"O Tribunal da Relação do Porto obrigou uma empresa de Oliveira de
Azeméis a readmitir um funcionário da recolha do lixo despedido a 14 de
fevereiro por estar a trabalhar alcoolizado, noticiou o Público.
No acórdão, citado pelo jornal, os juízes afirmam que "o
trabalhador pode esquecer as agruras da vida com o álcool e empenhar-se muito
mais a lançar frigoríficos sobre camiões".
O tribunal lembrou à Greenday que não tem normas internas sobre o
consumo de álcool e aconselhou-a a fixar a taxa de 0,5 g/l de álcool no sangue.
A 14 de fevereiro, o camião em que o funcionário seguia tombou para o
lado direito pouco depois das 18:00.
Ao volante ia um outro funcionário da mesma empresa, ele também
alcoolizado. Mas se a taxa de alcoolemia do motorista era de 1,79
gramas, a deste trabalhador, segundo o Público um imigrante de Leste, era de
2,3 g/l de sangue".
( In Diário de Notícias)
A notícia não é a brincar. Mas parece. Não sei o que é pior, se o humor do juiz ou a bebedeira do motorista...
HSC
"Não sei o que é pior, se o humor do juiz ou a bebedeira do motorista..." a notícia não tem graça, o modus operandi dos funcionários desta empresa também não,... mas este seu comentário, querida doutora Helena: é demais. Só alguém com inteligência como a sua era capaz desta inferência.
ResponderEliminarMaravilhoso, adorei!
Um beijinho
Vânia
Também já tinha lido...e nem tenho palavras, apenas que neste país já nada me espanta!
ResponderEliminarLi algumas partes do acórdão (considerações marialvas e patéticas) e não me espantei muito. Alguns juízes também trabalham muito melhor sob o efeito duma garrafa de Armagnac...
ResponderEliminarEstas decisões dos juízes estão ao mesmo nível dos alunos que deram aquelas "belas" respostas sobre Literatura no exame de Português. Nos dois casos o "laissez aller" é o mesmo. UMA TRISTEZA!!!
ResponderEliminarOnde teria o autor do acórdão, que acabou por fazer vencimento, ido beber a inspiração para um tão refinado sentido de humor?
ResponderEliminarSerá que os tribunais vão passar a ser locais onde não nos importamos de voltar duas, três, ou quatro vezes, para, finalmente, sermos ouvidos na qualidade de testemunhas?
Passaremos até a fazê-lo com enorme prazer, na perspectiva de irmos passar umas horas de boa disposição?
Benditos juízes!
ResponderEliminarHoje, estou numa de rir, rir, rir, até chorar por mais...
Aqui, infelizmente, até chegar à situação do descrédito completo, na justiça, nos códigos que a sustentam, etc.
Beijinho de boa noite para si
Meu querido Portugal que está mesmo a bater no fundo.
ResponderEliminarEspero que a próxima noticia sobre este assunto seja a erradicação de tão irresponsável juiz.
ResponderEliminarTenho a suficiente experiência de empresas para saber que com esta decisão o tribunal apenas conseguiu que uns bons milhares de trabalhadores pelo país fora nem uma cerveja possam beber ao almoço de agora em diante .
Nenhuma empresa vai correr riscos destes e com toda a razão : pois se até foi um tribunal que lhes deu a deixa .
RuiMG
Grande parte dos senhores Juízes é responsável por muitos desmandos.
ResponderEliminarE mais não digo...
melhores cumprimentos.
Se um maquinista da CP ou do Metro (a título de exemplo) quiser alegrar as agruras da vida ou da crise com uma garrafinha de tintol... é indiferente se colocar a vida de pessoas indefesas em risco porque apenas estava a tentar distrair-se.
ResponderEliminarEsse juiz só pode ser um PALHAÇO!
Isabel BP
Agradecia o endereço do juíz para lhe enviar um garrafão de 5 litros.
ResponderEliminarFatyly, claro que o que foi escrito no acórdão é surrealista, mas acredite que coisas destas não acontecem só "neste país"!
ResponderEliminarp.s. Escrevo "neste país " entre aspas porque detesto a expressão e como tal não a uso!
Caro Rui MG
ResponderEliminarNão tenha qualquer dúvida. Agora será tolerância zero!
Um juiz meu amigo dizia-me há muitos anos " Deus nos livre de **as velhas e juizes novos". Que idade tem este juiz que sentenciou tão sabiamente?!
