sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O retorno

Vá lá, depois do episódio de ontem, dormi mal. Apesar disso já consegui dar uma gargalhada com o que me aconteceu. Agora para se rirem, oiçam o resto da história.
No meio do descampado eu tinha dois objectos utilíssimos: um telemóvel e um GPS. Este último não era usado desde Fevereiro passado, numa saída que fiz aos domínios da Angela Merkel, não para falar com ela, mas para assistir a um amigo. 
Logo, era um GPS poderoso. Liguei-o. Demorou a dar sinal porque há muito que estava a dormir. Sai, finalmente, uma voz a dizer-me para voltar para trás. Como, se só tinha caminho para a frente?
Coloco em modo de mapa. Olho, mas as voltas eram tantas que se sobrepunham. Impossível descortinar um caminho. Decido ligar para a amiga com quem tinha estado a trabalhar. Explico a situação. Pede-me a localização. A única coisa que vejo caída no chão tem um nome apagado que parece Arneiro. Promete que me vai buscar.
Passados dez minutos diz-me que não tem tal localidade no GPS. Saio e ao longe vejo o letreiro de um colégio - parecia fechado - com dois números de telefone meio apagados. Ligo um, não respondem. A minha amiga liga o outro. Explicam-lhe que há dois colégios na zona. Precisavam saber onde eu estava. Novo telefonema meu a  admitir estar para as bandas de S. Domingos de Rana. 
Neste momento pára um carro na redondeza. Sai uma senhora, explico a situação. Diz que não estou longe da auto estrada mas  que tenho de dar algumas voltas. Oferece-se para me levar até à entrada da dita. Devia ter aceitado mas lembrei-me da amiga que vinha a caminho e ia perder-se também. 
Telefona ela a dizer que não conseguia entrar na A5 porque o trânsito estava parado. Respondo que aguardo. Entretanto, passaram três quartos de hora e começava a escurecer. De repente vejo um carro a abrandar. Pensei que fosse a salvadora. Não era. Era um homem que parou perto. Pego no telefone e bloqueio as portas. Escurece e o homem ora sai, ora entra no carro. Parece agitado. Eu continuo fingindo que falo ao telefone. O GPS continua, a espaços, a mandar-me para trás.
Ao fim de uma hora e de também se ter perdido a minha amiga aparece. Salvé!
Mas para sairmos dali tivemos de ir a Carcavelos por umas ruas que só os locais decerto conhecerão. Cheira-me finalmente a mar, que pressinto estar próximo. 
Fiat lux, estou finalmente na Marginal, a caminho de Lisboa, agarrada ao volante como se ele me fosse fugir à mínima aragem. Chego a casa. Não tenho um único músculo distendido...

HSC

12 comentários:

  1. Não há nada como rir.
    O humor do Governo Sombra sobre os cartazes das autárquicas por todo o país.

    www.youtube.com/watch?v=D4KMRYCBq0U

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  2. E o tal homem que pareciaagitado ?
    Qu'é dele, HSC ?

    Estaria também perdido ?

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  3. Esta história da D.Helena é verdadeira e eu já passei muitas vezes por situações semelhantes com pessoas que não gostam de pedir ajuda. para mim é uma delícia rir-me destas situações.Esta que vou contar é anedota mas podia ser verdade:
    Um cavalheiro perde-se no caminho, mas nada de perguntar como sair dalí. Chega a noite e um grande nevoeiro, então ele resolve seguir um carro que passava muito devagar.
    Não se via nada apenas os farois do carro da frente davam um pouco de luz. A dada altura o carro da frente para e o detrás bate na traseira. O homem do carro de trás, sai do carro, muito aborrecido e diz:
    Então amigo? para-se assim de repente?
    Responde o outro:
    O que quer? eu cheguei a casa.
    Felizmente não aconteceu nada disto à doutora Helena, mas não deixa de ter graça, e ainda bem que se riu.
    Beijinhos

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  4. Ó João Menéres
    Mal viu a minha amiga sair do carro, aquietou-se logo e deu de frosques. Felizmente!

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  5. Ai Helena como me ri já com o seu post!!!! Já me aconteceram tantas situações dessas e eu a pensar que era caso raro e único!!!
    Beijinhos!!!

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  6. No outro post ri-me mas, depois de ler este tenho a certeza de que foram momentos de grande ansiedade! Pelo menos para mim seriam!

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  7. Bem, o "Bonfire on Vanities" ficou felizmente interrompido logo no primeiro capítulo... Eu nunca desligo o GPS do meu carro, que tem voz feminina e doce.

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  8. Ha também a estória do fulano que conduz em excesso de velocidade e a determinada aotura, vê aparecer no retrovisor, umas luzes azuis a piscar, acompanhadas do som de uma sirene, então decide acelerar, mas o carro detrás não descola da traseira, até que se lhe atravessa à frente, obrigando-o a parar. Saem dois polícias, dirigem-se ao infractor e dizem-lhe:- então o senhor condutor não notou que circula em excesso de velocidade?
    - Sim realmente, é verdade.
    -Então e que justificação tem para essa infracção?
    -Sabe sr. agente, é que, na semana passada a minha mulher fugiu com um colega seu e quando vi as luzes e ouvi a sirene, pensei que fosse ele a querer devolvê-la...

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  9. Caro Alcipe
    No princípio eu tinha uma voz de mulher. Tão flausina que fui ao Corte Inglês e pedi que ma mudassem para um homem. Asneira da grossa. Fiquei com um ditador que me dá ordens como se fosse meu dono - há-de vir o primeiro! - e sem quaisquer contemplações...
    Durante toda esta história, ele esteve ligado a mandar-me para traz. Quando saí do local começou a dar ordens desencontradas. Penso que era das autárquicas...

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  10. Se tal me acontecesse nem quero pensar sou muito medrosa a amiga deve ser certamente corajosa.
    Enfim acabou tudo em bem o dito senhor agitado devia estar o sofrer do mesmo.

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  11. O que eu já me ri com este post:-)
    Venho aqui muitas vezes, mas nunca comentei, mas hoje não podia deixar de comentar.
    Pois andou tão perto da minha casa e da minha zona;-) Realmente para quem não conhece e se engana, não é fácil. E esteve mesmo muito perto da A5, na entrada em S. Domingos de Rana.
    Mas o que interessa é que acabou tudo em bem e ainda se riu e nos fez rir também.
    Bom fim de semana.
    Paula Seixas

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