quinta-feira, 3 de outubro de 2013

As nossas universidades

O THE é considerado um dos grandes rankings internacionais do ensino superior e um dos mais completos no que se refere à qualidade do ensino, à  investigação, à transferência de conhecimento e à capacidade de internacionalização das instituições avaliadas.
Em 2011 Portugal tinha quatro universidades neste ranking, nomeadamente Aveiro, Porto, Coimbra e  Nova de Lisboa.
As duas primeiras estavam colocadas entre as posições 301 e 350, ficando Coimbra e a Nova de Lisboa imediatamente a seguir.
Em 2012 as duas últimas saíram da lista e as duas primeiras perderam posições. Mas juntava-se ao grupo a Universidade do Minho que se estreava na lista.
O ranking deste ano revela a perda de capacidade de afirmação das principais universidades europeias que descem de posição, ao contrário do que acontecer com as líderes da Ásia Oriental, que voltam a subir.
A nível global, e pelo terceiro ano consecutivo, o ranking continua a ser liderado pelo California Institute of Technology. O segundo lugar  pertence a Oxford e Harvard. A Universidade de Stanford  fecha o pódio.

A melhor medida que se pode tomar para a construção do futuro doe um país é o fomento do investimento no ensino/investigação. Esta alteração de posicionamento de algumas das nossas universidades não é um bom prenúncio. Mas pode ser um sinal para que se arrepie caminho...

HSC

13 comentários:

  1. "para que se arrepie caminho?" na conjuntura actual não vejo ninguém de fibra que o possa fazer.

    Há Universidades que andaram anos e anos com cursos da treta, outras tudo apostaram nos jovens que bem mereciam...mas os cortes orçamentais foram feitos como e com que critério?

    Enfim...só acho que temos uma geracção perdida...a não ser que partam daqui para fora onde são valorizados e bem aproveitados e o exemplo está à vista de todos...

    ResponderEliminar
  2. As nossas universidades são o espelho do país, logo nada surpreende que comparativamente o seu nível baixe relativamente a universidades estrangeiras!
    É o que há cá...
    Beijinhos,
    zia

    ResponderEliminar
  3. Mas pode lá comparar-se o financiamento de umas e de outras? E as propinas que se pagam aqui, penso que anda à volta de mil euros, e as que se pagam por lá. Ocasionalmente ouvi que na U. de Berkley eram de 58 mil dólares!
    E tal como se diz "sem bons ovos não há boas omeletes!"

    ResponderEliminar
  4. Cara Dalma
    O argumento só colhe parcialmente uma vez que, antes, tinhamos 4 bem posicionadas.
    O que penso é que as universidades podem gerar receitas próprias, o que não seria inédito. Bem longe disso. Há empresas que entregam às universidades os estudos que assim não vão para os consultores estrangeiros. Se vir o financiamento de algumas em Inglaterra, na Alemanha e nos States, percebe o que quero dizer. Não será tudo, mas era uma boa ajuda.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim eu sei que essas Universidades são em larga escala financiadas por empresas particulares e claro que isso faz toda a diferença, mas para isso há que ter empresas que apostem nos estudos e resultados de investigação o que é pouco hábito em Portugal. Então neste caso continua a aplicar-se o dito popular (agora sem os adjectivos) " sem ovos não se fazem omeletes"!

      Eliminar
  5. Cara Zia
    A descida é europeia. Apenas falei das nossas porque são as que me interessam.

    ResponderEliminar
  6. Cara Fatyky
    Como disse à Dalma é preciso incentivar as condições que permitam às Universidades gerarem as suas próprias receitas.
    Outras soluções existem sem serem as propinas, mas é preciso ter a coragem de romper tabus para as poder implementar.
    Basta ver o exemplo de certos países emergentes.

    ResponderEliminar
  7. A U. P. tem sabido gerar receitas.
    O Governo tentou atrapalhar recentemente.

    Melhores cumprimentos.

    ResponderEliminar
  8. Tenho um filho que tudo faz por isso. Já angariou milhões ( sim, milhões) para a FEUP através de programas como o da parceria com a Carnegie Mellon, à qual dedicou tres anos da sua vida, com enorme sacrifício familiar ( tem tres filhos) e vida pessoal Mas não pára, ganhou o Premio BES de Inovação e o do MIT correspondente.
    Para isso viveu sete anos na Alemanha - foi para lá aos 20 anos, fez lá o doutoramento, casou, teve o primeiro filho - e voltou para Portugal como professor da FEUP. Poderia ter ido para a América ou para outro lado qualquer. Mas veio para o Porto. Entretanto fez a agregação e está a um passo de ser professor catedrático de telecomunicações. Tem 37 anos.

    É preciso muito para vencer em Portugal. Nada é dado de mão beijada....

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Virgínia, os meus parabéns pelo filho que tem, pois tenho a certeza que também tem a sua cota parte no êxito dele!
      Diz a Virgínia que nada lhe foi, em Portugal, dado de mão beijada! Mas acredite que nos outros países também é preciso um esforço hercúleo para atingir o topo ( exceptuando na política claro!).
      Como mãe renovo os meus parabéns.

      Eliminar
  9. Cara Virginia
    Pois são exemplos como o do seu filho que provam o que eu digo. Só que o grande público apenas conhece o "outro" lado. Sou grande defensora das parcerias - estas sim, não as outras! - entre o empresariado e as universidades. Podia poupar-se muito dinheiro e ao mesmo tempo dar-mo-nos a conhecer. E sei do que falo porque trabalho nesse meio!

    ResponderEliminar
  10. Caro João Menéres
    É verdade. Tenho esperança que Rui Moreira possa "ajudar" nessa matéria.

    ResponderEliminar
  11. Bom dia,

    é muito positivo termos universidades portuguesas destacadas, embora seja de lamentar que tenha havido uma descida, o que é fácil de compreender com o desinvestimento público que houve.

    Todavia, destaco dois outros aspectos, primeiro é que o sucesso do estudante universitário não depende somente da universidade que frequenta, mas de todo o percurso escolar anterior. E, no nosso caso, é evidente que está a haver um retrocesso aos anos 80, quando numa mesma sala colocávamos dezenas de alunos, resultando em taxas de sucesso e aprendizagem muito pequenas. Sorte tinham aqueles que podiam frequentar o ensino privado, onde havia oportunidade de qualidade.

    Segundo, as próprias universidades têm de encarar com realismo alguns dos cursos que leccionam. Pois muito estão desajustados à nossa realidade social e económica. Além disso, o ensino privado deveria ser melhor controlado, porque da boa maioria de instituições saem fornadas e fornadas de licenciados e mestres. Parecem fábricas de dinheiro, não de ensino. Por último, as universidades têm de se abrir às comunidades onde estão inseridas, investir (com capitais humanos) na cooperação com as empresas e o estado em si, recebendo em troca capitais financeiros que lhes permitam manter-se actualizadas, bem equipadas e ter nos seus quadros os melhores dos melhores professores.É certo que algumas já o fazem, mas mesmo assim a abertura é muito tímida ainda.

    Cumprimentos,
    Cláudia

    ResponderEliminar