terça-feira, 20 de agosto de 2013

O prazer dos "enta"

Nestas férias tenho relembrado, a títulos vários, coisas do meu passado. Talvez porque ando a rasgar o que não quero que cá fique depois de eu partir. 
Hoje dei com uma carta que o meu filho Miguel me escreveu, por ocasião dos seus 50 anos, depois de uma festa de aniversário que juntou só duzentos amigos. Os que ele considerou terem sido as pessoas mais importantes desse seu meio século de vida, pais e  irmãos incluídos, e Tito Paris a cantar as suas maravilhosas canções.
Infelizmente, ele não viveu o tempo suficiente para dizer, como eu digo, que "o mais importante da minha vida - à excepção dos filhos - me aconteceu depois dos cinquenta". Nada, mas absolutamente nada do que foram as duas décadas anteriores valerá, alguma vez, o que me trouxeram as duas décadas que se lhe seguiram.
Talvez eu seja caso único, mas nem a peso de ouro voltaria aos trinta ou aos quarenta. Nesses anos só aprendi. Depois dos cinquenta, vivi!

HSC

27 comentários:


  1. Que linda mulher e que linda fotografia a senhora escolheu hoje, para colocar no seu blog.
    Obrigado por poder apreciar esta imagem da coisa mais bela que Deus criou - A MULHER.

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  2. Muito encorajador, sem dúvida, este seu post, Helena!
    Eu, que não tenho a sua experiência, nem a sua sabedoria, diria que todas as idades têm um encanto próprio, mas não tenho rigorosamente nenhuma nostalgia do passado, com tudo o que ele teve de bom e de mau, e só o agora me importa.

    Beijinho
    Isabel Mouzinho

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  3. Boa noite Helena!
    Sou uma admiradora sua, uma das muitas e, de há muitos anos, e,sempre que posso vejo-a na Tv.
    Recentemente encontrei os seus blogues e sigo este. A Helena é para mim uma lição de vida e aprendo muito consigo.
    Depois..., algumas coisas que me transmite servem para mim evidentemente e,... para transmitir a outras pessoas
    E, talvez porque hoje foi um dia em que trabalhei com mulheres que perderam recentemente filhos e a quem procuro ajudar a seguir em frente,achei importante deixar-lhe esta mensagem de gratidão.
    Também me divirto muito consigo pela forma simples e bem disposta que tem para falar sobre coisas importantes e sérias.
    Muito obrigado por esta partilha.
    Vou continuar aqui no meu Algarve muito discretamente a segui-la.

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  4. Atrevo-me a dizer que quase comungo das mesmas ideias!

    Houve momentos da minha vida antes dos 50 em que profissionalmente tive grande sucesso. Mas a independência que consegui já depois dos 50 vale muito mais que qualquer êxito profissional.

    Disse num post do Paulo AL que foi muito feliz em Paris. Isso foi antes dos 50 ou depois?

    É dificil distinguirmos os altos e baixos nas nossas vidas. Confundem-se.

    Trocava a minha saúde de agora pela que tinha aos 30 e 40, olá se trocava!! Mas a vida não!!

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  5. Que lindo, tomara eu poder dizer o mesmo!
    Um beijinho
    FL

    P.S. - Não será ainda muito cedo para rasgar o que cá não quer deixar por ser só seu? (Lembro-me bem do seu post acerca desse assunto)

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  6. Cara Drª Helena

    Só depois de "aprender" se sabe o que vale mesmo a pena "viver" , afastando do caminho o inútil e o desperdício de tempo e pachorra .
    Parece evidente mas , olhando bem à nossa volta , muitos dizem que concordam mas poucos o praticam .

    RuiMG

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  7. Quase a entrar nos sessenta, estou um pouquinho traumatizada por esta "passagem" para essa margem...Muito me aconteceu na década dos 50, demasiadas perdas e etapas dolorosas, costumo dizer que era uma "menina" quando fiz os 50 anos...Ainda bem que me dá a esperança em relação a uma fase que, quando era mais nova, significava quase o fim da linha! E dou-lhe os parabéns por estar a pôr os seus papéis em ordem: depois de ter desmanchado 4 casas de familiares, fico com a ideia que as pessoas têm a sensação que o seu espólio pessoal os seguirá em vez de ficar à espera que mãos alheias os revolvam, separem, leiam e acabem por rasgar...

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  8. Mas, HSC, se VIVER é magnífico, APRENDER é fundamental ( para se viver, inclusivé ).

    Melhores cumprimentos.

