho".
Metida a velha máquina no elevador, encostei a porta de casa, e desci com os dois empregados para lhes abrir a garagem. Lá nos ajeitámos, todos apertados, no ascensor. A meio, um estrondo enorme e uma travagem abrupta. Ficámos encurralados abaixo do rés do chão.
Accionado o besouro fortíssimo do alarme, ninguém apareceu na escada. Eu saíra sem telemóvel onde estão contidos todos os meus contactos. Um dos homens tinha, felizmente, um telemóvel com net. Ligámos para a emergência e o piquete apareceu um quarto de hora depois. Só que ninguém abria a porta da rua e o técnico não podia entrar. Bem gritávamos para que arrombasse a porta, mas isso é que ele não fazia.
E eu dei-me conta de que não só não sabia o telemóvel do meu filho de cor, como os contactos do seu local de trabalho ainda não vêm nas páginas amarelas do Google.
Fomos salvos porque, ao invés, os contactos do MNE estavam disponíveis e uma diligente telefonista do ministério - que inicialmente deve ter achado que era brincadeira do técnico da Miele - ao reconhecer a minha "televisiva voz" me pôs finalmente em contacto com uma das suas secretárias e a porta pôde finalmente ser aberta com a chave.
Devo confessar que tudo isto demorou uma hora, a roupa que ficara na máquina à experiência, acabou muito bem torcida, os empregados foram impecáveis ao perceber o susto que eu apanhara e o piquete da Thyssen informou que dois homens, uma mulher e uma máquina são peso excessivo para um ascensor...
HSC
HSC
Cara helena,
ResponderEliminarCá por casa também "herdei" o gosto dos meus pais pelas máquinas germânicas - ainda me lembro da primeira televisão (uma Telefunken) e do primeiro frigorífico (um Zanussi)... Depois passaram para a Míele que duram e duram! :)) :))
As máquinas Míele que por cá andam sãodos finais da década de 90 e já passaram pelas mãos dos técnicos da marca para as "recauchutarem". No entanto, apenas o frigorífico foi mudado no ano passado... por outro Míele.
Boas máquinas que valem a pena o investimento (são mais caras!).
Isabel BP
Dr.ª Helena,imagino o sufoco!
ResponderEliminarMas,sexta-feira 13 de 2013 tão cedo não vai esqueçer.
Caso para dizer,aguenta coração!
Agora descanse e respire fundo.
Um chá de camomila e um miminho.
Dia azarado que terminou menos mal...
A história é deliciosa, como as outras do mesmo género que tem relatado aqui, embora entenda que para si, naquela hora, não tenha tido grande piada.
ResponderEliminarÉ decerto o seu talento e inigualável sentido de humor que lhes dão esse tom.
(Além disso, acho-lhes ainda mais graça porque também eu sou muito dada a este tipo de "azares" com máquinas).
Beijinho :)
Cara Helena: que saga! Ainda bem que o MNE tem préstimo e o telemóvel do técnico tinha carga...
ResponderEliminarsituações complicadas mas que se resolveram, a do elevador, a mais incómoda no momento, e a da lavadora miele que não espremia já...
ResponderEliminarum sketch cómico, afinal...
Doutora Helena
ResponderEliminarSei que foi um bocado mal passado,mas adoro estas histórias.Esta está muito bem contada e muito parecida com as coisas que também a mim me acontecem.Já comecei bem o dia a rir-me.
Boa sorte com a nova máquina e um bom dia para a doutora
Um azar nunca vem só e desculpe mas ri à gargalhada só de imaginar as cenas:):):):)
ResponderEliminarBjs
O MNE serviu para alguma coisa, bem, mas qual é a marca do seu elevador? Espero que não seja alemã...
ResponderEliminara) Alcipe
Uma semana para a máquina ser entregue? Vá lá que a funcionária era sua fã (já imaginou o tempo que esperaria se, por ventura, a senhora não simpatizasse consigo ?)
ResponderEliminarPor acaso esta semana tive uma agradável surpresa: tenho o meu pc para arranjar porque a garantia ainda estava dentro do prazo numa conhecida cadeia de eletrodomésticos. Já lá está desde dia 28 de novembro e, para meu espanto, informaram-me que uma vez no fabricante demoraria por volta de um mês a regressar. Disseram-me isto na 4ªf passada o que, pelas minhas contas só lá para 2014 teria o meu portátil de volta, desloquei-me à loja onde o comprei e expliquei que precisava dele com urgência (estudo e trabalho através dele) a funcionária simpaticamente disse que a única coisa que poderia fazer por mim era colocar uma nota a informar que era muito urgente. Para minha surpresa ontem telefonaram a pedir autorização para mudar o disco rígido (que estava com defeito de fabrico) e que para a semana já o poderia levantar. Deo gratias! Quanto ao elevador não gosto deles...
Um beijinho
Vânia
Ó meu caro Alcipe, um ascensor Thyssen...
