E agora a canção com letra e orquestrada. São 75 anos de amor partilhado.
Só me lembrei dos meus avós que fizeram mais de 60 anos de vida em comum e da minha Mãe que se tivesse vivido uns dias mais, teria feito 48 anos de casada. Felizmente ainda há amores destes!
HSC
Querida Helenamiga
ResponderEliminarHoje sou eu que assino na nossa um texto intitulado Sermão do Lázaro. Aviso desde já que ele não deve ser lido por damas, meninas, solteiras, casadas ou viúvas, cavalheiros com menos de 98 anos e máximo 99, integrados na ordem democrática vigente, e com sólida formação moral e cívica. Aqui deixo um excerto.
Teodósio acordou rouco. Rouco? Rouquíssimo. E o sermão? Nisto meditava quando se dirigia à igreja paroquial e por isso disse com decibéis negativos ao sacristão Jaquim. Como iria ser? Ninguém o entenderia com aquele falar roufenho. Uma desgraça!
Qjs
Henrique
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NB – Este texto já saiu na Zorra da Boavista e no Ler, escrever e viver… Um homem não chega para tudo. Tende piedade…
Lindo!! .. Agora é que se torna pior para comentar.... E, se a minha também tivesse vivido mais uns mesinhos faria no Domingo 58 anos de casada.
ResponderEliminarBeijinho para si, Helena
Também os meus avós fizeram mais de 60 anos de vida em comum - o meu casal modelo. Saudades!
ResponderEliminarIsabel BP
Querida Helena
ResponderEliminar(Correndo o risco de me repetir)...aí vai uma "história de amor e derrocada" que hoje não me sai da cabeça...
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Revejo com pudor
a casa esventrada a meio da rua
e a bancada da cozinha seminua
que dantes era sala e aconchego
onde se comiam tremoços
se trocavam afectos
e se guardavam segredos
o vento
deixado à solta
teima em desvendar
a velha toalha de oleado
com cerejas de todo o ano
ELE construiu as prateleiras
ELA coseu a renda ao pano
e fez as cortinas das janelas
que depois debruou a sardinheiras
Foi num sábado de manhã
e no domingo
ele ouviu o relato
colado à telefonia
e ao fim do dia
a canja de aletria
cheirava mais forte a hortelã
Quando ele lembrava
os pequenos amores da sua juventude
ela amuava ciumenta
e ele(manhoso) fingia não entender
horas depois ela sorrateira
corria a cortina da banheira
e ensaboava-lhe as costas devagar
e aquele olhar era tão sublime
que o seu corpo desarmado se transformava em rochedo
(em surdina chamava-lhe magana)
...e nessa noite iam dormir mais cedo
Um dia a sua magana não acordou mais
e a toalha de oleado
foi guardando as migalhas dos dias
num vazio silencioso
desmazelado e frio
até que
(velha e solidária)
aquela casa RUIU
Temeu pela sua vida a vizinhança amiga
(Qual vida?)
indiferente e desajeitado
acomodou-se na maca improvisada
nem um último olhar
de saudade ou despedida
...como ele sabia de cor e salteado
o som e a cor da derrocada
Doutora Helena
ResponderEliminarEste poema da sua amiga também dava uma belíssima canção. Há amores assim.
Cumprimentos desta leitora assídua.