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  9. Que bom!! Maravilha... Se a Helena diz, eu acredito.

    Um enorme abraço

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  10. Doutora Helena

    Fico muito feliz por ouvir a senhora dizer isso. Dá-me esperança. Porque ainda só passaram 8 anos depois dos cinquenta e não estão a ser nada de bom.
    Estou a ver se isto muda. enquanto ouvir as palavras de conforto da Doutora vou tendo força.
    Um grande beijo de obrigada
    maria isabel

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  11. Definitivamente os meus cinquenta foram a década em que estive em plenitude pessoal e profissional(uma implica a outra). Os 60 sofreram com alguns problemas familiares (nem toda a gente aceita a idade do mesmo modo e critica os que a aceitam).Os setenta chegaram e trouxeram-me a novidade (porque já não a esperava) de continuar a ser chamada para participações públicas em que falo daquilo que sei e pelos visto agrada. Essas e outras pequenas coisas iluminam a minha vida e tornam os 70 mais doces. E ocupam-me o tempo que gastaria a chorar pelo passado já ido. Obrigada por nos transmitir essa sua juventude que se pega a nós

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  12. Bom dia,

    um excelente dia para si, excelente Senhora!

    Com estima,
    Cláudia

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  13. Helena, adoro lê-la, adoro ouvi-la, adoro as suas gargalhadas genuínas...nao a conheço mas pelo que me é dado a ver deve ter sido uma excelente mãe, é uma doce avó...uma Mulher de fazer inveja!
    Bem haja

    Um beijinho de uma admiradora.

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  14. Mais um excelente texto e eu, por mil motivos jamais quereria voltar aos meus 30 e 40. Já há muito que fiz a limpeza que refere e ficaram bem arquivadas no "lixo reciclável":)

    Como o tempo passa meu Deus e depois dos cinquenta passei a valorizar mais as pequenas coisas e ai Dª. Helena o que tenho aprendido e relembrado com os netos, por vezes esqueço a idade e sou pior que eles.
    Díficil é com a mais velha (quase 11 anos) adora ler e dá-me lições do novo acordo ortográfico, com o qual não concordo. Só visto que contado ninguém acredita e fartamo-nos de rir.
    Isto e muito mais é "viver" e maisnada:)

    Um abraço

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  15. Embora hajam ,em geral, encantos e desencantos em todas as idades, tambem jamais desejaria- como na cantiga- que o tempo voltasse para tras.
    Aos 20 anos, por ex.,acampei sozinha nos Acores, pedi boleias- por terra e mar- e diverti-me durante 32 dias mas corri riscos. Deus e o universo acabaram por me enviar um grupo de estudantes alemaes que me acompanharam no Faial.
    Hoje com 50 e tal anos, ficaria preocupadissima se uma das minhas filhas fizesse o mesmo. Para alem dos receios, dos compromissos e da maturidade, tenho outros interesses, energia e sonhos!
    L.L.

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  16. Cara Virgínia
    É claro que Paris foi depois dos cinquenta. Até lá e por motivos profissionais todos os meses ia a Paris. Depois vivi lá e foram os anos mais felizes da minha vida!

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  17. Sinhora Dr.ª Helena,
    as suas palavras e o seu pensamento são de uma delicadeza dignas de uma Rainha.
    Se Paris é bonita,não deixe de visitar a Ilha dos Padres em Luanda- Angola.
    Sinto-me abençoado por Deus por ter nascido numa ilha tão linda que só o paraíso poderá ser melhor...aqui os bandos de flamingos cor de rosa e outras aves,e os lindos lagos com flores,a cor transparente da água do mar,a pureza da areia,a vegetação e as estrelas,tudo ordenado como se um fio de prumo imaginário existisse...e tenho para mim que existe.
    Pense na sua partida(todos nós a faremos um dia)como uma bela viagem de reencontro com Deus e com quem já partiu e espera por nós com um sorriso,na certa!
    Se Paris é obra dos homens,a natureza é obra de Deus.
    Visite e conheça o paraíso na terra-Ilha dos Padres-Luanda-Angola.
    Aqui,somente em pessoa,simples e sem mais nada,encontrará a calma que apazigua a alma.
    Tenho quase a certeza que o seu filho,nobre Dr.Miguel se apaixonaria por esta ilha!?
    Depois dos 5O,sem dúvida apreciará esta nossa ilha com os "olhos da alma".
    Deixo um bouquê de flores de cristal para si.
    Deus a abençõe sempre e aos seus e a todos os comentadores e seguidores.