ResponderEliminarUma maravilha, porque apesar do estrondo e do forte solavanco...travou! Se fosse francês, tínhamos ido todos para o "galheiro"!
Claro que com os obscuros movimentos de capitais na Europa, já não sei se a Miele ou a Thyssen são alemãs...
Caro Francisco
ResponderEliminarSó a mim - com esta obsessão de separar a vida pública da familiar - é que havia de acontecer ser o MNE de Machete a tirar-me deste apuro...
Pois minha amiga ainda bem que tudo acabou em bem faço ideia o susto não era sesta feira treze por isso saio (desse apuro)...
ResponderEliminarMiele e Thyssen, passe a publicidade, são marcas de topo. De nada valeu, pois era sexta-feira, dia 13, de 2013. Aprendeu pelo menos uma coisa: o seu TM vai sempre acompanha-la, mesmo até à garagem...
ResponderEliminarMeus cumprimentos,
MT
Diz a HSC e cito :"Tudo decorreu nos conformes, o que muito me surpreendeu, face à multiplicidade dos "comigo há sempre um azarzinho".
ResponderEliminarAfinal surpreendeu-se antes de tempo. Não foi assim? Pois, pelos vistos também desta vez o "azarzinho" lhe bateu de novo à porta e não foi tão pequeno quanto isso, pelo menos no aborrecimento que causou!
p.s. a Miele cá de casa é da louça e já anda pelos 24, 25 anos mas nessa altura ainda não estava em moda a obsolescência programada...
Acho que teria tido um fanico, deixe-me que lhe diga. Fiquei uma vez fechada com uma amiga, uma meia hora. Foi o suficiente para não andar de elevador uns bons anos, a não ser mesmo em casos de necessidade extrema. Até porque me incomodam espaços pequenos e fechados, na generalidade. Uma fobia, diria eu... :)
ResponderEliminarQuando era casada também tinha a mania da Miele paga por mim:). O meu ex- ficou com duas belas máquinas que lá deixei. Passei a comprar outras marcas e preferiri trocar se se avariarem. Todas lavam igual. Porque a Miele já há muito que é feita na China, assom como a Bosch e a Grundig, eles só põem o nome. Quanto aos elevadores, já fiquei fechada umas cinco vezes na minha vida e uma delas porque cortaram a eletricidade à hora de almoço e só quando vieram de almoçar me abriram a porta. Um horror , pois sofro de claustrofobia num elevador sem vidros!! a meio de andares.
ResponderEliminarFelizmente nunca mais me aconteceu....e agora vivo num 2º andar que me permite descer a pé se quiser.
O tm esquecido parece ser coisa minha, faço-o a toda a hora, mas tb podia ter calhado não ter rede!!:)
6ª feira 13, há quem diga que não é dia de azar!!!
Pois Virgínia, 6ªf, 13, era Fevereiro e estava logo pela manhã a escrever o sumário quando um aluno meu me diz: professora cuidado que hoje é dia de azar, 6ª feira e dia 13! Ao que eu repliquei qq coisa como isto:tem lá juízo, vamos mas é escrever o sumário! Não é que ainda a aula não tinha acabado quando um funcionário me bate à porta e me diz que o meu carro, estacionado à porta do liceu tinha sido abalroado por um outro! E o meu carro era novinho em folha - tinha oito dias! Lembra-me o sucedido qd o 6 e o 13 se conjugam!
EliminarUi!.. Fechada num elevador a telefonar para o MNE e a fazer fé do seu estatuo de celebridade. Realmente, são muitas coisas para um dia só...
ResponderEliminarCaso para dizer: Pouca sorte surge em todas as ocasiões, isto é, quando não aparece na entrada, aparece na saída. :)
Beijinho e boa semana.
Ui!.. Fechada num elevador a telefonar para o MNE e a fazer fé do seu estatuo de celebridade. Realmente, são muitas coisas para um dia só...
ResponderEliminarCaso para dizer: Pouca sorte surge em todas as ocasiões, isto é, quando não aparece na entrada, aparece na saída. :)
Beijinho e boa semana.
ResponderEliminarBom dia Dra. Helena
Obrigada pela deliciosa história verídica.
Trabalhei alguns anos na "SINGER" e concordo plenamente consigo.
Em jeito de brincadeira, se permitir, aqui fica a questão:
O MNE também tem piquete de emergência para elevadores? Vou já avisar a minha patroa,. como rezava o anuncio publicitário
Obrigada e toda a saúde do mundo, para si e para os seus.
Glória
Só mesmo a Sra. para tornar um transtorno numa história hilariante!
ResponderEliminarAdoro o seu sentido de humor!
Tudo está bem quando acaba bem!
Boa semana e um beijinho.
FL
Olá
ResponderEliminar:-)
Veja lá o que não lhe valeu a sua "televisiva voz"!
Cumprimentos,
Cláudia