Disse aqui, há ano e meio, que o ritmo da minha vida tinha mudado muito depois de perder o meu filho. Outra morte dolorosa se lhe havia de seguir num relativamente curto espaço de tempo.
Ambas fizeram com que passasse a demorar mais o meu olhar sobre aquilo que me rodeava e a dar mais valor às pequenas emoções do dia a dia: um café numa esplanada, um passeio à beira rio, um almoço com amigos, um ramo de flores frescas, enfim, às coisas simples da vida. Mas continuei a trabalhar demasiado.
A crise recente pela qual passámos obrigou-me - no meu caso particular de cidadã e de mãe - a um outro tipo de exercício. Que, sobretudo, conciliasse, as duas posições sabendo-se, como se sabe, que sempre pensei pela minha cabeça, e me não demito desse direito. E, embora haja ainda quem goste de me negar essa força identitária, ela existe e eu não abdico dela.
Assim e porque não vou ter ferias - corporizei-as no ar condicionado - reduzi o trabalho e tenho aproveitado para passear em Lisboa e "ver" aquilo que antes já lá estava, mas eu não reparava. Foi deste modo que pude, há dias, deliciar-me a ver o meu neto André - que estuda e trabalha -, no desempenho das suas funções laborais, sem que ele desse por isso...
A crise existe, eu sinto-a, mas tomei, de novo, a firme decisão de não ouvir políticos ou governantes nacionais, de modo a tentar manter esta sanidade interior o maior tempo possível. Fi-lo com Socrates e faço-o agora com Passos Coelho.
Ah! e preparo-me para passar Agosto em Lisboa, o que no meu caso, constitui já uma deliciosa forma de descanso...
HSC
Compreendo o seu estado de espírito. Aliás cada vez mais me custa gozar de férias na altura em que todos as gozam, não me identifico com as famílias em férias, todos juntos, já que as minhas foram sempre jornadas de sacrifício, em que uns descansavam e eu tinha o fardo de os manter felizes...
ResponderEliminarEste ano é a primeira vez que vou passar férias com a família alargada a netos numa casa que foi dos meus pais e que vai rotativamente sendo ocupada por nós ( oito filhos). Tenho uma quinzena para mim e família, mas lá encontrarei muitos sobrinhos e irmãos, que tem casa propria.
Estou um pouco temerosa e sei que ao fim de dois dias já me apeteceria voltar para o Porto - o que farei de moto próprio ( há comboios e aviões), se vir que não aguento tanta socialização.
Quanto ao trabalho, sempre o fiz e acho que férias sem ele só se aguenta por uma semana ou duas....:)) O laptop ajuda muito!!
Desejo que tenha férias, mesmo sem elas....sabe ao que me refiro, ausencia de preocupações e saúde.
Quanto ao desligar da política já há anos que desxei de ouvir ....ler....e ver o que se passa.
Percorrer a nossa própria cidade e encontrar nela respostas é uma forma boa de passar férias. Quantas emoções novas tiramos de locais revisitados quando o fazemos por opção e em paz! Boas férias e descanse porque certamente estará a precisar disso.
ResponderEliminarÉ verdade querida Helena, não há nada melhor que ficar Agosto em Lisboa... Parece que não fica ninguém e é de um sossego infinito as ruas quase sem carros! :)
ResponderEliminarNos últimos anos, tiro férias uma boa parte do mês por deveres do ofício.
Isabel BP
De tudo o que disse, aproveitei e compreendi no seu interior, a forma como observa o que lhe passa ao lado. O não saber observar é o mal de muita gente... mas, o que é curioso, logo não se observam a si próprios... Quanto a passar férias em Lisboa, no mês de Agosto, quero dizer-lhe, por experiência própria, que é maravilhoso. A cidade fica completamente diferente dos outros meses. Boas férias, Dra. Helena,
ResponderEliminarMeus cumprimentos,
Helena, em cada palavra sua encontro uma força, uma alegria renovada. Dei com este blog por acaso, mas tenho adorado, pois ajuda-nos a refletir em muitos aspetos, que por vezes com a correria nem damos por eles. Parabéns e bom descanso.
ResponderEliminarUmgrande abraço, ah você é fantástica
Mais uma lição de humanidade! Obrigada, Dr.º Helena! Bjo grande
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ResponderEliminarA sua capacidade de retirar o melhor partido das coisas simples e dar a volta ás situações é digna de louvor. Tenho aprendido muito neste seu blog, mas, também, me tenho identificado imenso com as coisas que diz e sente.
As minhas férias estão complicadas dado ao trabalho que acumulei. Paciência...
O mês de Agosto em Lisboa, sempre foi de calma absoluta. Hoje em dia, não me desagrada mesmo nada... Por isso, talvez nos encontremos por aí.... Porque, por aqui, vou estar sempre...
Mais uma bela crónica, HSC !
ResponderEliminar´Constituem sempre uma lufada de ar fresco.
Muito obrigado.
Melhores cumprimentos.
As coisas simples da vida, são as que lhe dão sabor e sentido. Não é só conversa fiada, é uma forma de ser feliz.
ResponderEliminarVi os dois filmes que já aqui colocou. Sou fã do Al Pacino e também concordo que o Richard Gere focou muito mais interessante com a idade.
Gostei de rever os dois momentos de tango.
Adoro tango,(e adoro fado) mas não sei dançar.
Boa noite! :)
Se esquecermos os prédios com janelas "entaipadas", as varandas de ferro forjado a esboroar-se, Lisboa é sempre uma descoberta...Há 8 dias andei pelo Chiado, Igreja de S. Roque (visita grátis quando, em qualquer outro lugar seria paga...) e o miradouro de S. Pedro de Alcântara. E é tão gratificante ver tanta gente de outros lugares a ocupar os espaços públicos da nossa cidade! Bom Agosto em Lisboa...
ResponderEliminarBem mas Trás-os-Montes tem recantos de evasão insondáveis...
ResponderEliminarSe quiser...
Abraço
Eu também adoro a Lisboa meio vazia de Agosto ;)
ResponderEliminarBeijinho
Isabel Mouzinho
« Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores soldados. » Papa Francisco
ResponderEliminarMFK