    Matumbo Feliz Kifala



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  18. Cara Helena,
    Já me começo a repetir,mas identico-
    -me completamente com o que a HSC escreveu.Sem dúvida que só começamos a viver, plenamente depois de criarmos os filhos e estabelecer as nossas prioridades para viver uma boa vida.É o que faço todos os dias. A felicidade, apesar das rasteiras da vida, existe em cada um de nós. Explorar a vida com mais calma e alegria. Sempre com amizade.

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  19. Logo que me reformei resolvi fazer um auto de fé do que acumulei na minha vida de professora durante 36 anos. Os livros adquiridos na Universidade, alguns deles esgotados como é o caso dos do Prof. Orlando Ribeiro mais uma boa dúzia de outros dei-os a uma aluna que segui as minhas pisadas e que até me ultrapassou pois é hoje professora universitária. Depois há o que conservo, naquilo a que eu chamo a " minha arca do tesouro" onde estão os êxitos dos meus filhos como alunos e até já como profissionais, alguns daqueles presentes feitos na escola, uma série de postais vindos de várias longitudes e que eles nos escreveram assim como os cartões que acompanham as surpresas que costumam fazer-nos pelo Natal!
    Depois há ainda o "saco do supermercado", um velho saco plástico que acho que só eu sei que existe, onde há cartas com carimbos variados. A maioria posta algures no norte da Guiné Bissau, depois muitas da Irlanda do Norte, e Yorkshiere, umas tantas com o carimbo de Madras(Índia) e depois todas as respostas carimbadas de Lisboa e algumas já de algures no Alentejo!
    O que está dentro da "arca do tesouro" talvez um dia os meus netos se divirtam a vasculha- lo... quanto ao " saco de supermercado" ainda tenho que pensar no assunto pois ele encerra muito de uma vida de duas pessoas que fazem o caminho juntos vai para 45anos!

    p.s. Já agora acrescento que me sinto muito bem com os meus 68 pois dão- me a liberdade de fazer o que bem entendemos.

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  20. Curioso, querida Doutora Helena:

    Há dias, o meu pai comentava ao almoço que ouvira um teólogo (que apelidou de filósofo dizer):

    Enquanto somos novos, aprendemos. Com o tempo, compreendemos!

    Um beijinho
    Vânia Baptista

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  21. Não duvido que seja uma óptima fase! Apesar de «ainda» só ter 36 anos, e de considerar que estou melhor agora do que aos 20 anos, tenho certeza absoluta que aos cinquenta, se Deus me permitir estar viva e com saúde, terei mais tranquilidade. Ainda me deixo afectar por situações que não valem a pena, mas que, infelizmente, ainda não consigo contornar.
    Beijinhos (adorei este texto e foto!)

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  22. sim pois, tudo conforme dizem. Mais seguras, mais independentes...mais isto, mais aquilo. Fogo, mas há alguma coisa que pague os 40 aninhos? :-) Eu já tenho 50 e poucos e tenho uma vida super ocupada. Trabalho, estou sempre a estudar (estou no ultimo ano da 2a licenciatura (e não ficarei por aqui)), tenho hobbys, etc etc... ou seja,a idade não me impede de fazer coisas (quase todas...), mas, não vou dizer que gosto de envelhecer porque não acho piadinha nenhuma. E não tem nada que ver com rugas, cabelos brancos e essas coisas ... tem a ver com envelhecer! Não se trata de saber ou não saber envelhecer porque, e não me importo nada de dizer a idade, não tenho essas pancas. Agora que preferia ter menos idade e mais tempo ainda para fazer coisas, isso preferia.
    Um abraço a todos e votos que continuem todos a brilhar muito :-)
    Teresa

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  23. Tem graça esta Doutora Helena!
    Os anos depois dos 60 tornam-se mais bonitos como uma papoila, (flor que mais me dá alegria). Agora cada dia é gratuito apetece agradece-lo verdadeiramente.
    Um abraço, lb/zia

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  24. Boa noite,

    Pois espero ter esse espirito quando chegar aos "entas"....
    Agora com 35 e um filho pequeno, está criado o caos...
    A ver vamos como traçarei o meu destino.
    Um abraço,

    Isabel

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  25. Cara Dr.ª Helena,
    até aos "entas" impera a razão,depois dos "entas" impera a imaginação...

    "L´orde este le plasir de la raison,mas le disorde est la délice de l´imagination!"

    Matumbo Feliz Kifala

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