ResponderEliminarDalma
ResponderEliminarrespeito a sua opinião e agradeço as suas palavras. Claro que sim e há países ainda piores, mas eu "VIVO NESTE PAÍS" e todos os dias tento estar a par do que por cá se passa, porque e já agora, desde já pedindo desculpas, o que mais detesto é que sempre que há algo de errado "a todos os níveis" no nosso país comparam-nos sempre com outros países e isso resolve alguma questão interna? Aprender com os outros e seguir as pegadas positivas acho bem, mas quem manda, quem gere, quem governa fará o mesmo?
Dou um exemplo: há comparação possível com a justiça, economia, cultura, postura dos países nórdicos, com a da Itália etc e estendendo pelos países do continente americano e africano e até asiático?
Nada e como tal volto sempre a dizer "neste país" que de facto não é meu, mas que me acolheu e debato-me todos os dias por um Portugal melhor...até onde os meus braços cheguem!
Obrigado e um abraço sincero e respeitador
EliminarFatyly, acredite que nos países chamados de nórdicos também existem tontarias, tal como nos outros países da Europa dita desenvolvida. Era a estes que me referia e não necessariamente aos outros.
Se de vez em quando ler o Daily Mail que é o Correio da Manhã dos ingleses verá o que por lá se conta!
www.dailymail.co.uk/
p.s. Temos que agradecer à HSC o permitir-nos estas trocas de impressões, que nos levam a arranjar amigos virtuais já que às vezes com os de "carne e osso" não é tão fácil termos estas discussões, umas vezes for falta de tempo outras por desinteresse das partes!
p.s.2 neste post há comentários deliciosos...
Helena, fico satisfeita por não ser só eu a pensar que este facto é no mínimo uma anedota, quando ouvi a notícia nem queria acreditar, e depois admiram-se da maior parte das pessoas não acreditar na justiiça.
ResponderEliminarUm bem haja para si
Maria do Carmo Ramos
Ora bem, há sempre a hipótese do juiz estar alcoolizado.
ResponderEliminarQuando ontem escrevi o comentário que está publicado acima, baseei-me no que alguns jornais on-line diziam.
ResponderEliminarSó hoje li, com mais pormenor, o que esteve na origem da decisão dos juízes.
De acordo com a interpretação que os juízes fazem da lei - e provavelmente a razão está com eles, neste particular - os resultados das análises ao sangue nunca poderiam ter sido fornecidos à entidade patronal, sem autorização do trabalhador. E o trabalhador não deu essa permissão. Logo, parece não haver base legal para o despedimento.
O resto não passou talvez da necessidade de encher algumas páginas. Todos sabemos como é habitualmente extensa - para além do que parece ser estritamente necessário -, a fundamentação das decisões dos tribunais. Há que mostrar o notável domínio das técnicas jurídicas dos autores da prosa.
Este caso, pela sua bizarria, fez-me lembrar uma sentença, já com alguns anos, em que um juiz justificava a acção do violador (que foi absolvido) de uma jovem turista, no Algarve, com o facto de ela estar vestida de forma provocante "na coutada do macho lusitano".
Carlos Fonseca, se me permite, conheço um caso idêntico, com a mesma justificação, mas, proferida por uma juíza – o que torna o caso ainda mais caricato – a uma portuguesa, em Lisboa. Depois deste trágico acontecimento nunca mais consegui pensar na Justiça com credibilidade. E, nem vou aqui relatar, a alteração que isso provocou na vítima...
ResponderEliminarDalma
ResponderEliminarClaro que sim, as "tontarias" existem em todos os países e há muito que não leio o Correio da Manhã mas sei por mails que recebo de pessoas que vivem noutros países após a saída de Angola...e pois é!!! Agradeço as suas palavras, bem como à HSC que permite estes diálogos CONSTRUTIVOS.
Eu leio sempre todos os comentários e há sempre deliciosos e muito construtivos com os quais aprendo, como os seus e sabe de uma coisa? Deve saber, mas eu digo:
quem tem uma postura na vida como eu tento ser, pautada por valores morais dos quais não abro mão, é a mesma postura que tem aqui neste mundo de cabos. Gosto mais de falar olhos-nos-olhos, no meio de um café, felizmente sempre que não estou de SOS avó ou à minha Mãe (fã incondicional dos livros da HSC) vizinhos e amigos desafiam-me para uma converseta e lá nos juntamos numa roda excepcional, como é excepcional encontrar pessoas como a Dalma é bom, muito bom.
Nos blogues que frequento trato todos por "tu", forma de ser mas jamais com intenções de ferir susceptibilidades e aqui não consigo porque será? Também jamais refiro, pergunto, vasculho a vida privada de cada um. De todo!
UM abraço e bom domingo e também à dona deste espaço:)