"Sonho que um dia os meus quatro filhos viverão numa nação
onde não serão julgados pela cor da pele mas pelo seu carácter...".
Luther King expressou este sonho ao qual me
referi no post anterior. Num outro havia manifestado a minha preocupação com
uma sociedade em que se fazem juízos de caracter com a mesma facilidade com que
se bebe uma bica. E não me refiro a políticos, entenda-se, refiro-me a gente
normal, com uma vida normal, seja o que for que isso represente.
Curiosamente ao passar os olhos pela blogosfera,
dei com uma resposta do Pedro Correia, do Delito de Opinião, a um seu
comentador - de que transcrevo abaixo um excerto - que, em palavras bem cruas,
acaba por se ligar com o que então escrevi. Aqui fica:
“...O mais chocante, para mim, é detectar a atitude dicotómica de
tantas pessoas. Como refere um dos comentadores do teu texto, gente que ao vivo
é afável e gentil, transfigura-se quando abanca nas chamadas "redes
sociais". Um pouco à semelhança do tuga porreiro que se transforma no tuga
besta selvagem quando se senta ao volante e se imagina o rei das estradas de
pedal no acelerador.
As novas
tecnologias vieram dar projecção pública - e até algum verniz social - àquilo
que antigamente se escrevinhava nas portas das latrinas. Para este efeito,
valha a verdade, muito têm contribuído as caixas de comentários das edições em
linha de certos jornais (não todos), autênticas cloacas ou vomitórios em locais
que tinham a obrigação deontológica de promover o exercício da cidadania.
Foi também por ter lido as tuas linhas que fiz a referência supra ao Luther King. Duas faces da mesma moeda, no fundo. Andamos necessitados, como de pão para a boca, de exemplos inspiradores. Eles existem. Falta-nos apenas, quase sempre, a capacidade de os ver.”
Foi também por ter lido as tuas linhas que fiz a referência supra ao Luther King. Duas faces da mesma moeda, no fundo. Andamos necessitados, como de pão para a boca, de exemplos inspiradores. Eles existem. Falta-nos apenas, quase sempre, a capacidade de os ver.”
Do meu ponto de vista, os dois textos citados, revelam algo que
justifica uma meditação pessoal por parte de quem acredita no ser humano.
Merecem que olhemos para dentro de nós, friamente, e saibamos, também,
questionarmo-nos a nós próprios. Seremos todos assim tão bons, assim tão
impolutos, assim tão acima de qualquer crítica, que os julgamentos que fazemos,
sejam sempre mais válidos do que os dos nossos semelhantes?
HSC
Se fosse vivo porque lutaria hoje Luther King? Talvez porque o "racismo" se estendeu por todo o mundo sob a forma de exclusão social, religiosa, económica e política... Faz-me lembrar aquela expressão bem portuguesa de "pescadinha" com o rabo na boca.
ResponderEliminar50 anos passaram sobre um discurso que também marcou a geração dos portugueses que, então, tinham cerca de 20 anos de idade. Ainda hoje recordava, falando com alguém muito mais novo do que eu, que a abertura das aulas nos EUA era noticiada com imagens de pais brancos a protestar, quando não a impedir, que nas escolas dos seus filhos entrassem alunos negros. Como já havia TV essas imagens corriam mundo. Entretanto, nós éramos apodados por alguns de sermos racistas... Lembro-me de andar na escola em Angola, na década de 50 do século XX, onde havia alguns alunos negros, e não seriam mais por razões económicas, não por ser proibida a frequência de etnias diferentes. Defeitos poderíamos ter, mas esse, formalmente, e na prática, não existia. Graças a Deus, o Mundo mudou, e mesmo no final da presença portuguesa em África, as escolas de todos os níveis estavam bem povoadas de estudantes sem preconceito de cor da pele. Impressiona olhar para as imagens de Washington de há 50 anos e ver as de hoje em todo o país. A Humanidade venceu! As palavras de Luther King ressoam aos nossos ouvidos e devem ser motivo de alegria e de esperança. Saibamos nós encontrar as causas certas para nos batermos e construiremos uma sociedade mais justa.
ResponderEliminarJosé Honorato Ferreira
Grande Helena!! E, neste caso, estendo o elogio ao seu amigo Pedro Correia. Aqui, neste post, está tudo dito!...
ResponderEliminarUm abraço grande
Não tinha visto este post quando comentei mais abaixo,então se me dá licença digo o mesmo,para quem quiser ouvir ou ler:
ResponderEliminarhttp://youtu.be/mbpbLk0-VcQ
ou carreguem em HOPE.
Ps.para não pensarem(porque pensam)que possa querer publicidade do que posto em HOPE,procurem no google:
alvaro de campos- "poema em linha reta".
E fico-me por aqui a Drª acaba de entrar em minha casa rodeada de crianças,linda como sempre mas nâo me parece nos melhores dias,talvez cansada,sorrindo sempre,mas triste.
E agora fui quero ouvir...
bjs
Fátima Duarte
Acabei de a ver,e adorei.Pilotar aviões eita mulher de armas,eu já sabia,mas pra quem não saiba aqui fica.Esta Sra multifacetada,é tudo que se sabe, mas mto mais o que não se sabe.
ResponderEliminarE agora vou pilotar meu fogão,ja que de avião, só sei andar...
bjs
Querida Helenamiga
ResponderEliminarBoas! Hoje, venho apenas para dizer que a nossa Travessa acaba de publicar um textículo de minha autoria: Perguntas ao futuro, que me parece satisfatório… Por isso venho convidar a ir lá, para o ler e comentar. Muito obrigado.
E por hora não faço comentário, do que peço milhões de desculpas.
Henrique
Há quantos séculos não vais à nossa Travessa?
OLá D. Helena,
ResponderEliminarora aí está um tema interessante, embora incómodo, acompanhado de uma questão pertinente.
Sabe que para olharmos para dentro de nós é preciso, antes de tudo, que gostemos de nós, e, depois, não basta olhar, é preciso saber olhar e saber o que olhar.
Há quem confunda olhar, olhar mesmo, com exprimir as ideias mais em voga no momento, não importa se se as sente ou não, mas é para ali que a caravana vai, por isso importa não ficar para trás!
Se tivesse de identificar um elemento da natureza que me exprimisse, seria um vulcão, ou seja, sou capaz de permanecer em hibernação décadas, séculos e, de repente, expludo e, infelizmente, algo destruo.
Resumindo, não sou senhora de criticar mortal e destrutivamente ninguém, os meus telhados são de vidro também!
Penso que essa (a critica feroz e destrutiva) não é geralmente a minha postura, mas não digo que nunca o tenha feito!
Com estima,
Cláudia
ResponderEliminarTudo muito bem transmitido. Parabéns.
Apenas quero deixar aqui bem claro que o nome TUGA, de origem angolana, era empregue no campo depreciativo. Portuga e depois Tuga. Sem comentários. Tenho 78 anos de angola onde nasci.
Porque deixaram de chamar á selecção nacional TUGAS ?
cumprimentos
Meu querido Zé Honorato
ResponderEliminarO mundo mudou muito. Estava em Washington quando se deu a marcha dos negros. Foi impressionante de ver e jugo que nunca esquecerei a figura de Angela Davis!
Olá Cláudia
ResponderEliminarOs vulcões podem ser lindos!
Olá Cláudia
ResponderEliminarOs vulcões podem ser lindos!